segunda-feira, outubro 30, 2006

Ciúme para mim é sintoma

Ciúme é um negócio complicado mesmo...

De tudo que já vi e vivi, as pessoas mais ciumentas são aquelas que, de duas, uma:

1. Já foram traídas.

2. Traem.

No primeiro caso, não tem jeito: gato mordido de cobra tem medo até de barbante. Não precisa nem ter sido traído diretamente por um parceiro, basta ter visto um dos pais ser traído ou coisa parecida. Uma infidelidade dessas é com toda a família, na medida em que fere e trai a confiança de todos, sejam parceiros ou filhos. Essa merda de ferida dói em todos e, se não for devidamente tratada, infecciona e provoca sequelas para a vida toda. A mais óbvia dessas sequelas é o ciúme doentio.

No segundo caso, o que ocorre é que, simplesmente, a gente tende a julgar e a interpretar os outros segundo a nossa própria realidade, sob a nossa "ótica" de vida. Nada mais natural do que a pessoa que trai e engana seu parceiro viver constantemente com medo de ser traído. Pimentinha é uma delícia (no rabo dos outros).

Mesmo quando o ciúme não chega a ser doentio ou originário dos casos citados anteriormente, não acho que seja uma coisa legal. Tem gente que até acha legal, de vez em quando, provocar um ciuminho no parceiro para manter a pessoa "esperta". Sinceramente, acho que existem artifícios melhores e mais construtivos de se conseguir isso.

Seja como for, para mim, o ciúme constante é um sintoma de algo que não está bem, seja na relação, seja numa tragédia de família mal digerida, seja em uma ferida infeccionada do passado, seja de um mau-caratismo do presente. Com exceção deste último, acho que é preciso se trabalhar internamente, reabrir e tratar as feridas antigas, até para impedir que outras pessoas paguem por cagadas com as quais não tiveram nada a ver. A análise pode ser uma boa opção.

Na hipótese do mau-caratismo presente, eu já acho que, sinceramente, ser escravo do ciúme e não conseguir confiar em ninguém é um dos preços que se paga por ser canalha...

sábado, outubro 28, 2006

In the name of love

Dando continuidade ao "tema da semana" (tá até parecendo aqueles programas de TV vespertinos), hoje quero abordar um lado mais dúbio do amor, que é o "agir em nome do amor". Coloquei no título a música "Pride" do U2 que fala sobre essa questão.
Por acaso, essa semana estava lendo sobre um caso famoso, que foi o caso do assassinato da modelo Ângela Diniz, pelo seu namorado na época, o Doca Street. Quando isso ocorreu eu não lembro, pois era novo ou nem havia nascido, sei lá, mas foi um caso que na época ele alegou que a matou por amor. Na época ficou famoso o bordão "quem ama não mata", usado pelas pessoas que queriam uma pena mais dura para o Doca Street.
O amor também gera ciúmes. O ciúme faz parte de qualquer relação aonde envolva amor. Entretanto, temos que tomar muito cuidado para não perder as rédeas desse ciúme e não exagerar. Tudo que é em exagero é ruim, saber dosar os sentimentos é a melhor coisa em qualquer relação. Além disso, o ciúme pode provocar reações muito ruins, principalmente se a pessoa tiver uma certa tendência a isso.
John Lennon foi morto por um fã. Selena, idem. Pessoas que diziam amar essas pessoas as mataram. Uma vez li que a linha que divide o amor e o ódio é muito tênue e concordo com isso. Saber distinguir em que lado estamos, é o que diferencia as pessoas.

One man come in the name of love
One man come and go
One man come, he to justify
One man to overthrow
In the name of love
What more in the name of loveI
n the name of love
What more in the name of love
One man caught on a barbed wire fence
One man he resist
One man washed on an empty beach.
One man betrayed with a kiss
In the name of love
What more in the name of love
In the name of love
What more in the name of love
Early morning, April 4
Shot rings out in the Memphis sky
Free at last, they took your life
They could not take your pride
In the name of love
What more in the name of love
In the name of love
What more in the name of love
In the name of love
What more in the name of love...

sexta-feira, outubro 27, 2006

"O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier"

Irrefletidamente, poderíamos ler uma frase dessas e dizer, de bate-pronto: “É isso aí, tem que se jogar de peito aberto mesmo, sem medo de ser feliz!!” Ou então: “Medo de amar, EU?????”

Amar, na minha humilde opinião, implica uma entrega honesta de si mesmo, uma rendição sem máscaras ao outro e uma corajosa doação de si próprio.

Para entender melhor essa definição, vou citar algumas conseqüências dessa definição:

Amar o outro APESAR dos defeitos já não é o suficiente. É preciso amar TAMBÉM os defeitos (com exceção daqueles irreconciliáveis) e as pequenas imperfeições. As máscaras têm sua utilidade na selva do dia-a-dia. Mas, com a pessoa amada, se não há intenção de abandoná-las, ou se não há liberdade para isso, como poderia o amor evoluir para além da paixão ou do deslumbre inicial? Acho que isto é causa de muitas separações hoje em dia. As máscaras ostentadas durante o namoro não resistem à experiência do cotidiano e do ordinário.

Se dar ao outro e doar de si mesmo também é difícil. Difícil não, é FODA mesmo. Não dá mais para fazer só o que se quer. Um casamento não é um emprego de meio-expediente. Dois se tornam um. É óbvio que não é para ninguém se anular, mas o fato é que não dá mais para viver exatamente como se vivia antes. É preciso conciliar as manias e os jeitos, é preciso investir tempo, é preciso encontrar uma rotina que seja dos dois. Se doar, mas se doar de verdade, é tudo isso e muito mais.

Só para se ter noção do tamanho do desafio da doação, muitas vezes já é difícil ter a humildade para reconhecer que, na maioria das coisas de casa, não existe “certo” ou “errado”, mas sim o jeito da família de um e do outro. Ou alguém realmente acredita que haja uma norma internacional que ensine como pendurar uma porra de uma cueca no varal?? Se esse tipo de picuinha e de discussão pequena muitas vezes já ganha proporções capazes de sacudir um casamento, o que dizer das doações realmente difíceis de fazer, tipo assumir as dores e as mazelas da família um do outro, ou saber dividir de forma equânime a tarefa e as responsabilidades (hercúleas) de se criar os filhos.

Ainda tem alguém aí achando que se entregar à experiência do amor, sem medo, é mole?

Se entregar a esta experiência mais plena de amor pode ser uma experiência libertadora, mas é uma tarefa difícil. É trabalho para a vida inteira, muito, mas muuuuito para além das paixões adolescentes e dos amores de verão. É preciso coragem (ou seja, enfrentar os medos que podem sempre existir, na medida em que nos fazemos mais e mais vulneráveis e nus diante do outro). É preciso desprendimento e doação. É preciso amar muito.

Todo amor é sagrado!

Na música "Amor de Índio", Beto Guedes faz a afirmação acima. Na música, ele faz um tipo de ode à natureza, à liberdade e ao amor que é derivativo disso tudo. Porém, a frase, assim como a da música "Paula e Bebeto", do Milton Nascimento ("qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá"), indicam uma certa "liberdade sexual".
Cada vez que escutava tais músicas, eu pensave nessa conotação sexual. Porém, acho que há algo a mais nas músicas, que é o amor incondicional. Aquele que pode surgir entre homens e mulheres, entre homens, mulheres, mãe e filho, pai e filho, amigos, enfim, sem ter a necessidade do cunho sexual. O amor é maior que isso!
Bem, essa é uma visão minha. Quero agora a opinião de vocês!

quinta-feira, outubro 26, 2006

O amor é fogo que arde sem se ver...

Bem, no post anterior, eu deixei algumas músicas de fora, meio que de propósito, para dar temas a novos posts. O Juquinha, talvez por estar acostumado a brincadeiras de músicas comigo, deu uma palhinha sobre a música que eu queria citar, nos comentários do post anterior.
"Monte Castelo", da Legião Urbana, se baseia na carta de São Paulo aos Coríntios. Porém, esse fato de se basear em algo já existente, em nada tira o brilho da originalidade da canção cantada e que foi um sucesso fenomenal da Legião (está no álbum "As quatro estações"). A citação da carta é lida em vários casamentos, talvez por falar do amor em várias situações. Essa não é nem de longe a música que mais gosto da Legião, banda da qual eu sou fã. Porém, ela representa bem o tema.
Portanto, "Monte Castelo", mais uma música sobre esse o amor!!!

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Tema de Amor

Continuando o tema, estava pensando como o amor é cantado em verso e prosa. Por isso, decidi lembrar de algumas músicas que citam esse tema. Lógico que se eu parasse e anotasse todas que lembrasse, elas seriam muitas. Afinal, para quem me conhece, sabe que isso seria fácil (o Juquinha deve lembrar das minhas longas brincadeiras de cantar uma música e emendar com outra que tenha a mesma música, né??? - risos). Mas eis algumas. E pessoal, por favor, me ajudem!!!

"Amor da minha vida, daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade..." (Cazuza)
"Amar sem medo de ser feliz, deixe o coração pedir bis..." (Banda Eva)
"Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir..." (Roupa Nova)
"Te amo e não quero te amar..." (Sandra de Sá)
"Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo..." (Isabella Tavianni)
"Deixa eu te amar, faz de conta que sou o primeiro..." (Agepê)
"Deixa eu dizer que te amo, deixa eu pensar em você..." (Marisa Monte)
"Nosso amor é lindo, tão lindo, nada pode ser mais lindo do que o nosso amor..." (Placa Luminosa)
"Mas como é grande o meu amor por você..." (Roberto Carlos)
"Eu sei que vou te amar, por toda minha vida eu vou te amar..." (Tom Jobim)
"O amor faz a gente enlouquecer, faz a gente dizer coisas pra depois se arrepender..." (algum geupo de pagode...rs)
"Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas..." (Maria Bethânia)
"Quero amar você de todas as maneiras que eu puder sentir você..." (Gonzaguinha)
"O que é o amor, onde vai dar, parece não ter fim..." (Selma Reis)
"Agora eu posso argumentar se perguntarem o que é amar..." (Johnny Alf)
"O meu amor tem um jeito manso que é só seu..." (Chico Buarque)
"Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá..." (Milton Nascimento)
"Fala que me ama, só que é da boca pra fora..." (Peninha)
"Por ser exato o amor não cabe em si, por ser encantado, o amor revela-se, por ser amor, invade e fim..." (Djavan)

Peguei algumas músicas só para citar como o tema é amplo. Estamos apenas começando...

segunda-feira, outubro 23, 2006

Amor

Tem um tema que dá pano para manga, que é o amor. Eu quero poder escrever bastante sobre ele, pois o amor semanifesta sobre várias circunstâncias e funciona como um prisma, dependendo do lado que se vê, podemos enxergar coisas diferentes.
Porém, como estarei ausente quase toda semana e estou postando na madrugada, quero deixar uma frase de uma música, para iniciar a polêmica:
"O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier"
Eu tenho minha opinião sobre essa frase. Querem saber? Aguardem!!! E a de vocês???

sexta-feira, outubro 20, 2006

As meninas mais lindas do mundo - Parte III - Juliana (Juju)


Eu pensei em colocar no título Juliana Costa, mas me lembrei que a Juliana abaixo tb é Juliana Costa. Não é parente, é uma amiga, mas até nisso temos essa coincidência. O momento agora é de falar da Juliana, ou Juju, minha sobrinha e futura afilhada. Quem lê o blog já sabe que ela é muito importante para mim, porém ainda não havia postado a foto dela por aqui, só no orkut.
Portanto, vocês irão reparar que a beleza é coisa de família (?!?!?!) e que eu sou um tio coruja mesmo! Pronto, falei! rs
Com vcs, a Juju, que tem quase dois meses, mas já vem mostrando a que veio em tão pouco tempo!

As meninas mais lindas do mundo - Parte II - Juliana


Em seguida, mas absolutamente não menos importante e poderosa que a Julinha, vem a mamãe, em uma foto com o papai e o tio Jorge!

(Agora é a deixa do tio Jorge colocar uma foto da prima Juliana né, filha? Né, tio Jorge???)

