sexta-feira, agosto 31, 2007

Registro para eternidade


Há exatamente um ano, minha vida mudou.

E mudou para melhor.

Nesse dia uma pessoa muito especial apareceu em meu mundo.

Ela fez com que meus finais de semana ficassem mais animados, já que infelizmente não posso vê-la todos os dias da semana.

Ela é maravilhosa.

Tem um sorriso lindo.

Uma vozinha que me põe um sorriso no rosto cada vez que eu a escuto - e ainda não entendo.

Um rosto angelical.

Um jeito todo especial, que me supreende a cada dia.

Gosto de admirar quando ela dorme, tão tranquila e serena.

Como se o mundo e tudo que acontece fora de sua casa não importasse.

Com uma certeza que só os puros de coração podem ter.

Gosto de olhar suas reações às minhas palhaçadas.

Gosto quando ela brinca.

Gosto quando ela fica atenta as coisas.

Gosto quando ela repete o que está escutando.

Enfim, gosto dela como ela é.

E acredito que gostarei mais da pessoa que ela se tornará.


Juju, apesar de você ainda não entender tudo que estou escrevendo, quero deixar aqui registrado para a eternidade a sensação que sinto nesse 1 ano que você está em nossas vidas.

Parodiando o Nando Reis, "não sei se o mundo é bão, mas ele ficou melhor quando você chegou...".


Seja feliz, alegre e contente pela vida inteira!


Beijos,

Tio Jorge (Dindo)

segunda-feira, agosto 27, 2007

Baile do Baleiro

Ontem fui ao Canecão assistir o "Baile do Baleiro". Apesar de ser fã do Zeca Baleiro, ainda não tinha visto esse show e nem tinha real noção do repertório. O que vi foi algo surreal...
Ele cantou pérolas como "Deixa eu te amar", do Agepê e "Fogo e Paixão", do Wando, só para se ter uma idéia. Ainda desfilou canções dele, do Wilson Simonal, Tony Tornado, Titãs, Raul Seixas, Ritchie e outros. Ah, e ainda teve participações especias de Totonho e Os Cabras, Carlos Daffé, Verônica Sabino e Ednardo. A cada show ele vai mudando os convidados.
A idéia é ser um grande baile mesmo. Ele canta rock, baladas, música pop, samba, frevo, forró, rap e por aí vai. O clima é muito amistoso, com o Zeca contando causos, cantando bastante e fazendo um show longo. Ontem foram 3 horas de show.
O que mais queria destacar é a ousadia do Zeca. Ele sempre foi conhecido por misturar vários ritmos, instrumentos e sons. E agora faz tudo isso em um bailão. Dá para se sentir na Feira dos Nordestinos, passando pela Central do Brasil, Rodoviária e pelos bares da vida. E isso tudo dentro do Canecão, um templo da música popular brasileira.
Em tempos que os artistas estão cada vez menos investindo em novidades, pois não querem mexer em time que está ganhando (!?!?!), o Zeca aposta no seu talento e na irreverência para mostrar que pode ser diferente sendo ele mesmo. Pontos para ele.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Esses adoráveis balzaquianos...

Pois é, domingo passado completei 31 anos. Há um ano já sou um balzaquiano. E assim também são a grande maioria dos meus amigos.
Ser balzaquiano, como tudo na vida, tem seus prós e contras. Ter uma independência maior, experiência para não cair tanto em furadas, uma visão melhor da vida e do mundo, ter disposição para viver a vida bem. Mas também é uma fase em que as responsabilidades são altas, pensar no futuro não é mais apenas uma simples opção, mas uma realidade, não ter a mesma disposição dos 20 e poucos anos.
Estar com mais de 30 anos me fez viver ótimos momentos, conhecer coisas legais, pessoas e lugares idem, enfim, tem muitas vantagens. Imagina não ter vivido a década de 80? Não ter tido a chance de ver Indiana Jones ou De volta para o futuro no cinema? Por falar em cinema, o que eram os cinemas, enormes, cheios de glamour na minha adolescência? Nossa, era muito bom. Podíamos viver sem culpa de comer sandubas nas ruas, não se tinha tanta neurose com os raios ultravioletas, as praças eram boas e cheias, as ruas eram lugares seguros para se brincar...
Tem coisas que mudam com essa idade e a maior delas são os comportamentos nossos e os dos amigos. Namoros, noivados, casamentos, filhos nos fazem mudar - e muito. As responsabilidades aumentam e as prioridades passam a ser outras. Hoje em dia ao receber um convite para virar a noite na gandaia, eu penso 2 vezes antes. Dez anos atrás eu nem pensava 1 vez...
Apesar de tudo isso, é bom ser um balzaquiano. A vida tem que ser vivida a cada dia e, dessa forma, envelhecer se torna um ato normal, nada traumático. Portanto, como se diria em Sociedade dos Poetas Mortos, Carpe Diem. Não viu o filme? Não é de sua época? Joga no Google e procure na sua locadora...

