quarta-feira, março 28, 2007

Coragem, burrice e um saco cheio de estudar

Estou de volta, após longo e tenebroso inverno. Estava de férias e não tive tempo de escrever. Parece absurdo, né? A história é longa...

Tudo começou em julho de 2005. Eu trabalhava numa multinacional, tinha um bom emprego, possibilidades de ascenção, um nome conhecido, etc. Mas não tinha vida fora do trabalho. Saía de casa às 6:15 e voltava às 20:00 (isso, dependendo do trânsito), cansado, desanimado e estressado. Estava insatisfeito com a minha vida e ainda enxergava um horizonte ainda mais negro pois, para evoluir na hierarquia, precisaria me dedicar ainda mais ao trabalho. Fora de cogitação...

Tudo isso ficava ainda mais irritante, porque sempre tive um projeto de família em que quero estar presente em casa, quero ser um pai e um marido presente, enfim quero VIVER a minha família além dos finais de semana. Onde estava, isso seria impossível.

Até que, em julho de 2005, algo estalou e decidi tomar uma atitude drástica e arriscada. Pedi demissão e passei a me dedicar integralmente a estudar para concursos. Já tinha um excelente em vista, previsto para o final do ano e decidi me inscrever em um outro, apesar de menos interessante, como um "Plano B". Tranquei o mestrado e me entreguei para o estudo de corpo e alma. Estudei até o $%¨%¨$# fazer bico, e olha que o nerdzinho aqui até que gosta de estudar!!

Graças a Deus, nada aconteceu como eu previra! Mas, no final, tudo deu certo, ou tão certo quanto possível. No meio do período de estudo, ainda fizemos a festa de casamento (que já estava marcada) e, em plena lua-de-mel em Bariloche, quebrei a perna (em dois lugares), enquanto brincava no gelo. Voltei para o Brasil, fui operado e passei a estudar na cama (onde, na verdade, passava o meu dia inteiro por dois longos meses de recuperação). Fiz a prova engessado e com dores. Para piorar, o concurso que eu queria foi cheio de maracutaias por parte da banca, deu uma m#$%erda federal e acabou na Justiça, onde se encontra até hoje. Ninguém entrou.

Na época da prova do "Plano B", eu ainda estava confiante de passar no concurso principal e quase nem levantei da cama para fazer a prova. Choraminguei para a Juliana de manhã: "Estou meio sem saco, nem estudei direito para essa prova, são quase 500 por vaga, será que vale a pena fazer??" Ela, providencialmente, respondeu: "Vai, não custa nada, faz a prova sim." "Você me dá uma carona, então?" "Claro que te levo!"

O resultado disso é que, em janeiro de 2006, tomei posse no meu novo emprego público, o tal "Plano B", exatamente 6 meses após ter pedido demissão. O salário não era o que eu queria, mas era pouco menos do que o que a multinacional unha-de-fome me pagava e conseguia pagar as contas com relativa tranquilidade. Dadas as circunstâncias, até que me dei muito bem, pois fiquei muito pouco tempo desempregado e sei que tem muita gente por aí (alguns até muito bons) que fica anos até conseguir passar para algum concurso.

Já com a cabeça muitíssimo mais tranquila, afinal já estava novamente empregado, recomecei então a procurar outros concursos para fazer, que me oferecessem a tal combinação "trabalho desafiante" / "remuneração atraente" / "qualidade de vida" que eu mirava inicialmente. Retomei o mestrado e a correria de estudo para um concurso interessante que surgiu em março de 2006. Passei bem, em quinto lugar. No entanto, para minha sirpresa e decepção, até hoje não fui chamado.

Depois disso, fiquei o segundo semestre de 2006 inteirinho sem nenhum concurso interessante, por conta das eleições. Ataquei meu mestrado, terminei os créditos e avancei até a metade da minha dissertação.