As meninas mais lindas do mundo - Parte I - Julia



Iniciamos, acolhendo uma sugestão deixada pelo Ed, uma sequência de posts, apresentando as sensacionais:

MENINAS MAIS LINDAS DO MUNDO

Para abrir o desfile, segue a pequenininha da turma, o orgulho e a alegria do papai, flagrada no aconchego temporário da barriguinha da mamãe graças aos avanços da computação, que hoje é capaz de desenrolar a confusão dos sinais de ultra-som e plotar até superfícies!

quinta-feira, outubro 19, 2006

I just wanna feel


Ontem estive no show do Robbie Williams, na Apoteose. Ultimamente o pop rock britânico não vem fazendo grande sucesso aqui no Brasil. O Oasis, que é uma grande banda, nunca fez grande sucesso por aqui. E não foi por não ter grandes canções (que eles tem, vide "Wonderwall" ou "Don't look back in anger", para ser bem comum) ou talvez seja pela antipatia dos irmãos Gallagher (que é notória e eles fazem questão de cultivar). Eu adoro todos eles: Oasis, Robbie Williams, Kylie Minogue... Acho que eles fazem um pop bem satisfatório e são mega sucesso na Europa.
Aqui no Brasil, acho que pelo fato de estarmos cada vez mais americanizados, não há tanto lugar para eles. Mas acho que vale ouvir mais e tenho certeza de que podem fazer sucesso sem dúvida por aqui também. Apesar de ter uma Apoteose com cerca de metade da lotação, Robbie conseguiu fazer um show bem legal, animando bastante a platéia. Levou abaixo o preconceito de que os britânicos são frios, mas reafirmou que eles são pontuais. Minutos antes do horário estipulado, o palco já mostrava sinais de que o show estava começando. E às 21h, em ponto, ele entrou no palco, apesar de encontrar uma Apoteose ainda bem vazia. Isso serve de lição para nós, brasileiros, que não damos tanta importância a horários. Acho que o horário é um respeito ao outro com quem marcamos. Portanto, devemos sempre respeitar. Ponto para o Robbie Williams.
Aproveitei o gancho do show do Robbie para falar de música. Ontem terminei de ler "De A-Ha a U2", o novo livro do Zeca Camargo. Nele, ele nos leva aos bastidores de suas entrevistas com vários músicos ao redor do mundo. São histórias bacanas, prosaicas, engraçadas, tudo em uma narrativa bem legal. Quem leu "A fantástica volta ao mundo", do Zeca também, irá aprovar! Eu recomendo ambos.
A música sempre está presente na minha vida. Seja em momentos em que eu esteja explodindo de felicidade, em momentos tristes, solitários, amargos ou de reflexão, mas sempre tem uma música para me descrever.
Como título do post coloquei uma frase de um dos maiores sucessos do Robbie Williams ("Feel", do álbum Escapology). E ontem, na Apoteose, cantei essa música em alto e bom tom, curtindo um grande momento. Momentos esses que só uma boa música pode proporcionar.

I just wanna feel real love
Fill the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste
And I need to feel real
And a life ever after
I cannot give it up

quarta-feira, outubro 18, 2006

Juventude II

Grande Jorge! Eu pensando em escrever um tópico na mais completa linha “bullshit”, e você me vem com um assunto interessante desses. Fiquei até sem-graça de publicar a besteira que eu ia escrever!! (hehehehehe)

É engraçado, eu também não passei por essa fase meio inconseqüente, nem na adolescência, nem na juventude. Tive poucos (e longos) namoros, e nunca fui de sair ficando com geral. Tomei alguns porres sensacionais na companhia dos meus melhores amigos, mas nunca fiz disso um hábito. Até que viajei muito com o pessoal, mas sempre na aba dos outros e nunca para muito longe (era tão duro que só fui pegar avião a trabalho). É claro que algumas possíveis razões para essa adolescência tão “tranquila” podem ser levantadas:

1. Cheguei aos 16 anos com 1,79m, 60 kg, uns óculos com armação preta tipo do Dexter e um cabelinho bi-iiiito de mongolóide, penteado para o lado. A coisa só foi melhorar (bem pouquinho) aos 20 anos, com 1,84m, 72 kg (após muuuuuita academia e vitamina de abacate, banana e maçã) e lentes de contato. No entanto, apesar das benfeitorias, continuava magrelo, com cara de nerd e com belas e sensuais olheiras de quem usou óculos fortes por uns 12 anos, desde a infância.

2. Passei a maior parte da vida duro que nem um côco. Lembro que teve um (longo) período em que meu pai não tinha grana para ficar dando mesada pra gente. Quando chegava no início do mês, o que ele conseguia fazer era dar para a gente o talão do Ticket Refeição. Como raramente eles vinham em múltiplos de três, era quase como jogar um pedaço de carne podre para os cães famintos, a porrada sempre comia! (rsrsrs) Eu lembro que pedia as promoções mais baratas do McDonald’s ou do Bob’s quando saía com o pessoal, pois assim conseguia troco em dinheiro. Pior era quando o FDP do caixa dava outro ticket de menor valor como troco! (HAHAHAHAHA, eu ficava muito puto!) Junto com uns trocados que minha mãe sempre arranjava para as despesas com ônibus e comida, era essa a grana que eu tinha para “barbarizar” por aí.

3. Meus amigos, apesar de quase todos terem uma situação financeira melhor, também nunca foram de sair fazendo merda por aí, então as más influências não foram um grande problema.

Durante os vinte-e-poucos-anos, a coisa melhorou, mas nem por isso parti para "tirar o atraso" da época de inconsequência. Entre aulas particulares e estágios na faculdade, deu para tirar o pé da lama, mas nem assim eu perdi a cabeça, tanto que meus primeiros salários foram em grande parte investidos em cursos de Inglês e Espanhol. Viajei muito a trabalho, conheci (bem) a França (é, eu tive que aprender a falar com aquele biquinho idiota...) e um pedacinho da Alemanha. Voei de asa delta. Saí da casa dos meus pais. Tomei minha dose de rasteiras. Cresci profissionalmente. Vivi muita coisa.

No final desse processo, com 28 anos e após um período de turbulência, me vi novamente solteiro no Rio de Janeiro, mas de posse de tudo aquilo que tinha me servido de desculpa na adolescência para não sair “barbarizando” por aí: carro, algum dinheiro guardado, um bom emprego, viajado, com uma fuça melhorzinha, e já com 83kg e um nível não-queniano de magreza. (A Juliana e a minha mãe chegam a afirmar que eu estou até bonito, e eu gosto de acreditar que elas são sinceras..........)

Até podia. Mas, mais uma vez, não senti a mínima vontade de partir para uma adolescência tardia. Pelo contrário, após apenas um mês de solteirice, descobri o que era paixão à primeira vista. Com 45 dias, o nome da Julia já estava escolhido e começamos a fazer planos para morar juntos. Oito meses depois, eu e a Juliana estávamos casados.

Com tudo isso, acho que posso dizer que essa fase "inconseqüente" não me fez ou faz falta. Sinceramente, acho que têm pessoas que simplesmente não têm essa necessidade de “aloprar” em um determinado momento da vida. Que se dane se o mundo nos taxar de “corretos, dedicados e certinhos”. De repente, num mundo em que ser inconseqüente é o normal, é até mais rebelde quem se atreve a ser certinho.

terça-feira, outubro 17, 2006

Juventude

Hoje decidi escrever sobre a juventude. Acho essa uma fase boa, porém eu não posso dizer que vivi a minha adolescência tão forte como eu queria ter vivido. Sempre fui muito correto, dedicado e certinho. Talvez por isso hoje eu seja menos correto, dedicado e certinho. Lógico, do meu jeito, que nunca é tão pouco de cada uma das características citadas.
Porém, acho que isso tudo me deu uma base para eu ser a pessoa que sou hoje. E me sinto bem podendo viajar, fazer minhas coisas, comprar o que desejo (dentro do limite do cartão de crédito, lógico).
Apesar de adorar a idade que tenho hoje, essa minha fase, sempre me vem a cabeça a juventude. E sempre que lembro essa fase, talvez a permissividade que se podia ter aos 20 anos, me lembro de uma música magnífica do Pet Shop Boys. Acho que ela reflete bem a juventude. Aos 30, eu me sinto bem parecido com o que diz a música. Pode ser um pouco atrasado, mas é com mais responsabilidade, o que é meu modo de ser "rebelde", mesmo sendo tão correto, dedicado e certinho.

Being Boring
Pet Shop Boys

I came across a cache of old photos
And invitations to teenage parties
"Dress in white" one said, with quotations
From someone's wife, a famous writer
In the nineteen-twenties
When you're young you find inspiration
In anyone who's ever gone
And opened up a closing door
She said: "We were never feeling bored'
Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end
When I went I left from the station
With a haversack and some trepidation
Someone said: "If you're not careful
You'll have nothing left and nothing to care for
In the nineteen-seventies"
But I sat back and looking forward
My shoes were high and I had scored
I'd bolted through a closing door
I would never find myself feeling bored
'Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end
We were always hoping that, looking back
You could always rely on a friend
Now I sit with different faces
In rented rooms and foreign places
All the people I was kissing
Some are here and some are missing
In the nineteen-nineties
I never dreamt that I would get to be
The creature that I always meant to be
But I thought in spite of dreams
You'd be sitting somewhere here with me
'Cause we were never being boring
We had too much time to find for ourselves
And we were never being boring
We dressed up and fought, then thought: "Make amends"
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end
We were always hoping that, looking back
You could always rely on a friend
And we were never being boring
We were never being bored
'Cause we were never being boring
We were never being bored

segunda-feira, outubro 16, 2006

O embuste dos desfiles e propagandas de moda

Achei legal esse negócio da Espanha ter proibido desfiles de modelos com IMC (Índice de Massa Corpórea) muito baixo. Chega desse padrão esquisito de mulheres esqueléticas e anoréxicas no mundo da moda.

Aliás, um pensamento aleatório: independentemente da magreza extrema, de que adianta fazer uma propaganda ou um desfile de moda com modelos lindíssimas que abrilhantam as roupas (não raro, escrotíssimas), ao invés de serem abrilhantadas por elas? A grife que quisesse mostrar o valor das suas roupas deveria colocar modelos normais para desfilar, para que fosse possível ver se as roupas seriam realmente capazes de "dar um trato" nas criaturas.

A roupa que fica bonita numa Giselle Bundchen da vida não faz mais que a obrigação (apesar da magreza-quase-anoréxica). Qualquer saco de arroz que se dê para ela vestir vai cair bem.