quarta-feira, agosto 15, 2007

Comportamentos predatórios do ser humano no interior das empresas

É impressionante como, em muitas empresas hoje em dia, a exploração da força de trabalho é institucionalizada e se encontra impregnada na própria cultura organizacional.

Por exemplo, trabalhei em uma empresa na qual era impossível levantar para ir embora às 17hs sem ouvir uma gracinha do tipo “Já vaaai?? Tão ceeedo!!”. O funcionário que se mostrasse capaz de destrinchar seu trabalho no horário correto, evitando fazer horas-extras era tachado de “descomprometido” com a empresa.

Isso é uma completa inversão de valores. Ficar até mais tarde às vezes, quando surge algum pepino, é completamente normal. Mas ficar SEMPRE além do horário só pode ser sinônimo de uma ou mais dessas coisas:

a) SEU CHEFE É UM MERDA e não sabe dimensionar o seu trabalho de maneira adequada.
b) VOCÊ É UM MERDA e não consegue destrinchar suas tarefas no tempo normal.
c) VOCÊ É UM MERDA MAIOR AINDA e, mesmo sendo capaz de fazer seu trabalho no tempo correto, enrola para ficar até mais tarde e dar uma de “comprometido”, inflacionando o mercado para seus pobres colegas que têm a infeliz idéia de possuir uma família e se vêem taxados de descomprometidos.
d) SEU CHEFE É UM MERDA sem tempo para nada, incluindo te avaliar de maneira correta (o que exige tempo, é óbvio). Assim, ele se vê praticamente obrigado a avaliar seus funcionários de forma simplista, por indicadores imbecis tais como “quantas horas-extras cada um faz”.
e) SEUS COLEGAS SÃO TODOS UNS MERDAS, e é impossível fechar um consenso de forma que TODOS evitem ficar até mais tarde. Ou seja, se você tentar sair no horário, estará nadando contra a maré e despontando para seu chefe de merda como o único descomprometido da turma.
f) A EMPRESA É UMA MERDA e faz questão de explorar seus empregados, dimensionando todos os postos de trabalho de forma a extrair 150% de cada funcionário infeliz, até que os mesmos estejam em frangalhos juntamente com suas famílias. O importante nesse caso é que, toda vez que isso aconteça, haja um mercado de trabalho cheio de desempregados ávidos por substituir os funcionários “queimados”, de preferência por um salário ainda menor.
g) A EMPRESA É UMA MERDA e não coíbe esse tipo de comportamento predatório.

Enfim, há toda uma miríade de razões para esses absurdos acontecerem. Estou, nesse exato momento, enfrentando uma situação de trabalho em que se criou uma cultura de valorizar as pessoas que ficam além do horário.

Aqui na Transpetro, no caso em questão, acho que isso está muito ligado à multidão de funcionários terceirizados disseminada pela companhia, que se vêem obrigados a matar um leão por dia e mostrar sempre o máximo comprometimento na tentativa de conservar seus empregos. Assim, como estratégia de sobrevivência, não se tem o hábito de negociar os prazos das tarefas pedidas pela hierarquia. Com isso, criou-se o hábito de ficar até mais tarde para executar com pressa tarefas que não necessariamente exigem rapidez, e as pessoas são agora escravas disso.

