quinta-feira, outubro 05, 2006

Sobre bebês...

Escrever esse blog tem sido muito interessante. É uma forma de me expressar em formas de palavras escritas para amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos... Acredito que quando escrevemos, nós verbalizamos nossos pensamentos de uma outra forma. A maioria das pessoas falam, falam, falam, mas não curtem muito ler e muito menos escrever. Acho que a escrita é uma virtude que deve ser experimentada por todos!

Foi através da escrita que me aproximei de alguns amigos. O "J", por exemplo, que divide esse blog comigo, já era um amigo, mas não tão próximo. E posso dizer que foi através da palavra que nos tornamos mais próximos.

Além da sintonia percebida e também do fato de termos amigos em comum, agora nos unimos mais através de n assuntos. Recebi ontem um e-mail do "J" que falava sobre filhos. Resolvi escrever sobre esse assunto, pois estou prestes a ser tio. É a minha primeira sobrinha. Pelo menos "sobrinha de sangue", já que tenho outros sobrinhos, como a Maria Luísa, Maria Clara, Giovanna...

Minha sobrinha deve chegar ao mundo semana que vem. É um sentimento engraçado. Pois eu já amo uma pessoa que nem sei qual é o rosto, como será a voz, cor dos olhos, do cabelo. E pensar na Juju (Juliana, minha sobrinha) me vem à cabeça sentimentos de amor, mas um amor diferente, realmente. O "J" me disse que os sentimentos dele também são de tanto amor, mas uma forma também diferenciada. Até porque muitas vezes nós dizemos "eu te amo" para pessoa que não deveríamos ou sem mesmo estar sentindo.

Para fechar esse assunto, coloco abaixo uma letra de um dos meus compositores preferidos, o Moska. A música (intitulada "Não deveria se chamar amor") ele fez para o filho dele quando nasceu e acho que reflete bastante sobre o que relatei acima.

O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvem
Pois muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme que nunca assisti antes

Poderia se chamar labirinto
Pois sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar aurora
Pois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta, mas sei que não é assim

Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar universo
Porque nunca o entenderei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer aventureiro

Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo

(Publicado originalmente por Jorge costa em 23/08/2006)

Um comentário:

Jorge disse...

[Juquinha] [luisrobertogarcia@yahoo.com.br]
Caralho!!!! Que letra linda!!! Nós pensamos um dia ter tido um sentimento desses por alguém, mas nada deve se comparar ao sentimento de amor por um filho! Quero muito ainda ter a chance se sentir isso! Obrigado J por deixar minha manhã inspiradora!