Pense nisso quando algum outdoor ou cartaz de loja tentar te tapear.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Dia das Crianças

Hoje é dia 12 de outubro. Feriado Nacional. Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Mas hoje também é Dia das Crianças.
Abro um parênteses aqui no blog para homenagear as crianças. Em especial a minha sobrinha, Juju, que está curtindo seu primeiro dia das crianças, meus também afilhados Valkíria e Mateus, meus primos Pedro, Kaylane, os filhos de meus amigos, como Maria Clara, Giovanna, Maria Luísa, Clara... E aos que virão por aí, como a Julia!!!
Aproveitando a data, rogo por Nossa Senhora Aparecida que nos ajude a fazermos um mundo melhor para essas crianças. Que as diferenças sociais possam ser diminuídas, assim como a fome, a intolerância, os medos, as guerras, a violência. E que elas tenham força, determinação e coragem, para transformar esse mundo melhor para os seus filhos, netos, bisnetos...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Vaidade

Meu chefe costuma me dizer que as pessoas são movidas pela vaidade. E que esse é um mal que muitos nem percebem. Como ele veio de uma empresa de cosméticos, não é tão surpreendente escutar isso dele. E eu concordo com essa citação.
A vaidade hoje é um tema recorrente, pois muito se fala em produtos de beleza, tinturas, maquilagens, técnicas rejuvenescedoras, bronzeamento artificial, enfim, n técnicas à serviço da beleza! E essa indústria vem crescendo a cada dia. Os homens, que muitas vezes tinham certa aversão ao tema, pois havia um estereótipo de que homem não usa cosméticos, se renderam a essa "mania" e viraram consumidores ativos.
Eu não tenho vergonha em admitir que me cuido bem. Recentemente fiz limpeza de pele (pela primeira vez na vida - nossa, como dói!!!), clareamento dos dentes e tratamento dermatológico. Além disso malho em média 4 vezes por semana - em média 2 com personal trainer - faço dieta elaborada por uma nutricionista especialista em musculação, já usei aparelho nos dentes, gasto um bom dinheiro em roupas e acessórios...
Porém, a vaidade é bem mais amplo do que isso. A vaidade passa pelo trabalho, pelo relacionamento com amigos, pela forma como vivemos. E é justamente aí que mora o perigo. Pois na ânsia de querer aparecer mais, de ser o melhor, muitas vezes se pode passar por cima dos outros. E vale lembrar o ditado que diz que "o direito de um começa quando termina o do outro". Já vi algumas pessoas ficarem "cegas" por questões tolas envolvendo a vaidade.
Na música L'ÂGE D'OR, da Legião Urbana, tem um trecho muito confessional do Renato Russo:

Já tentei muitas coisas, de heroína a Jesus
Tudo que fiz foi por vaidade

Mais uma vez a vaidade movendo várias ações. A vaidade passa pelo sentimento de poder, pois com o poder vem vários benefícios, status. E quer algo mais vaidoso do que status?
Hoje acabei de ler o livro "Quase Tudo", da Danuza Leão. O livro é de memórias dela e tem várias passagens muito interessantes. Uma eu destaco abaixo. É uma passagem em que Danuza volta de uma festa na qual foi vestindo um mega vestido Chanel, emprestado pela Maison Chanel em Paris, a pedido da Lily Marinho, que é muito amiga da Danuza. Segue o trecho:

Lá no fundo eu talvez achasse que, o dia em que uma mulher vestisse um lindo vestido de Chanel e usasse esmeraldas, tudo mudaria, ela passaria a ser outra, mas a verdade é que nada muda e você volta a ser a mesma pessoa de antes. E pensei que, mesmo adorando essas coisas maravilhosas - que, aliás, adoro -, não vale a pena fazer nenhum tipo de concessão para tê-las, pois quando a festa acaba, nada disso quer dizer nada, e nenhuma festa dura para sempre.

Achei essa passagem de uma maturidade fenomenal. Além disso, ela prova que a vaidade é ótima para ser vivida, porém em alguns momentos. Não dá para agir com ela o tempo inteiro. Seria como usar um Chanel ou um colar de diamantes para ficar em casa, ir à feira, ao su´permercado... Como disse Danuza, nenhuma festa dura para sempre... E complemento dizendo que quanto maior a altura (a vaidade), maior o tombo!

terça-feira, outubro 10, 2006

Acidente com o vôo 1907 da Gol

Que absurdo... só hoje, 2 pessoas já me mandaram por e-mail um pacote de fotos do acidente com o vôo 1907 da Gol, alegadamente com fotos de corpos. Nem abri. Acho uma canalhice, primeiro do pessoal das Forças Armadas que esteve lá e que divulgou essas fotos pela internet. Segundo, de quem abre e repassa esse tipo de coisa.

Porra, nem os mortos merecem mais um pingo de respeito! E que dirá dos vivos, das famílias que perderam pessoas queridas nesse acidente e que agora dificilmente conseguirão impedir, por exemplo, que uma criança procure na internet as fotos do pai morto, despedaçado e jogado no meio de uma floresta.

Puta que pariu, nada mais é sagrado mesmo. O gado humano, às vezes, me deprime.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Amém

Infelizmente, conheço esse problema da igreja intimamente e levei muito tempo matutando as coisas que via e vivia até chegar a uma conclusão sobre como lidar com isso.

No livro "Anjos e Demônios" (Dan Brown), tem um trecho muito interessante em que a secretária do diretor do CERN observa com tristeza a reação de uma multidão de cientistas que ovacionam a ameaça de destruição do Vaticano por uma bomba de antimatéria (não, não estou de sacanagem, isso tá no livro!!). Enfim, o que importa é que a mulher fica horrorizada por não conseguir conciliar na sua cabeça duas imagens tão radicalmente diferentes da mesma organização: de um lado, a imagem rancorosa dos cientistas, devido a todo um histórico de irracionalidade por parte da igreja e até de perseguição aos homens da ciência (coitado do Galileu...). De outro lado, a imagem da experiência de vida dela, de uma organização que, a despeito das cagadas e desvios de muitas pessoas, lutava para reunir as pessoas aos domingos simplesmente para levantarem juntas os olhos a Deus, pedir e agradecer! Que lutava para reunir crianças no mundo todo em escolas dominicais ou catecismos para ensiná-las a não fazer com os outros o que não gostariam que se fizesse a elas. Havia muita nobreza na experiência dela, que não se compatibilizava com outras desgraças que coexistiam no mesmo lugar.

Eu tenho uma experiência muito longa e intensa com a igreja, que sempre me gerou este tipo de conflito. Fui batizado, frequentei catecismo, fiz primeira comunhão, etc. Nada disso significou muita coisa para mim. Posso dizer que "descobri" a igreja quando já tinha mais consciência da vida, em 1992, ao fazer o curso de crisma. Para um racionalista como eu, nada mais natural do que ser seduzido primeiramente pela lógica, e foi o que aconteceu. A perfeição da doutrina apresentada por Jesus me cativou e veio preencher um vazio triste. A minha criação havia sido muito boa, mas era imperfeita. Foi um choque aprender que ser bondoso com nossos amigos é fácil e que não há muito mérito nisso, porque até um assassino de crianças é capaz desse tipo de bondade. O desafio e a verdadeira bondade estão em sê-lo com as pessoas das quais não gostamos e até com quem nos sacaneia, pelo bem delas e pelo nosso. Aprender a perdoar. Aprender a quebrar a máscara protetora de indiferença e voltar a me deixar incomodar, por exemplo, ao ver um mendigo sentado sobre uma poça do próprio mijo, ou ao ver uma criança pedindo dinheiro ou cheirando cola na rua. Aprender que o que se espera de quem está neste mundo é que acorde para as suas falhas (suas e do mundo) e lute para fazer melhor.

Esta descoberta foi como encontrar uma pepita de ouro em um barranco. Comecei a cavar e a buscar conhecer cada vez mais daquilo que tinha encontrado de bom. Os dez anos seguintes, passei descobrindo o melhor e o pior dentro da igreja, me esforçando para aprender cada vez mais e, depois de algum tempo, para ajudar quem precisava. É claro que minha fé não ficou somente no racional, esse foi só o chamariz para o racionalista que há em mim. O que vi e vivi geraram em mim uma fé que, mesmo pequena, hoje é o pilar da minha vida. Se não fosse por ela, talvez eu não tivesse conseguido me levantar depois de certos períodos de negrume. É por essa fé, nesse ideal e nesse Deus, que eu até hoje norteio a minha peleja para tentar ser o homem que eu tenho que ser.

Mas o que importa nesse post são as idiossincrasias que encontrei, conforme "cavava" em busca do meu ouro. Vou dividir alguns exemplos.

De um lado, vi um padre escrever uma carta para a namorada de um amigo, convidando-a a um caso às escondidas. Vi meus amigos levarem a carta ao conhecimento do superior do tal padre e vi a mesma desaparecer sem que nenhuma providência tivesse sido tomada. Vi um outro casal largar suas atribuições em grupos da igreja por vergonha de uma gravidez precoce, argumentando nervosamente para quem se dispusesse a ouvir que tinha sido "nas coxas" e que, portanto, pelo menos a menina ainda era virgem (!!!). Vi uma catequista ensinar a uma menina que ela não deveria morder a hóstia no momento da comunhão, pois sua boca sangraria se ela o fizesse. Vi um amigo ser forçado a deixar de participar mais ativamente de um grupo, por ter sua homossexualidade descoberta.

No "plano maior", descobri que os dominicanos da "santa" inquisição andavam pela Europa procurando "hereges" para queimar em suas fogueiras, após confessarem até o que não haviam feito em longas sessões de tortura com ferros em brasa e mini-tornos (feitos para quebrar as falanges dos dedos das mãos e dos pés). Descobri que as torturas, quando feitas por alguém experiente, não derramavam uma única gota de sangue, o que seria considerado pecado (!!!). Descobri uma mulher que foi declarada santa por ter furado os olhos dos filhos para que não fossem tentados pelos pecados do mundo. Vi pessoas serem discriminadas por serem descasadas (o que acabou sendo o meu caso, no tal momento mais negro da minha vida) ou por serem homossexuais.

Por outro lado, conheci um padre que dedicou a vida a desenvolver uma catequese voltada para crianças com Síndrome de Down e depois ainda passou duas décadas construindo uma casa onde pudesse funcionar uma creche para estas crianças, filhas de pais pobres. Conheci outro padre que, mesmo aos oitenta anos, chegava a dar o dinheiro dos próprios remédios para quem precisasse alimentar a família. Conheci pessoas que inspiravam o que havia de melhor nos que as cercavam, pelo simples exemplo de vida, sem precisar sequer mencionar as palavras "Deus" ou "Jesus". Conheci gente na qual ninguém mais acreditava, mas que conseguiu, através da simples fé, vencer o vício, virar o jogo e ainda serem capazes de constituir famílias lindas. Conheci pessoas que se revezavam nas madrugadas para levar comida aos moradores de rua. Descobri no meio desses moradores até pessoas com nível universitário, mas que, por loucura, drogas ou bebida, abandonavam suas famílias e passavam a viver na rua, à margem até do nosso olhar. Descobri que muitos empregados da construção civil não ganham o suficiente sequer para conseguir voltar para suas casas todo dia, e contam com as refeições distribuídas por estes grupos de ajuda para sobreviver.

No "plano macro", descobri que, quando da ruína do Império Romano e das instituições de governo mais básicas da Europa e parte da Ásia, bem ou mal, o que ajudou a impedir que a humanidade retornasse à Idade da Pedra foram os hospitais, as escolas e a infra-estrutura da igreja. Descobri um São Francisco de Assis que abriu mão de uma enorme herança para se dedicar aos pobres, não levando de casa sequer as roupas que tinha no corpo, sendo que, até hoje, seus seguidores estão entre os mais despojados e dedicados membros da igreja no auxílio aos pobres. Descobri uma Santa Terezinha que, por meio de sua mera docilidade para com as pessoas que mais lhe agrediam, conseguia constrangê-las e até convertê-las. Descobri comunidades com casas espalhadas pelo mundo todo, onde pessoas vivem e trabalham com o objetivo de prestar auxílio aos sem-teto, drogados e prostituídos.

O sublime e o miserável, no mesmo lugar. Depois de algum tempo, percebi que não deveria haver surpresa quanto a isso, pois a igreja, como qualquer instituição, é feita de gente e, como tal, está sujeita às idiossincrasias e contradições que são inerentes ao ser humano. Não há ninguém que não as tenha, e o Papa não é exceção ("infalibilidade" é o cacete...).

Na verdade, o que ocorre é que, cobrindo o cerne e aquilo que é (deveria ser) mais importante, se acumulam séculos e séculos de grossas camadas de dogmas desnecessários e absurdos inventados por pessoas falhas ou mal-intencionadas, tradições que perderam a função, preconceitos, fardos, armadilhas e preceitos que há muito se desviaram da pedra fundamental, da base de tudo o que Jesus tentou nos mostrar.

É como tentar ler um livro todo sujo e manchado. Mas as palavras estão lá, junto com os ideais, a sabedoria de vida e a fé. É através desse fundamento que, até hoje, com todas as minhas dificuldades e falhas, eu me oriento para tentar me tornar o homem que eu preciso ser. Não posso permitir que o que há de mau me impeça de buscar e de viver aquilo que existe de bom, e existe MUITA coisa sublime.

Quero que minha filha aprenda tudo isso, de bom e de ruim, e que desenvolva uma fé capaz de sustentá-la nos momentos mais negros (até porque não poderei estar ao lado dela para sempre). Ainda acredito que um bom lugar para proporcionar a ela essa experiência de descoberta de Deus é a igreja, mas quero que ela desenvolva senso crítico suficiente para não cair nas armadilhas que existem nem se deixar influenciar pelas artimanhas dos outros.