Estou fora dessa. Gosto de trabalhar com um ritmo legal. O trabalho fica dinâmico e o tempo passa rápido. Mas não vou entrar nessa ciranda predatória. Estou vendo que isso depende, antes de mais nada, de atitude. Pelo menos no meu caso, que sou concursado e não estou com a cabeça a prêmio. Mas a situação de quem se vê obrigado a praticamente morar no trabalho é muito triste. Espero um dia ter a chance de mudar isso.

sábado, agosto 11, 2007

Voar em tempos de crise

Lembro que quando eu era mais novo, via o ato de pegar um avião para se deslocar entre cidades, estados ou países como algo nobre. Nem todos tinham acesso. Viajar de ônibus ou de carro era mais comum, principalmente em menores distâncias, como o trecho Rio - São Paulo, por exemplo.
Vendo filmes como "Prenda-me se for capaz", pude notar mais glamour ainda nos áureos tempos da aviação. Ser piloto ou mesmo comissário de bordo era algo cercado de status. Era como pertencer a um grupo seleto, ao qual os passageiros que pudessem pagar pelas caras passagens, poderiam desfrutar dele por alguns momentos.
Quando eu comecei a viajar de avião, a Varig já estava em crise. Mesmo assim, tinha um serviço ainda impecável. Era um desafio comer todo o lanche oferecido na ponte aérea, pois o tempo era escasso. Vinha uma bandeja com salada, biscoito cream cracker, requeijão, manteiga, biscoito doce, chocolate da Kopenhager e um sanduíche muito bom, ao qual tínhamos o direito de escolher o recheio.
A TAM, por sua vez, veio crescendo e tomando um lugar de destaque na aviação. Muito se deve ao trabalho incansável do Comandante Rolim, fundador da empresa. Com um serviço muito bom, a TAM cresceu e se destacou, oferecendo serviços muito similares ao da Varig.
Daí veio a GOL Linhas Aéreas. Com um sistema de low price, a empresa focou em fornecer um serviço rápido e justo, com tarifas mais acessíveis. Daí veio o boom da aviação comercial brasileira. Muitos que nunca pensaram em pegar avião, passaram a usá-lo como um meio de transporte viável. E com isso a aviação brasileira mudou sua cara.
Como a GOL conseguiu introduzir muitas pessoas no transporte aéreo, era esperado que todos os serviços aeroportuários crescessem juntos. Mas não foi o que se viu. Na minha modesta opinião, é como se o sistema aéreo fosse um motorista acostumado a dirigir carros apenas e, de uma hora para outra, ele fosse obrigado a dirigir caminhões, ônibus e outros meios de transporte. Não havia preparo suficiente!
O meu trabalho me obriga a usar bastante o serviço aéreo. Serviço??? Pois é, o que eles menos tem prestado é serviço. Se você embarcar em cidades como Cuiabá, nem precisa passar sua bagagem de mão em detector de metais. Se for em Congonhas, Galeão ou Santos Dumont, tem que passar tudo pelo detector e ainda tirar o laptop da mala, seja ela qual for. E se for em Guarulhos, nem precisa tirar o laptop, mas precisa tirar o cinto!!! Cadê a padronização? O passageiro é diferente em cada aeroporto?
Como escrevi aqui em outro post, a TAM, além de não me levar para Buenos Aires, extraviou minha mala e depois de muita correria minha para ter meus direitos respeitados, me ofereceram uma proposta de me pagarem em torno de mil reais ou duas passagens para qualquer lugar da América do Sul. Me deu vontade de responder para eles: E se minha mala some de novo e assim sucessivamente? Poderei viajar de graça por toda América do Sul? Que legal, não??? Não pode ser sério isso.
Essa semana viajei de novo, pela GOL, que se intitula como Linhas Aéreas Inteligentes!!! No meu tempo, ser chamado de inteligente era porque realmente era merecido! Na ida, eu que havia despachado um rolo de material para amostra em um cliente, recebi da empresa uma mala. Sim, uma mala! É que meu nome, meu código localizador, minha identidade, todas essas informações estava na mala de uma outra pessoa. Ah, meu rolo apareceu também e ambos estavam com meus códigos. Despachei uma bagagem e ganhei duas. Como sou honesto, deixei a mala lá e relatei o absurdo ao funcionário da GOL, que pelo visto achou tudo muito normal...
Acharam que acabou? Não, teve a volta. Fiquei meia hora para fazer o check-in, na fila de passageiros sem bagagem. Mas o que mais se via nessa fila eram pessoas com bagagem. Eles alegaram que eram prioridades. E eu que havia chegado bem antes do meu horário é que pagaria por isso, né? Depois disso, mais 20 minutos na fila para o raio-X, no qual tive que tirar meu cinto. E depois de passar, eles nos dão 2, 3 segundos para colocar a carteira de volta no bolso, celular, relógio, cinto, pegar a mochila, o laptop. Me senti numa gincana de mau gosto. E o vôo ainda atrasou 45 minutos e ninguém pediu desculpas por isso.
Concluo que para quem quer ou precisa viajar de avião nos dias de hoje, tem que estar preparado para tudo, pagando preços altos (que ainda irão aumentar), recebendo serviços porcos, esperando para ser atendido, ficar em pé por muito tempo e ainda rezar para que sua bagagem chegue ao destino. Melhor dizendo, nem só pelas bagagens chegarem aos destinos...