Não poderia deixar de acrescentar que minha opinião não se restringe à igreja católica, até porque não conheço nenhuma outra igreja que não seja feita também de homens... (rsrsrsrs) Os problemas podem ser diferentes, mas a problemática é a mesma.

Enfim, as igrejas são feitas de padres ou pastores, mas também de todos nós que partilhamos de alguma crença! Precisamos trabalhar para transformá-las em lugares melhores e mais justos, sem nos deixarmos desestimular pelas misérias que nelas habitam. Infelizmente, se formos desistir das coisas e das pessoas por conta das incoerências ou hipocrisias, não nos sobrarão sequer amigos ou família. Sempre há esperança das coisas melhorarem, mas não se desistirmos delas.

E, acima de tudo, nossa fé é somente entre nós e Deus. Ninguém tem o direito de se meter no meio dessa relação. Se não for para facilitar (o que eu acredito que é o papel das igrejas), então que não atrapalhe!

Assim caminha a humanidade

Evolução! Taí uma palavra que gosto muito. Se algo deu errado, contribuiu para minha evolução. Se algo deu certo então, mais ainda! O fato é que cada acontecimento de nossas vidas colabora para que possamos ser seres humanos melhores. Aos 30, me sinto bem melhor do que aos 25, por exemplo. O tempo passa, a pele já não é a mesma, o cabelo fica um pouco mais branco, porém a maturidade é algo muito valioso perante a essas coisas. E para a "velhice" é que existe a cosmética!
No final de semana me encontrei com alguns amigos de longa data. Nesse encontro, falamos sobre uma foto antiga que tiramos no início da faculdade. Isso quer dizer que ela foi tirada há 12 anos! E nós comentamos que todos estávamos hoje bem melhores. Uma amiga disse: "é, com alguns quilinhos a mais, porém melhores". Isso mesmo. No meu caso eu tenho quase 15Kg a mais, porém estou em forma, não só fisicamente, mas principalmente por dentro.
Falando em amigos de faculdade, isso me lembra o Ed. Ele é um cara que hoje posso dizer que amadureceu bastante. Eu o conheci sendo monitor dele, fizemos algumas matérias juntos, mas não nos tornamos amigos na UFF. Como ele era amigo de meus amigos, acabamos nos aproximando e pude acompanhar o amadurecimento, a evolução tomar conta dele. E isso é muito bom. O antes "insuportável" Ed (risos), se tornou um cara maduro, sensível, engraçado e corajoso. Sim, largar o Brasil e suas maravilhas para morar na Nigéria é um puta ato de coragem. Eu não teria coragem suficiente para tal coisa.
Além dele, todos meus amigos também evoluíram. Muitos casaram, tiveram filhos, são super mães/pais! Acho que essa evolução de ser mãe ou pai, é super forte, porém é muito natural. O amor de gerar um filho é tão grande que age por si só. Invejo muito as pessoas que não precisam mudar e mudam. Que estão bem como estão, mas buscam mudanças, melhorias. Mais ou menos como disse Renato Russo, em "O mundo anda tão complicado":

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança do seu mundo
Por amor, por amor.

domingo, outubro 08, 2006

Amém


Domingo pela manhã e lá vou eu para o curso de batismo. Eu já tenho dois afilhados de batismo (e também fui padrinho de quatro casamentos - né, J???), porém o curso é válido por apenas dois anos. Como meus afilhados tem 9 e 8 anos, meu curso já expirou.
Então, nada mais me restou a não ser acordar domingo, às 9:30h para poder ir à igreja. No início do curso, o instrutor diz que padrinho é para a vida inteira. Diz também que não se batiza uma criança duas vezes, que esse sacramento era para ser dado apenas uma vez. Nessa hora me deu uma vontade de perguntar o porquê de eu ter que fazer o curso 2 vezes então. Enfim, decidi ficar na minha.
Ao invés de se concentrar mais no batismo e suas responsabilidades, sua função, o instrutor decide falar sobre outros fatos. O que mais me chocou foi um fato que ele contou em alto e bom tom. Ele disse que um dia estava na casa de um amigo e estava passando "Páginas da Vida". Disse que na novela tinham cenas bonitas, bem escritas, quase edificantes. Porém, en um dado momento, um personagem chega de viagem e um outro o espera, indo jantar, os dois quase se "enamorando", segundo ele. Não sei dar mais detalhes, pois não acompanho novelas.
A questão é: um homem que naquele momento era o representante da Igreja Católica, disse que pediu ao amigo que desligasse a televisão, pois era uma falta de vergonha aquilo. Que um homem veio ao mundo para se juntar a mulher e não a outro homem. Ele ainda disse que não tinha preconceito algum (!!!), porém aquilo era errado e não devia ser mostrado na TV como sendo certo. Que o papel da TV é mostrar coisas certas e não coisas desse tipo.
Eu refleti sobre o assunto e enumerei n outros fatos que a TV cansa de nos mostrar e eram exemplos melhores que ele poderia ter citado. Instruir uma população a ter preconceito não é a melhor forma de evolução para a raça humana. O mundo tem tantos outros problemas, como falta de educação, saneamento, fome, guerras, por exemplo, e o representante da Igreja não colabora para melhorias e sim para a segregação. Na hora eu nem liguei muito, mas a madrinha, amiga da minha irmã, ficou atônita e quase falou algumas verdades na hora.
Sinceramente não sei se vale a pena entrar em assuntos polêmicos em plena Igreja e com pessoas tão pouco esclarecidas. O fato é que domingo que vem eu terei que desperdiçar mais uma hora e meia para ouvir esse mesmo homem falar. Espero que dessa vez ele fale mais sobre Deus, Jesus e o batismo. Assim, poderei aprender mais e ensinar a minha afilhada coisas sobre religião, pois sobre a vida tenho vários exemplos e tenho certeza que a ajudarei nesse âmbito, bem mais do que a Igreja. A mim, só me resta esperar e rezar para que questões como essas sejam tratadas como elas devem ser. Amém!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Novo endereço


Depois de 3 meses blogando, decidimos trocar de servidor e vir para o Blogger. Aqui temos mais recursos e poderemos aprender mais coisas, postar fotos também, enfim, acreditamos que será uma boa mudança. De cara, já publico uma foto com uma amiga blogueira, que cisma em me recepcionar otimamente em SP e me apresenta a pessoas sempre especiais!
Eu e Carla, em uma festa do óculos, em SP!!!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Eu recomendo...

Bem, eu até tentei copiar, mas a Tuka protege os textos dela. É legal isso, pois está uma moda de clonagem de textos e bloquear o famoso "ctrl+c, ctrl+v" é uma forma de inibir essa ação. Porém, não dá para deixar de recomendar o post de sexta-feira, 29 de setembro de 2006 que está no blog dela (http://www.tukapereira.com/blog/). Ela fala da perda de um amor de uma forma brilhante e eu já li e reli e digo que concordo com tudo e adoraria ter um talento para escrever tão bem. Portanto, faço minhas as palavras da Tuka e recomendo - ou melhor, obrigo - a todos que leiam o que ela escreveu. E podem bater palmas, porque ela merece!!!
(Publicado originalmente por Jorge Costa em 05/10/2006)

Alguns aspectos da minha infância e meu amor pela leitura

Em relação ao post no qual o Jorge conta a origem da sua dificuldade em dividir as coisas, comigo tudo aconteceu de maneira muito diferente. Viver boa parte da vida no mesmo quarto com mais dois irmãos homens meio que força ao desapego pelas coisas materiais e à privacidade (rsrsrs).

Se, por um lado, isso me ensinou a me desapegar do que é material (até porque passamos alguns "perrengues" sinistros em termos de grana durante toda minha infância e adolescência), por outro lado foi uma experiência muito difícil para mim especialmente, pois sempre fui uma pessoa introvertida, forçada a viver durante muito tempo com uma privacidade restrita.

A título de esclarecimento acerca do termo "introversão", Jung logo em seus primeiros trabalhos define extroversão e introversão como resultantes da forma como nós obtemos energia. O extrovertido obtém energia sobretudo do mundo exterior, daí­ a sua necessidade de estar sempre cercado de pessoas. Aliás, ao extrovertido não basta estar simplesmente cercado de gente, mas é preciso que esteja constantemente interagindo com elas. O introvertido, por sua vez, tende a não depender muito do contato com o mundo exterior, obtendo energia de alguma fonte interna. Como resultado disso, o sujeito introvertido dá muito valor a seus momentos de "solidão" e reflexão interior, ou a atividades que exijam concentração e foco. Na verdade, o introvertido pode se sentir até "esgotado" após passar muito tempo em ambientes movimentados ou badalados. Ao contrário do que reza o senso comum, a introversão não é necessariamente sinônimo de timidez. O introvertido pode desenvolver habilidades sociais tão bem quanto o extrovertido é capaz de se trabalhar a fim de ser capaz de desempenhar bem uma tarefa que exija mais reflexão e foco. Existem, no entanto, "zonas de conforto" para cada tipo de pessoa, dependendo de seu tipo psicológico.

A junção da falta de privacidade com a introversão gerou em mim um amor imenso pela leitura e pela música, como formas de conseguir me "isolar" de qualquer tipo de balbúrdia que pudesse estar à minha volta. Se estiver com um livro ou uma revista interessante nas mãos, ou mesmo se eu estiver "viajando" por algum assunto interessante, o mundo pode cair à minha volta que eu nem noto. Tá achando exagero? Né não. É coisa séria.

Há uns 3 anos atrás, procurei a análise como forma de me trabalhar e ser capaz de lidar melhor com uma bomba que tinha caído na minha vida. A tal bomba é assunto para outro dia. O importante para este post é que, durante a análise, explorando outros aspectos meus e da minha infância, percebi que esse meu vício em leitura também pode ter sido influenciado pelo meu pai que, de um lado, sempre gostou de ler e sempre trazia muitos livros para casa (ponto positivo). Por outro, ele também sempre foi um cara muito explosivo e estressado. Assim, ficar no meu canto simplesmente lendo também acabava sendo uma ótima maneira de não ficar dando mole na frente dele quando estava estressado (o que era constante), evitando as explosões, os gritos e os climas de enterro resultantes. Minha infância e adolescência não foram lá muito fáceis, e isso também é assunto para outro post.

Resumindo, acho que meu gosto pela leitura vem de quatro pontos: 1) da minha introversão natural; 2) de uma necessidade de privacidade em meio a um ambiente sem privacidade alguma; 3) do exemplo recebido dos meus pais; e 4) da necessidade de ter que me "esconder" durante a infância, devido a certos probleminhas de família.

Acho que não terei controle algum sobre o temperamento da minha filha, e pretendo evitar a todo custo que ela passe pelos problemas que passei até a adolescência. Espero, sinceramente, que o simples exemplo seja suficiente para incutir nela o gosto pela leitura...

PS: Tem sido muito bom sair um pouco da minha zona de conforto e dividir este blog que, de certa forma, me estimula a romper a minha própria estanqueidade, de uma forma agradável. De vez em quando, é bom.

(Publicado originalmente por J em 05/10/2006)

Sobre dividir algo com alguém...

Eu sempre fui muito egoísta. OK, egoísta no bom sentido - se é que isso existe... Bem, se não existe, acabei de criar! A questão é que sempre tive muita dificuldade em dividir as coisas. Acho que isso se deve a forma como fui criado. Meus pais se separaram quando eu tinha 5 meses - sim, 5 meses, não 5 anos! Fui criado pela minha mãe e pela minha irmã, que é 5 anos mais velha (olha o número 5 aí de novo. Será que é cabalístico???). Um homem criado por 2 mulheres tende a crescer muito na sua, pois o mundo masculino é bem diferente do mundo feminino.

Além disso, minha mãe e minha irmã tinham que trabalhar, enquanto eu tinha que ficar em casa, na casa da minha avó, no colégio. Sim, cercado de pessoas, familiares ou amigos, mas quem nunca se sentiu só no meio da multidão que atire a primeira pedra. Alguém? É, como esperava, ninguém... risos

Na adolescência tinha meus amigos, mas meus problemas eram meus. O que é meu é meu e ninguém tasca. Tira o olho!!! Não gostava de dividir minhas coisas com as pessoas, principalmente as fraquezas, medos, derrotas e dúvidas. Quando era uma glória, um sucesso, uma fama, ok, vai lá, posso até ser bom, deixa o pessoal ficar sabendo. Mas os medos, dúvidas e afins, deixa pra lá.

Tinha meu mundo particular, meu universo. E isso me prejudicava demais. Por mais que tenha feito anos de terapia - voltei a fazer no início desse ano - não conseguia ver o quanto isso me prejudicava. Podia ter tido mais amigos intímos, ter crescido mais rápido, conseguido mais coisas, aquelas coisas bem citadas na música "Epitáfio" do Titãs.

Dividir o blog tem sido legal. Por mais que o "J" não blogasse por algum tempo, me segurei para não perguntar, para não cobrar. Acho que esse é um espaço tão democrático que não vale isso. Além do que eu tenho evoluído demais nesse aspecto. Hoje meus amigos me conhecem mais, sabem mais de mim, das minhas opiniões, pois divido mais a bola, sou menos egoísta. Ah, egoísta no bom sentido. Bem, já expliquei isso, né??? rs

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 04/10/2006)

Sampa (atrasado)

O que posso dizer de São Paulo?

Quando estive lá, o que me fez mais falta foi poder olhar para cima e ser capaz de me orientar na cidade só de ver qual sovaco do Cristo Redentor estaria me encarando...

;-)

(Publicado originalmente por J em 03/10/2006)

Vendas (atrasado - continuação)

Diversos autores discordam fortemente da idéia de que as recompensas extrínsecas sejam capazes de motivar as pessoas ou mesmo de alterar seu comportamento de forma perene.

Segundo Bergamini (1997), que contrapõe os dois conceitos de maneira brilhante, “percebe-se que, com base no controle extrínseco, as pessoas também se movem como se estivessem realmente motivadas; todavia, assim o fazem, simplesmente, porque elas tentam chegar às recompensas e tal comportamento se mantém somente enquanto tais recompensas estão visíveis. Outro aspecto importante é aquele que prevê que, enquanto as pessoas estão orientadas à busca das recompensas, estarão prontas a seguir o caminho mais curto possível para chegar o mais rápido que puderem a elas. Sem dúvida nenhuma, melhorar o desempenho por meio de fatores externos significa incrementar uma tendência a se fazer unicamente aquilo que será pago pelo dinheiro, deixando-se uma porta aberta a reações típicas de sabotagem. Não se conseguirá, por meio delas, um comprometimento mais profundo e duradouro com relação ao trabalho e à organização. Quando intrinsecamente motivadas, as pessoas são mais autênticas, desenvolvem maior capacidade de autonomia em administrar a si mesmas e são capazes de se relacionar com os demais de maneira mais profunda.” (...)

Assim, apesar da utilização freqüente do termo motivação extrínseca, a maioria dos autores modernos considera que referir-se a estas técnicas de manipulação do comportamento como técnicas de motivação não seria adequado, pois as mesmas não chegam a tocar a verdadeira motivação, por definição intrínseca, que jaz no interior de cada indivíduo. Na verdade, essas técnicas de manipulação de comportamento meramente buscariam subornar o indivíduo a fim de colocá-lo em movimento, ignorando o genuíno interesse que ele pudesse ter previamente, por si só, pela tarefa diante de si.

As empresas, ao decidirem tratar seus trabalhadores como máquinas sem vontade própria, acionados por estímulos e mecanismos de manipulação, não podem exigir que os seus funcionários, após isso, reajam com comprometimento e iniciativa. Se a própria empresa os estimula e ensina a comprometerem-se com o dinheiro e nada mais, como esperar que os mesmos desenvolvam lealdade pela empresa e pelo trabalho de forma mais ampla? Como esperar que, nos momentos em que seja preciso um posicionamento mais consciente, a máquina à qual o trabalhador se vê reduzido seja capaz de fazer o que é certo, independente dos controles aos quais se vê submetida?

Enfim, é impossível colocar aqui no Blog toda a problemática e a argumentação relativas a esta questão. Mas achei interessante colocar esses fragmentos de dissertação.

(Publicado originalmente por J em 03/10/2006)

Vendas (atrasado)

Tb já trabalhei com vendas e assessoramento de clientes. Para mim, o pior era ter que aturar as métricas imbecis de avaliação de desempenho com base em metas de vendas. Estou para ver um sistema que induza mais às picaretagens e ao stress do trabalhador. Essa, graças a Deus, foi uma experiência curta, mas vi os mesmos problemas em todas as empresas por onde passei, o que acabou motivando o tema da minha dissertação de mestrado, que tem me levado a uma viagem muito interessante a respeito da motivação no trabalho e do real comprometimento dos trabalhadores. Gostaria de dividir aqui alguns trechos pequenos da dissertação.

A maioria das empresas está impregnada com essa mentalidade do "faça isto e te darei aquilo" para motivar seus funcionários. Nós mesmos, quando criamos nossos filhos, adotamos esta mentalidade, sem saber do perigo que se esconde neste artifício tão simples para condicionar o comportamento alheio. É como diz Alfie Kohn, em seu livro "Punidos pelas recompensas", leitura obrigatória para gestores e pais responsáveis:

“Há um tempo para se admirar o encanto e o poder persuasivo de uma idéia influente, como há um tempo para se temer que ela nos sufoque. O tempo para nos preocupar ocorre quando a idéia se expandiu a tal modo que nem sequer a notamos e tão profundas se tornam suas raízes que nada mais representa do que o senso comum.” (KOHN, 1993)

Kohn (1993) se refere aos processos mais difundidos de gestão de Recursos Humanos nos dias de hoje, fundamentados nos princípios do Comportamentalismo e no uso intensivo de indicadores e de uma infinidade de outros controles sobre os trabalhadores, limitando sua autonomia de tal forma que se vejam literalmente forçados a direcionar seus esforços em prol da direção apontada pela empresa através dos seus sistema de indicadores. (...)

Nos dias de hoje, é cada vez mais comum nos depararmos com profissionais desmotivados, que simplesmente não conseguem extrair de seu trabalho um sentimento de satisfação ou de realização profissional. O trabalho, nesse caso, deixa de exercer seu papel fundamental como função de auto-estima e realização pessoal, tornando-se inclusive fonte de sofrimento e desilusão. Neste ponto, ele deixa de exercer seu papel crucial, passando a ser visto simplesmente como um mal necessário à obtenção de recursos para que se possa ser feliz longe dele. (...)

(continua em seguida)

(Publicado originalmente por J em 03/10/2006)

6 Coisas (atrasado...)

Caraca, faz tanto tempo que não blogo que achei que, quando fosse blogar de novo, o Jorge já teria trocado a senha! (rsrsrs) Bom, passado o momento de dedicação absoluta aos estudos, já dá para reduzir o ritmo e aproveitar os interstícios para tirar o atraso do blog!

6 coisas aleatórias sobre mim? É engraçado como o mais difícil é pensar em 6 coisas realmente aleatórias, porque minha cabeça de engenheiro começa a tentar sistematizar as coisas, mesmo quando não quero. Mas vou tentar:

1. Eu gosto de falar sozinho, quando estou empolgado na organização ou na solução de algum problema difícil, seja no trabalho, seja em casa.

2. Não troco um prato de salgadinhos por nenhum doce do mundo.

3. Me considero mais velho (em termos de vivência) do que minha idade aparentaria.

4. Adoro revistas em quadrinhos, sobretudo do Homem-Aranha e dos X-Men.

5. Sou muito irônico e crítico. Isso tem melhorado com a idade, mas ainda é uma característica muito marcante.

6. Tenho uma pinta preta de estimação debaixo do sovaco direito.

Aleatório é aleatório...

(Publicado originalmente por J em 03/10/2006)

Caminhos Cruzados

Às vezes fico pensando nos caminhos que a vida nos leva. Não sou a favor do "deixe a vida me levar" do Zeca Pagodinho, até porque acho que quem não sabe o que procura não vê o que encontra. Porém, a vida é interessante porque nós não sabemos ao certo como será o dia de amanhã. Fazemos planos, queremos coisas, porém sempre tem o fator surpresa, que pode ser positivo ou negativo. Cabe a nós torcemos para que eles sejam na grande maioria positivos.

É interessante notar o mundo de possibilidades que a vida nos porporciona. E se não fossemos ao cinema naquele dia, será que conheceríamos aquela pessoa que mudaria nossa vida? E se não tivéssemos ido à praia naquele dia que o sol nem tava tão forte, iríamos fazer um novo amigo? E se ao invés de pegar um caminho na rua, fossemos por outro, será que iríamos rever aquele amigo de infância? E se não tivessemos dito "eu te amo" naquele momento, será que teríamos ouvido um "eu também te amo" logo em seguida? Enfim, esses são exemplos hipotéticos, mas que podem ocorrer - e tenho certeza que ocorrem - a cada minuto.

Eu lembrei desse assunto devido ao final de semana. Encontrei alguns amigos que não estava falando diariamente e pude ver a "teia" que nos envolve. Um amigo que conheci, que apresentou outro e daí por diante. Outro que decidiu entrar no meu msn, depois de anos que nos conhecíamos de vista e passou a ser um amigo especial. Amigos de universidade, que encontrei porque decidi fazer engenharia. São histórias que aconteceram comigo e que me orgulho de tê-las para contar. Ainda me pergunto às vezes como seria diferente se eu tivesse feito outro curso universitário, se eu tivesse seguido outros caminhos, se tivesse feito outras coisas.


Mas o fato é que os caminhos que segui são meus, sejam eles bons ou ruins. Decisões que tomei, amigos que fiz, amigos que perdi. O blog tem me ajudado a escrever um pouco dessa minha história, para que eu sempre me lembre que, apesar de todos esses caminhos sinuosos, essas mudanças, a vida é bela e merece ser vivida ao máximo sempre!

(Publicado por Jorge Costa em 02/10/2006)

Corpos malhados, sorrisos talhados

Pelas minhas andanças no Brasil, não pude notar uma cidade que chegue aos pés do RJ na questão do culto ao corpo. Talvez por ser uma cidade grande, turística e litorânea, isso aconteça. Não sei se são essas somente as questões, porém sei que tem uma grnade influência. Cada dia abrem mais academias, lojas de suplementos, equipamentos de musculação e ginástica. Acho super bacana cuidar do corpo, por questões estética e de saúde. Porém, não se deve perder o controle sobre isso.

Eu aderi a essa onda também. Há um ano venho malhando pesado. Resultados apareceram, depois de muita malhação, dietas hipercalóricas e horas de personal. Hoje levo na boa ter que malhar. Entrou na minha rotina, assim como tomar banho, escovar os dentes e colocar a lente. É mais uma rotina, só que mais pesada e demorada. O meu ganho tem me feito bem e isso importa muito.

Mas, por outro lado, vejo pessoas que querem esse corpo saradão a qualquer custo. Aí entram os anabolizantes. Não tô aqui para condenar, discordar e muito menos apoiar o uso desse tipo de droga. Entretanto, acho que as pessoas que fazem uso disso tem que pensar o porquê dessa atitude. É para adquirir um corpão do dia para a noite? Com qual intenção? É por vontade própria ou somente para seguir padrões estéticos? É uma vontade ou obrigação? Além disso, deve ser pensado um pouquinho nas possíveis reações que o corpo pode vir a ter com o uso de anabolizantes.

Sou a favor de que as pessoas fiquem mais bonitas, se produzam, vistam roupas novas, façam, criem e inventem seus estilos. Mas há de ser lembrado que tudo tem seu tempo e ele tem que ser respeitado. Tudo que se consegue de maneira rápida e fácil, também vai embora dessa forma e pode deixar marcas, que dificilmente serão esquecidas. Eu acredito em trabalho. Acho que para tudo na vida, se quisermos muito e lutarmos, podemos conseguir. Então, continuo minha jornada quase diária de malhação, suando, comendo em horários regrados, com algumas restrições ou quase exageros. Isso é um método e é o qual adotei, por livre e espontânea vontade. Se tem funcionado? Sim, tem. Talvez porque ele seja meu, personalizado, na expectativa de obter resultados de acordo com minhas possibilidades. Será esse o espírito da coisa???