quarta-feira, agosto 08, 2007

Músicas que me tocam - 25

Ontem à noite fiz algo que há muito tempo não fazia: brincar de DJ... Calma, não tenho nenhum equipamento e muito menos sei remixar músicas. Apenas usei esse nome porque eu pego uns CD`s e vou escolhendo músicas, trocando os CD's toda hora, passando por artistas, bandas, nacionais, internacionais, enfim, todo meu repertório.
Essa é uma forma de rever meu acervo e lembrar de alguns momentos que algumas músicas ficaram ou onde algumas delas estavam, já que havia me esquecido delas. Sei que isso pode parecer um pouco antiquado em épocas de internet, ipods e afins, mas eu sou meio antiquado (pelo menos ainda) para esse tipo de coisa.
No meio dessa seleção, eu coloquei um CD do Oasis só para escutar "Don't go away", que é uma música que eu gosto de cantar aos berros, sozinho em casa (ainda bem) e às vezes imitando os irmãos Gallagher.
O que importa é que essa música é uma das minhas preferidas e como eu amo muitas músicas, havia m esquecido de citá-la aqui. Ainda bem que deu tempo de reparar essa falta inexplicável.

Don't go away - Oasis

A Cold and frosty morning there's not a lot to say
About the things caught in my mind
As the day was dawning my plane flew away
With all the things caught in my mind
And I wanna be there when you're...
Coming down
And I wanna be there when you hit the ground
So don't go away say what you say
But say that you'll stay
Forever and a day...in the time of my life
Cos I need more time yes I need more time
Just to make things right
Damn my situation and the games I have to play
With all the things caught in my mind
Damn my education I can't find the words to say
About all the things caught in my mind
Me and you what's going on?
All we seem to know is how to show
The feelings that are wrong

segunda-feira, agosto 06, 2007

Fim de Férias (ou "acabou-se o que era doce")

É, estou eu de volta ao batente. As férias até que não passaram tão rapidinho como normalmente costuma acontecer. Acho que foi a "Maratona do Pan" que ajudou e me fez curtir bem esses dias.
Porém, férias no inferno astral não é tão bom. Não recomendo. Estou tentando me despedir do meu mau humor, mas tá foda. Vamos ver se consigo. Ou eu o mato ou ele a mim. E eu aposto as fichas em mim!!! hehehe
Até que o retorno das férias não está sendo ruim, com menos problemas do que imaginei. Também me programei bem ao sair e acho que isso refletiu nisso. Muito bem, Jorge!
Agora estou esperando o aniversário. Ainda não estou nada animado, mas não vejo a hora de isso acontecer. Que o Sol saia e venha iluminar esses dias!!!

sexta-feira, agosto 03, 2007

Agosto

Eis que chega agosto!
Agosto é um mês controverso. Dizem que é o mês do desgosto ou o mês do cachorro-louco.
Eu adoro agosto: nasci nesse mês, tenho vários amigos que também nasceram, muitas pessoas especiais, a minha sobrinha é de agosto (pena só não ser leonina...rs).
Enfim, tenho motivos para gostar do mês, apesar de ser inverno, mês de volta às aulas e nesse ano, ressaca do Pan e fim das minhas sonhadas e merecidas férias.
Para quem quer saber um pouco mais sobre as crendices desse mês e algumas coisinhas ruins que aconteceram nesse mês, achei um site que fala sobre isso.
Pensando bem, se fizermos uma pesquisa bem detalhada sobre cada mês, iremos achar também várias tragédias, fatalidades e problemas. Então às favas com essa história de pixar o meu mês, ora bolas.
Um excelente agosto a todos!!!