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 30/09/2006)

Não faz mal, eu tô carente mas eu tô legal!!!

Tem uma música da Ana Carolina que diz: "Ficar sozinho é pra quem tem coragem". Eu acho que muitos que estão sozinhos não tem essa noção. Estar sozinho, para muitos, é muito chato. Daí, quando começa um namoro novo, tudo é ótimo. Quando o namoro avança, dá vontade de voltar a vida de solteiro, poder sair quando der na telha, pegar geral. É sempre uma dualidade.

Porém, estar sozinho pode ser visto como na canção ou como estar renegado, sem ninguém. Estar solteiro e ver com bons olhos, em momentos que queremos estar com alguém, é difícil, porém é necessário. Porque senão pegamos a fantasia de princesa ou príncipe encantado e colocamos na primeira pessoa que aparecer na nossa frente, a primeira que sorrir diferente. E eu acho que para dividir algo com alguém, namorar, tem que ser uma pessoa especial, que tenha afinidades, boa vontade e outros requisitos.

Portanto, para namorar, tem que ser igual a votar: temos que conhecer as propostas, ver o caráter, a ficha. E se não tiver ninguém legal, o voto pode ser nulo. Ou então nem votar, pois nesse caso, não é obrigatório!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 28/09/2006)

Boss

Essa semana fiquei lembrando dos chefes que já tive. Vi que foram vários, mesmo só tendo trabalhado em uma única empresa. Mas o que me pegou a esse assunto foi justamente a diversidade de estilos entre eles. Uns são mais camaradas, outros foram mais carrascos, mas o fato é que consegui tirar boas lições de todos eles. Dentre meus ex-chefes, um é leitor do blog e fez aniversário no final de semana passado. Quero aproveitar e deixar registrado meus votos de felicidades a ele por aqui. Afinal, esse tema surgiu quando ele falou que queria uma "dedicatória" por aqui.

Esse cara surgiu na empresa em um momento em que eu era visto por alguns como um possível sucessor para a vaga. Porém, por mais que eu quisesse uma promoção, sabia que não era minha vez. Então, fiz de tudo para poder complementar minhas deficiências, aprendendo com o cara que a empresa escolheu. Foi uma experiência muito feliz e saudável para mim. Acho que ele viu que eu era uma pessoa que queria crescer, porém de uma forma construtiva e honesta. E ele queria aprender mais sobre a empresa. Sem dizer uma palavra sobre isso, estabelecemos uma relação de confiança, onde trocávamos de vez em quando os papéis de "mestre" e "aprendiz". Nesse tempo, pude aprender a passar informações sem medo, de compartilhar, trabalhar em equipe e pude ver que os meus sonhos e devaneios poderiam sim se tornarem realidade. Sempre quis fazer projetos maiores dentro da empresa e eles se tornaram possíveis. Com isso, pude notar que muitas vezes também eu me limitava e que o impossível não existe, se tratando do mundo corporativo.

Mais do que esse aprendizado, pude conhecer um cara bacana, cheio de virtudes e com seus defeitos, pois é acima de tudo, um ser humano. Um homem em fase de aprendizado e que não tinha a menor vergonha em perguntar, expor a dúvida, dividir. Acho que essa foi a fórmula encontrada por ele para poder ser um homem de sucesso. Apesar do aniversário desse cara ter sido no dia 23, ainda há tempo para homenagens. Espero que ele utilize toda essa camaradagem e sabedoria em todos os âmbitos de sua vida e que isso o faça cada vez mais ímpar, em um mundo onde muitos se vangloriam de serem iguais a alguém. Portanto, parabéns my friend Marcos Terra. Big Hug!!!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 26/09/2006)

Era uma casa muito engraçada...

Ainda continuando minhas aventuras por Sampa, a Carla me apresentou (como um blogueiro, acho que foi a primeira vez que me chamara assim - me senti meio estranho, mas lisonjeado) à Tuka. Já tinha feito uma visita rápido no seu blog - Casa da Tuka - e agora pude entrar e ver com maiores detalhes os textos.

Recomendo a todos que visitem o blog dela, está nos meus links. Mais um blog para eu poder visitar, comentar e poder me servir como inspiração. Tuka, sem querer, invadi sua casa!!!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 20/09/2006)

Sampa

Alguma coisa acontece no meu coração... Eu não chego a ter os sentimentos do Caetano Veloso por SP, porém confesso que é uma cidade que me atrai. Como um bom carioca, poderia ter alimentado a rivalidade entre as cidades, mas eu não acho saudável, pois a meu ver, são quase complementares. Enquanto o RJ é uma cidade que é belíssima e tem n atrações durante o dia, São Paulo fascina pela noite. Ela me desperta meu lado notívago, de querer sair, descobrir pessoas e lugares. Mas nem só da noite vivem os encantos de SP. Eu adoro caminhar pela cidade, pois SP é uma perdição para quem adora gastar. Tem várias lojas bacanas, novidades, muita moda. Um passeio pelos Jardins sempre me faz ficar melhor e um pouco mais pobre, tenho de confessar.

Além de tudo, SP me trouxe vários amigos. São tantos que conheci pela empresa, pelas saídas à noite, por amigos de amigos, internet... Enfim, hoje para mim é um mega prazer passar um final de semana pela cidade. Tem sempre festas, programações culturais, novidades em geral. É obrigatório ir na Livraria Cultura, FNAC, Av. Paulista, Ibirapuera, dentre outros lugares. Tem também ótimas opções de comida, desde algumas mais refinadas, como o Famiglia Mancini, até algumas bem legais também, como o Galeto's, America e Wraps.

Voltando aos amigos, é um grande prazer estar na cidade e poder revê-los. São tantos que nem consigo conciliar, porém tento dar conta. Ter amigos, mesmo com a distância é uma ótima sensação. Me sinto acolhido e a minha lista de amigos só vem crescendo. Sábado passado fiquei em SP para o niver do Deyves e do Cláudio. Fui muito bem recebido, apesar de ter ido com uma camisa vermelha estampada "CARIOCA" no peito. Isso só confirma que essa onda de inimizade entre as cidades não está com nada. Por isso, indico a todos os meus amigos cariocas e paulistas que conheçam ambas as cidades. Criar barreiras só faz mal à nós mesmos. Esse post nada mais é do que um agradecimento aos paulistanos por me acolherem tão bem nessa cidade, que é muito especial! O que faz uma cidade são as pessoas, talvez por isso SP represente muito para mim!!!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 20/09/2006)

Vendas

Trabalhar com vendas é ter uma novidade a cada dia. É um trabalho estressante, no qual é exigido muita dedicação, força de vontade, capacidade de liderança, um forte poder de argumentação e muita persuasão. Além disso, me exige ter que viajar muitas vezes, deixar as coisas de lado, pegar um avião rumo a cidades nem tão atraentes. Levantar cedo, dormir tarde!

Esse mês, por exemplo, ainda irei para Interior de SP, SP Capital, Ubá, Porto Alegre, Bento Gonçalves e Curitiba. Ainda há possibilidade de inclusão de Cuiabá nesse roteiro! Bem, torço para que não seja necessário, a não ser que saia um mega pedido.

Eu trabalhei por muito tempo com Marketing. Nessa função eu trabalhava demais, porém meu nível de frustração era mínimo. Já com vendas, posso trabalhar as mesmas horas e meu nível de frustração será sempre bem maior. É porque em vendas dependo bem mais de n situações. Dependo de clientes, da produção, da economia, de transporte, qualidade... Enfim, não dá para centralizar e apurar todos os detalhes. É mais difícil para mim.

Outro fator interessante é a meta do mês. Começamos o mês ajustando as metas, vendo como fechou o mês anterior, planejando ações e viagens. Daí começa a correria, que dura até meia noite do último dia do mês. Não tem descanso. É uma trip sem fim. Me lembra os loops que estudei em "Introdução ao Computador". Acho que agora algumas matérias da Engenharia estão sendo úteis para mim... rs

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 13/09/2006)

Vendas

Trabalhar com vendas é ter uma novidade a cada dia. É um trabalho estressante, no qual é exigido muita dedicação, força de vontade, capacidade de liderança, um forte poder de argumentação e muita persuasão. Além disso, me exige ter que viajar muitas vezes, deixar as coisas de lado, pegar um avião rumo a cidades nem tão atraentes. Levantar cedo, dormir tarde!

Esse mês, por exemplo, ainda irei para Interior de SP, SP Capital, Ubá, Porto Alegre, Bento Gonçalves e Curitiba. Ainda há possibilidade de inclusão de Cuiabá nesse roteiro! Bem, torço para que não seja necessário, a não ser que saia um mega pedido.

Eu trabalhei por muito tempo com Marketing. Nessa função eu trabalhava demais, porém meu nível de frustração era mínimo. Já com vendas, posso trabalhar as mesmas horas e meu nível de frustração será sempre bem maior. É porque em vendas dependo bem mais de n situações. Dependo de clientes, da produção, da economia, de transporte, qualidade... Enfim, não dá para centralizar e apurar todos os detalhes. É mais difícil para mim.

Outro fator interessante é a meta do mês. Começamos o mês ajustando as metas, vendo como fechou o mês anterior, planejando ações e viagens. Daí começa a correria, que dura até meia noite do último dia do mês. Não tem descanso. É uma trip sem fim. Me lembra os loops que estudei em "Introdução ao Computador". Acho que agora algumas matérias da Engenharia estão sendo úteis para mim... rs

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 13/09/2006)

6 coisas

A minha amiga Carla me fez uma proposta no seu blog interessante. Antes de ler o que era, sabia que seria algo legal, pois vindo da Carla, tinha de ser coisa interessante! Bem, a idéia é eu falar 6 coisas aleatórias sobre mim. Como esse blog é comunitário, quero também que o J, meu bat-parceiro, divague sobre o tema também. Bem, vou tentar pensar bem aleatoriamente, para não usar tanto o racional. Logo, não me responsabilizo pelo que escreverei... rs. Vamos lá:

1) Eu tenho uma tendência a colecionar coisas, o que me deixa meio doido às vezes. Tinha uma época que quase todos já tinham aparelho de DVD e eu resistia a não ter um. O motivo era simples: eu sabia que a partir do dia que eu tivesse um aparelho, eu iria virar um colecionador de filmes, séries, shows, documentários e afins. Conclusão: hoje tenho mais de 200 DVD's em casa e me falta lugar para guardá-los e tempo de assisti-los.

2) Eu adoro falar ao telefone, principalmente em viagens. Às vezes tenho que me controlar para não gastar demais os créditos. Mas acho que o motivo disso é que acabo sentindo falta de casa, do contato diário com os amigos, de falar seja pessoalmente, via telefone, orkut ou msn.

3) Eu quase durmo ao volante, principalmente em estradas. Tenho que dirigir em alguns momentos sem óculos escuros, contar até mil, lembrar de coisas engraçadas, manter o cérebro ocupado. Nem que seja cantando em alto e bom tom (azar de quem estiver comigo) ou usando o celular - olha ele aí de novo!!!!

4) Adoro bebidas geladas e não suporto nenhuma quente. Chá, café, café-com-leite, chocolate quente, essas coisas não tolero. Bebida pra mim tem que ser gelada. Ice tea, suco bem gelado, milk shake (de preferência de morango e bem batido, do Bob's ou do Joe & Leo's) caem super bem, a qualquer hora do dia.

5) Voltei a fazer análise esse ano. Já tinha feito em 2 momentos de minha vida: um no final da adolescência (dos 16 aos 17 anos, mais ou menos) e dos 20 aos 25. Porém, eu sempre tive vergonha de admitir. Escondia isso de meus parentes e amigos. Na adolescência, quando estava na casa da minha avó e tinha que ir na psicóloga, eu inventava que iria em casa, que iria na locadora, enfim, tudo menos dizer que ia na análise. Hoje lido bem com isso, falo para amigos e colegas de trabalho. Até me acham chique!!! rs

6) Tenho uma tendência a citar frases de filmes e trechos de música. Quem lê o blog já deve ter percebido. Na época da universidade, um amigo me chamava de jukebox. É engraçado, mas adoro guardar trechos para poder citar em alguns momentos. Acho super legal esses encaixes. Me dá a sensação de entender melhor as coisas, sei lá...

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 11/09/2006)

Parem de falar mal da rotina!

Domingo passado fui ao teatro ver a peça "Parem de falar mal da rotina", da Elisa Lucinda. A peça era uma indicação da minha amiga Carla (blogueira, o link do blog dela está na página), que viu e adorou. Eu conheço pouco o trabalho da Elisa. A conhecia mais como atriz. Como poetisa, já havia ouvido alguns poemas com a Ana Carolina, em seus shows e DVD's. Na peça, antes de começar, dá para ver outra faceta dela: cantora. Ela canta e tem um ótimo repertório. Músicas ótimas, como "Ferrugem", do Djavan e Orlando Morais. Acho essa música fantástica e sempre me emociono ao escutá-la.

A peça é, como a própria Elisa define, quase um "programa de auditório". Ela fala sobre situações corriqueiras, do nosso dia-a-dia. É sempre interessante notar que as melhores piadas e situações ocorrem muitas vezes na nossa frente. Temos que ter mais atenção ao andar na rua. Esse é o bacana da peça. Acredito que cada vez mais nós estamos sempre com pressa, distraídos, sem prestar muita atenção aos outros, às paisagens que nos cercam...

Quem disse que o cotidiano tem de ser ruim? Claro que não! Nós fazemos nosso dia-a-dia. Podemos torná-lo mais interessante sobre vários aspectos. Devemos experimentar novos caminhos, ler novos livros, conhecer novas pessoas, andar mais a pé, ao invés de ficarmos horas a fio somente na internet, dentro de casa ou pior, vendo novela ou Faustão (argh!!!) - "me abrace e me dê um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo..."

A palavra de ordem é experimentar! Devemos experimentar novas coisas, fazer coisas diferenças e fazer diferença!!! Isso para nós mesmos. Não tem graça fazer tudo igual. Isso é um defeito. É chato. Como diria Chico Buarque em "Cotidiano", "todo dia ela faz tudo sempre igual".
É legal poder mudar, vivenciar e ver que tem muita coisa legal para fazer, muita bondade para distribuir pelo mundo. Essa deve ser nossa luta. Não vamos esperar os políticos fazerem apenas. Vamos agir com mais educação, com mais serenidade, explicar mais, punir menos, agir mais, falar menos. Não vamos falar mal da rotina. Vamos viver as nossas rotinas e torná-las agradáveis, diferentes e surpreendentes!

A peça "Parem de falar mal da rotina" está em cartaz no Teatro do Sesi, no Centro do RJ, até o dia 29/10/06. O ingresso custa R$20,00 e a peça é apresentada aos sábados e domingos, às 19h. São quase 2h30 de muita diversão e muita reflexão. Fica a dica!!!

(Publicada originalmente por Jorge Costa em 07/09/2006)

O tempo não pára

Quase todo mundo costuma reclamar do tempo. Ele sempre falta, principalmente quando as tarefas vão se acumulando. Temos que dar conta de n coisas em um curto espaço de tempo e parece que o tempo simplesmente voa. Porém, eu sempre costumo dizer que o tempo é a coisa mais justa que Deus fez, pois o dia tem 24 horas para todos. É igualzinho! O dia tem 24 horas para mim, para você que está lendo, para o Lula, para o Papa... Até para "Jack Bauer"!!! Bem, mas para ele, realmente, o tempo dá para fazer muuuuuiiiiiiiita coisa. Só na ficção mesmo!!!

Coloquei no título uma canção do Cazuza, na qual ele se refere ao tempo como algo mais abrangente, não necessariamente a um dia, uma semana, um mês. É o tempo voando quando percebemos que aquele primo já não é mais uma criança, quando um filho começa a namorar, quando aparecem rugas, quando o fôlego já não é mais o mesmo, quando já não se pode dirigir a esmo e à mil por hora. Enfim, o tempo realmente não para. E isso é bom! Sim, pois são as mudanças, esses acontecimentos, que nos fazem evoluir, seguir em frente. As mudanças, graças a Deus, ocorrem.

Como diria o Nando Reis, "é bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer". Portanto, eu sempre me sinto na obrigação de continuar a evoluir. Sim, com cabelos brancos aparecendo, algumas ruguinhas, mas tudo dá para disfarçar. É importante reconhecer as limitações e trabalhá-las, de forma a sempre melhorar. Sim, para tudo tem jeito. Só a morte que não. Então, a vida segue, as coisas mudam, todos evoluímos e se não tiver graça nessas coisas, se não conseguirmos enxergar tudo isso sob um aspecto bom, vai ficar difícil. O tempo não para, a vida não para e nós não podemos parar. Enxergar o futuro com uma leveza, com bom humor, é primordial. Vamos em frente!!!

(Publicado originalmene por Jorge Costa em 07/09/2006)

Fiquei pra titio...

Ontem nasceu a minha sobrinha. Mais uma "Costa" no mundo.


Que ela venha ser muito feliz e trazer muitas felicidades para todos que conviverem com ela. Espero poder ajudá-la a ser uma pessoa que se destaque, tenha princípios e entenda um pouco mais o mundo em que vivemos. E que possa ajudar a transformar as coisas a sua volta, ajudar o próxima, melhorar o ambiente em que vivemos. Pois mudar o mundo não é papel somente dos governantes. Cabe a nós fazer isso também a cada dia.

Juliana, ou Juju, nasceu dia 31/08, com 3,125Kg e 49cm. A emoção que tive ao vê-la no berçário, com os olhos abertos e se mexendo é indescritível. Ao olhá-la, pensei comigo mesmo: "Ah, é você, Juju!!!" É impressionante, pois pensava nela e não sabia bem como seria seu rosto, sua expressão. Foi ótimo ter essa primeira visão. Ah, e antes de fechar o post, já bastante emocionado ao relembrar a cena, afirmo: a Juju é linda!!!! rs

Para quem quiser vê-la, acesse o site: www.perinatal.com.br.

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 01/09/2006)

Sexo!!!

Outro dia estava lendo no Globo Online notícias na página de Cultura e de repente me deparo com várias notícias sobre a Dona Nelly. Para quem não sabe, é a senhora que falou sobre masturbação na novela "Páginas da Vida". Na seção de cartas, comentários e discussões, o nome dela aparece em primeiro lugar em todos os quesitos. Li que no orkut existem mais de 50 comunidades só falando dela. Eu não vejo novela, mas nesse dia estava em casa, me preparando para sair e acabei escutando parte do depoimento. Minha mãe ficou um pouco chocada e reagiu de uma forma um pouco constrangida com aquilo. Acredito que ninguém quer discutir sexualidade em plena novela das oito. Ver uma cena de sexo, vai lá. Mas alguém falar, verbalizar, as pessoas se sentem chocadas. Tadinhas!!!

Na verdade, acho que esse problema - assim como vários outros problemas do nosso país - é devido a falta de uma educação decente no Brasil. Com isso, vivemos num país com um falso moralismo, onde as pessoas acham que não devemos falar sobre sexo, que é mais fácil os filhos aprenderem sozinho. Enquanto isso, avançam os casos de AIDS, gravidez na adolescência, doenças em geral e não somente isso, mas também uma sexualidade míope e obtusa. O sexo, que tem tudo para ser algo legal, acaba sendo visto como proibitivo, sujo, que não se deve comentar. Com isso, cresce a falta de informação, esclarecimento e respeito a sexualidade, principalmente com a mulher. Para nós homens, as coisas são mais permissivas e, dessa forma, nos faz ser "superiores" perante a mulher. Isso é errado. No amor e no sexo não há melhor, nem pior. Ambos são iguais e devem buscar aquilo que os complemente.

Num país onde o preconceito é muito grande, não dá para se achar que uma senhora falando sobre masturbação seria algo normal. Eu quando escutei o depoimento, achei legal ela falar sobre isso, apesar de achar que ela poderia ter tido uma melhor orientação da própria emissora. No meu ponto de vista, houve uma falta de preocupação e a novela conseguiu o que queria: chocar. Essa é uma maneira muito ruim de se conseguir isso, pois se utiliza de uma lacuna nas pessoas e usa isso de forma errônea. Não é legal pegar as pessoas pelo seu ponto fraco. Ainda mais se falando em uma novela assistida por milhões de pessoas.

Esse fato me fez lembrar do filme "Procura-se Amy". É um filme muito liberal, onde sexo, raças e gostos são discutidos sem menor constrangimento. Para quem não viu, é um filme onde um cartunista de história em quadrinhos se apaixona por uma mulher. E descobre que ela é, nada mais, nada menos, lésbica! Apesar disso, ele continua investindo. Vou parar por aqui para não estragar. Mas vele dar uma conferida. Pois bem, no filme, a uma certa hora, o cara pergunta se ela já havia transado com homens. Ela diz que não. Ele então conclui e afirma que então ela é virgem!!! Ela toca num ponto bem interessante: se nunca transou com um homem, então ela seria virgem, só por causa da ausência do pênis na relação??? É claro que a personagem não era virgem por não ter transado com homens, mas a primeira reação dele foi essa. Acho que na verdade pouco sabemos sobre sexo e muito menos queremos discutir isso no dia-a-dia.

A MTV já atuou bem no sentido de melhorar a informação sobre sexo na TV. Isso era na época que o Jairo Bouer tinha um programa. Porém, hoje, ela prefere deixar a Penélope Nova dar dicas. Me pergunto: quem é a Penélope para dar dicas? Instruir em uma televisão que fala diretamente com os jovens... O programa dela é até bem divertido, porém não pode ser encarado como algo sério. Tem que deixar bem claro que é uma brincadeira na TV. A intenção é boa, mas serve mais para divertir do que informar. Mesmo assim, já é um passo. Por isso, nós que temos um pouco mais de informação, devemos dividi-la sempre com os outros. Seja em termos de sexualidade, relacionamento, comportamento, política ou cultura. O importante é transmitir a informação e trocar conhecimento!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 31/08/206)

Nota de esclarecimento II

Isso aí, apoiado! Por conta disso, também mudarei minha assinatura! Daqui por diante, também assinarei "Jorge Costa"!

Hehehehehe, brincadeirinha.....

(Publicado originalmente por J em 29/08/206)

Nota de esclarecimento

No início do blog, eu assinava o meu nome: Jorge Costa. Já meu outro amigo, que divide o blog comigo e prefere o anonimato (risos), se identifica como "J" apenas. Como o título do blog é J&Js, topamos colocar ambos como "J", mas acredito que isso está dando uma grande confusão nos amigos.

Então, a partir de agora, assinarei como Jorge. Já o meu amigo continuará como "J". A propósito, no post abaixo, digo para a minha amiga Carla que não casei e não terei filhos. Mas serei titio essa semana!!!

Enfim, a proposta do nosso blog não é explicar e ser convencional. Porém, estava confundindo demais e agora vamos colocar um pouco mais de explicação. Até "LOST" fez isso. E a audiência cresceu!!! Então, que venham mais leitores e mais sucesso. Eu, como um bom leonino, agradeço o sucesso que virá!!! rs

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 27/08/2006)

Sobre minha filha - primeiro post de muuuuitos que virão

Sempre falo para a minha esposa: o amor da gente virou gente.

Lembro de uma professora na faculdade que dizia que o ato de reprodução deveria ser totalmente separado do ato sexual. No ato sexual, permaneceria tudo aquilo que é gostoso e que une um casal. No entanto, para a reprodução, deveria haver um ritual dolorosíssimo e que durasse horas de um esforço excruciante e que exigisse uma preparação e uma dedicação fervorosa, a fim de, finalmente, gerar uma criança. Dessa forma, ficaria assegurado que nenhuma criança jamais nascesse sem ter sido muito querida pelos pais. É uma idéia maravilhosa mas, infelizmente, se fosse assim, a humanidade já estaria extinta há muito tempo...
Graças a Deus, minha filha não precisou de nenhum ritual excruciante de dor para que nós a amássemos e a quiséssemos desde muito antes dela ser concebida.