quarta-feira, agosto 01, 2007

Desvalorização dos Subúrbios Cariocas

Como todos que lêem o blog sabem, eu moro no Rio de Janeiro. Para ser mais exato, na Penha, um bairro da Zona Norte do RJ. O meu bairro é considerado classe média baixa. Não é um bairro com tantas opções de coisas para se fazer. É um bairro residencial, com alguns pontos de comércio popular e muitos galpões para firmas de automóveis em geral, dentre outras pequenas empresas.
Hoje, depois de 20 dias sem malhar, decidi que já era mais do que a hora de voltar. Ao chegar na academia, uma surpresa: o Carrefour havia fechado. Calma, explico: é que a academia fica em uma área de serviços do Carrefour, que também tem curso de computação, banca, lotérica, loja de colchão, purificadores de água, lanchonetes, Mc Donald's, locadora de DVD's e por aí vai...
A explicação dada (ainda não exata) foi de que o supermercado vivia no vermelho, já que o Carrefour era considerado um supermercado elitizado para a região. Na esquina do Carrefour tem um shopping center, o Carioca Shopping. E lá tem um Extra que também reduziu seu espaço em 50%.
Na Penha, eu cresci indo ao supermercado Sendas com minha mãe. Era um supermercado bem grande, no centro do comércio da Penha. Ele deu lugar ao Bon Marché e mais recentemente, ao Extra. Hoje ele se encontra fechado, desde o ano passado. Junte-se a isso locadoras, lanchonetes de rua, bancas de jornal, sorveterias, açougues, padarias e bares. Os que sobrevivem hoje não são mais como eram antigamente.
Me recordo que quando era criança, eu adorava ir à padaria e escolher pão doce, salgadinhos, fazer um lanche bem gostoso na Sobel. Hoje as padarias que existem não tem mais tamanhas variedades de pão doce. Para ser sincero, as padarias que eu frequentava fecharam. Os lugares que eu comia não existem mais. As carrocinhas de cachorro quente e churros não existem mais. As lojas, bares e padarias deram lugar a oficinas mecânicas, mini-mercados ou estão fechados, com placas velhas e empoeiradas de aluga-se, vende-se ou passo o ponto.
É uma pena que o poder aquisitivo do bairro onde cresci só vem baixando. E com isso, as opções vem caindo. No Carioca Shopping, por exemplo, não existe sequer uma livraria. Apenas lojas grandes e populares, como Lojas Americanas, C&A, Riachuelo, Leader, Ponto Frio e Casas Bahia.
Outro fator importante para essa degradação é a violência. Quando eu era moleque, eu vivia na rua, brincando com os amigos. A nossa preocupação não era com assaltos, pessoas armadas, sequestros, tiroteios e balas perdidas. Nos preocupávamos se iríamos jogar futebol, basquete ou vôlei. Se iríamos jogar Jogo da Vida, Banco Imobiliário ou Scotland Yard. Se o pique esconde valeria se esconder dentro de casa também ou se poderia valer o quarteirão inteiro.
Hoje eu vivo muito pouco no meu bairro. Todas as minhas opções de lazer são basicamente fora, mais para a Zona Sul. O único local da Zona Norte que vem crescendo é na região do Shopping Nova América e Norte Shopping, por ter grandes lançamentos imobiliários, facilidade para se chegar à Barra, proximidade ao Engenhão e fácil acesso.
Às vezes me parece que querem concentrar tudo em alguns lugares. É como se o pessoal da Zona Norte que quiser se divertir e tenha dinheiro para isso, que vá ao Norte Shopping ou para a Barra ou Zona Sul. Como muitos se acomodam, acabam vivendo os seus dias com poucas variedades e acesso a novidades, a não ser pela televisão (sim, temos pelo menos TV a cabo, mas não temos serviços de banda larga, como o Virtua ou Velox!!!)
É uma pena ver o bairro onde eu cresci dessa forma. Passou das 19h, já não se vê as pessoas na rua. Há muito medo e com isso, falta de opções. Eu paro e pergunto se não era hora de se mudar isso? Pois se isso continuar assim, não sei como vai parar. Segregação não faz bem a ninguém, a história já nos provou isso.