Isso não é força de expressão pois, ironicamente, a pessoa mais racionalista que eu conheço (eu mesmo) passou pela experiência do amor à primeira vista. Resultado: com duas semanas de namoro, o nome da Julia já estava decidido e, seis meses depois, os pais dela não suportaram esperar o tempo ditado pelos protocolos e tabus e se casaram. Totalmente fora do "normal", ainda mais pelo contexto da época (papo para outro dia, quem sabe...). Mas funcionou. Estamos juntos e felicíssimos há quase 3 anos e o amor da gente acaba de virar gente.

Não dá pra descrever o que eu sinto pela chegada da nossa filha. Pegue todos os chavões, bata no liquidificador, misture com guaraná em pó e tome. Ainda assim, não vai chegar nem perto. Converso com ela toda noite, e toda noite tenho vontade de chorar quando ela, da pequenez de seus 5 meses e uns quebrados de gestação, reconhece a minha voz e começa a se mexer.

O processo já começou! Ainda nem a peguei no colo e já me vejo impulsionado a tentar enxarcar esse ser humano novo de um amor que, um dia, possa transbordar para o mundo através de uma pessoa que seja simplesmente feliz e capaz de fazer os outros também felizes. Sou eu, ali. É a mulher que eu amo, na mesma pessoa. E, ao mesmo tempo, uma pessoa totalmente diferente, que vou ter que descobrir e cativar.

Não entendeu nada? É, né........

Confie então em um racionalista de carteirinha: não é pra entender mesmo.

(Publicada originalmente por J em 24/08/2006)

500 acessos

Quinhentos acessos ao blog foram completados. Queremos que avance para 1000, 2000 e assim por diante...

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 24/08/2006)

Sobre bebês...

Escrever esse blog tem sido muito interessante. É uma forma de me expressar em formas de palavras escritas para amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos... Acredito que quando escrevemos, nós verbalizamos nossos pensamentos de uma outra forma. A maioria das pessoas falam, falam, falam, mas não curtem muito ler e muito menos escrever. Acho que a escrita é uma virtude que deve ser experimentada por todos!

Foi através da escrita que me aproximei de alguns amigos. O "J", por exemplo, que divide esse blog comigo, já era um amigo, mas não tão próximo. E posso dizer que foi através da palavra que nos tornamos mais próximos.

Além da sintonia percebida e também do fato de termos amigos em comum, agora nos unimos mais através de n assuntos. Recebi ontem um e-mail do "J" que falava sobre filhos. Resolvi escrever sobre esse assunto, pois estou prestes a ser tio. É a minha primeira sobrinha. Pelo menos "sobrinha de sangue", já que tenho outros sobrinhos, como a Maria Luísa, Maria Clara, Giovanna...

Minha sobrinha deve chegar ao mundo semana que vem. É um sentimento engraçado. Pois eu já amo uma pessoa que nem sei qual é o rosto, como será a voz, cor dos olhos, do cabelo. E pensar na Juju (Juliana, minha sobrinha) me vem à cabeça sentimentos de amor, mas um amor diferente, realmente. O "J" me disse que os sentimentos dele também são de tanto amor, mas uma forma também diferenciada. Até porque muitas vezes nós dizemos "eu te amo" para pessoa que não deveríamos ou sem mesmo estar sentindo.

Para fechar esse assunto, coloco abaixo uma letra de um dos meus compositores preferidos, o Moska. A música (intitulada "Não deveria se chamar amor") ele fez para o filho dele quando nasceu e acho que reflete bastante sobre o que relatei acima.

O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvem
Pois muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme que nunca assisti antes

Poderia se chamar labirinto
Pois sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar aurora
Pois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta, mas sei que não é assim

Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar universo
Porque nunca o entenderei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer aventureiro

Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo

(Publicado originalmente por Jorge costa em 23/08/2006)

Anúncio da Ford

Outro dia estava lendo uma revista e um anúncio da Ford me chamou atenção. Estava em um cliente e não titubeei: arranquei a página do anúncio para poder blogar o texto!!!


A idéia do novo me fascina e assusta ao mesmo tempo. Além disso, há uma citação de que os sonhos não envelhecem. E esse tema já foi abordado por aqui. Achei muito legal e decidi compartilhar com vocês:

O Novo incomoda.

Por quê?

Porque desafia.

Mas, queiram ou não, o novo sempre vem.

E, para nossa felicidade,

O novo geralmente vence.

E, quando o novo vence,

A máquina do mundo gira melhor.

Novos projetos deixam as tristezas

Numa agenda que não se abre mais.

Novas crianças surgem para nos dar as mãos.

Novos passos exigem de nós coragem.

O novo é belo porque nos muda,

Nos leva a novas estações.

O novo nos torna pessoas melhores

Porque nos torna novas pessoas.

O novo é lindo.

Assim como os sonhos,

O novo não envelhece.

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 22/08/2006)

"O melhor lugar do mundo é aqui e agora"

Ao escrever essa música, o nosso ilustre Ministro da Cultura não devia estar passando uma semana em Arapongas, no Paraná! (risos)

O início é só para descontrair e dizer que estou "de castigo" aqui, em Arapongas. Deve ser algo que fiquei devendo do inferno astral, não sei. Ou será a famosa "crise dos 30"???

Mas falando sério, acredito na frase do Gil. Acho que podemos sempre fazer do lugar que temos, do momento que estamos vivendo, o melhor. Não adianta ficarmos só olhando para o futuro, para ver se tem luz no fim do túnel e não vivermos o presente. Me lembro do filme "3 formas de amar", no qual uma personagem diz ao final que o mais importante não é aonde se chegou e sim o caminho pelo qual se chegou (me desculpem os mega fãs do filme, mas apesar da fala não ser idêntica, a idéia pode ser assim resumida).

Muitas vezes me deparei vivendo situações parecidas. Como querer muito chegar em algum lugar, obter alguma coisa, que acabava me esquecendo de viver o caminho, o presente. Se agarrar a algo que está no futuro pode ser ruim. Temos que nos balizar no passado e planejar o futuro. Porém, deixar de viver o presente, é imbecilidade.

Hoje, aos 30 anos, vejo o quanto isso é importante. O quanto quis chegar aos 25, 26...30 anos e vejo que o mais gostoso de tudo foi poder viver, adquirir experiência e maturidade, para hoje seguir em frente com minha vida. Como disse meu amigo J na homenagem ao meu aniversário, hoje posso me orgulhar de ter n amigos e cada um de uma tribo diferente. Poder me reunir com os amigos, conversar desde papo cabeça até algo mais popular ou mesmo bizarro, é fundamental para mim. Lidar com pessoas diferentes, saber viver cada momento e extrair o melhor deles, tem sido um aprendizado indiscutível. No dia em que todos nós podermos viver nossos dias como se fossem únicos, respeitar as limitações, as diferenças, os erros e os acertos, o melhor lugar do mundo será, com certeza, aqui e agora!!!

(Publicado originalmente por Jorge Costa em 15/08/2006)

The Daily Show with Jon Stewart

Complementando, tem um programa que passa na CNN, chamado "The Daily Show", apresentado por um cara chamado Jon Stewart. Ele é muuuuuuuito foda, inteligente pra cacete, sarcástico, crítico, debochado e criativo. A proposta do programa é justamente de debochar das notícias do dia. O cara deve ser nova-iorquino, pois ele tem sido um dos maiores críticos do Bush, da Guerra no Iraque e das contradições recentes dos EUA.

Vale MUITO a pena ver. Ele fala um pouco rápido mas, com o tempo, se você sabe Inglês, dá pra pegar quase tudo que ele fala. Seguem os links:

http://www.youtube.com/watch?v=V4Nlkc3BLP4

http://www.youtube.com/watch?v=LmenXleZCXc

http://www.youtube.com/watch?v=OPd-yubPdx4

Muuuuuito foda!

(Publicado originalmente por J em 14/08/2006)

"V" for Vendetta

Vi um filme esse final de semana que me botou para pensar. "V de Vingança" ("V for Vendetta"), dos pinéis irmãos Wachowsky, aqueles mesmo do Matrix, baseado numa história em quadrinhos clássica do (sempre foda) inglês Alan Moore.

Resumindo (aconselho ver o filme antes de terminar o post, mas tb não vou escrever nada muito maior que a sinopse), o filme conta a história de uma Inglaterra tomada por um regime totalitário. As pessoas são constantemente vigiadas, os meios de comunicação sofrem censura, as liberdades individuais foram pro saco, toque de recolher, etc.

As coisas chegam a esse ponto quando a superpotência americana entra em colapso (o filme fala em atoleiro de guerras, guerra civil e guerra biológica). Com isso, a Inglaterra é forçada a endurecer e a se fechar, a fim de sobreviver à crise mundial. Vê se vc não tem a impressão de ter visto essa história antes: começam a cortar as liberdades individuais, "pelo bem e pela segurança da coletividade". Em pouco tempo, os islâmicos são expurgados do país, como ameaça à segurança nacional. Depois, rodam quaisquer opositores do regime de linha dura. Começam as prisões políticas, os desaparecimentos, torturas e mortes. Em pouco tempo, qualquer um que não viva segundo a cartilha do Estado passa a ser perseguido, seja por diferença política, de credo, de raça e até mesmo de opção sexual. Tudo que é diferente vira uma ameaça.

Em um dado momento, surge um líder de mão de ferro, o "Chanceler". Para consolidar seu poder e conquistar o apoio popular, eles se aproveitam da atmosfera de medo e, para potencializá-lo e usá-lo em seu favor, dizimam 80 mil pessoas (na Inglaterra mesmo) com uma praga biológica que eles mesmos criaram, colocando a culpa em grupos terroristas. Assim, o medo da população é alimentado e moldado, a fim de se criar um regime totalitário (e eu continuo com aquela sensação de "déjà vu").

Surge então uma figura, conhecida somente como "V", que passa a lutar por vingança e pela derrubada desse regime. Mas o que um único cara pode fazer contra um Estado opressor? A resposta é tão dura quanto óbvia. Táticas de guerrilha. Táticas de manipulação. Caçar e matar os cabeças do regime e forçá-los a expor suas mentiras. Enfim, TERRORISMO.

Nos dias de hoje, em que o mundo sofre com o terror, esse é um filme que faz pensar. Não sou a favor do terrorismo. Mas o Brasil também nunca foi ocupado, dominado, humilhado e bombardeado por causa das nossas reservas de petróleo.

Esgotadas as opções democráticas, do diálogo e da racionalidade, o que pode um povo fazer para se defender do jugo de um tirano, seja ele uma pessoa, um regime ou um outro país? Quem é capaz de dizer quando chega esse momento em que as opções se esgotaram e só sobrou o radicalismo? Quando é a hora de "chutar o balde"?

Deixar alguém sem opções é muito perigoso. Tenta encurralar um ratinho numa quina de parede para ver o que ele faz. Ele faz o que é preciso. Você pode ser muito maior do que ele e ter uma vassoura na mão, mas não está disposto a tomar uma simples dentada. Para ele, por outro lado, é matar ou morrer.

Um país bombardeia o outro para minimizar o número de baixas no seu próprio exército. Se o número de baixas civis do outro lado aumenta porque os aviões não sabem diferenciar uma escola de uma base militar, não é problema deles. Depois, quando o maluquinho surta e explode um avião cheio de civis, chamam ele de covarde. E ele, com certeza, é. Tanto quanto o comandante militar do outro lado que preferiu trocar as vidas dos seus militares pelas vidas dos civis do outro lado da fronteira. Mas os vencedores contam a história, né?

Os políticos daqui do Brasil deveriam prestar atenção a essa mensagem histórica que se desenrola agora diante da gente. O povo está muito quieto. Muito passivo. Afinal, ainda há opções democráticas. Podemos mudar tudo com nosso voto, não é mesmo? Não é???

(Publicado originalmente por J em 14/08/2006)