Em outubro, surgiu um forte boato de que um concurso interessantíssimo estaria para abrir em dezembro, com provas em março de 2007. Novamente, deixei o mestrado de lado e caí de cabeça em mais uma maratona de estudos, sendo que, desta vez, em uma área praticamente alienígena para mim. Estudei desde outubro de 2006, direto: Natal, Ano Novo, Carnaval, 1 mês de férias em março, até a prova, no final de março, faltando uma semana para o fim das minhas férias (que férias... rsrsrs). Fiz uma boa prova, acertei 80%. Na verdade, considerando que o assunto era realmente alienígena para mim, até que fiz uma prova muito boa. Mas, com uma relação candidato-vaga de quase 400, o resultado é uma caixinha de surpresas. Vamos ver no final de abril, com as anulações, as notas da redação e os títulos.

O saldo disso tudo, sem dúvida, é positivo. Seis meses após pedir demissão, independente dos percalços, dos períodos de choro, medo e desespero, dos sustos e das reviravoltas da vida, estava novamente empregado. Foi um ato de coragem, do qual ficarei para sempre muito orgulhoso de mim mesmo (e de minha esposa, pois não é qualquer um que aguenta a barra que nós passamos, com a confiança e apoio incondicionais que ela me deu). Mas foi, ao mesmo tempo, um ato estúpido e inconsequente. Afinal, se algo ficou provado nessa história toda, é que concurso público é um troço completamente imprevisível. O primeiro, que eu muito merecia passar, acabou na Justiça por conta de um monte de maracutias. O segundo, que eu não estudei e não merecia passar, passei e passei muito bem, obrigado. Graças a Deus, me chamaram rápido e fiquei pouco tempo desempregado. O terceiro, passei em quinto, mas não levei, sei lá por quê. O quarto, da semana retrasada, ainda é uma incógnita. Enfim, se soubesse que concurso era um negócio enrolado assim, e que não dependeria somente do meu esforço e dedicação, talvez ñão tivesse sido tão "corajoso" a ponto de pedir demissão sem ter outro lugar para ir. Pensando assim, foi uma atitude estúpida e talvez até inconsequente que, graças a Deus, eu acabei peitando. These are misterious ways, the ways we stagger through life.......

Essa historinha toda serve também para explicar (apesar de não justificar) o motivo de tantos longos períodos de ausência do blog. Estou nessa cruzada interminável de estudos há quase dois anos, com um ritmo alucinante e que me exige muito do meu tempo livre. Parei de ler por prazer, parei de jogar no PSII, parei de escrever por prazer, parei de ficar de bobeira. Agora, minha vida se divide entre o estudo e a minha família (agora maior, já que, assim que voltei a trabalhar, começamos a produção da doce Julinha, agora com 3,5 meses).

O foco é esse. "No pain, no gain." Graças a esse sacrifício, já consigo viver minha família de uma forma muito melhor e mais relaxada do que seria capaz se ainda estivesse no setor privado. Mas, infelizmente, até chegar onde preciso chegar, ainda estou em "Esforço de Guerra". Estou super-cansado desse esquema, mas acho que agora falta pouco. Pelos meus planos, acho que consigo meu objetivo até o meio do ano que vem. Até lá, no entanto, é pauleira e, desde já, peço desculpas, sobretudo ao Jorge, pelos períodos de ausência. Quando estiver sem tempo para escrever, meio sumido, pode acreditar que não é frescura nem descaso meu! Já, já, espero estar de volta com força total.

quarta-feira, março 21, 2007

Meu Erro (e Músicas que me tocam - 17)

Errar é humano, já diz o ditado. Porém, não dá para errar o tempo todo. Para tudo existe um limite, né? Mas, também existe o inverso. Tem pessoas que nunca erram ou pelo menos tentam não errar ou admitirem seus erros. Isso é perigoso!
Eu confesso que já tive muitos erros na vida. Alguns me ajudaram bastante para minha evolução. Outros nem tanto. Porém, eu não gosto de errar. Na verdade, sempre tive medo de errar. E esse medo de errar me faz mal.
Lembro que quando eu era criança ou adolescente, dos itens de material escolar, o item que eu menos usava, com certeza, era a borracha. E isso era porque eu sempre tive medo de errar. Então, eu achava melhor nem tentar ou não olhar que o erro foi cometido. Eu passava adiante e não tentava novamente. E isso fazia com que eu não aprendesse com meus erros. E são justamente os erros que nos fazem crescer. E eu não tinha esse aprendizado da forma completa, como deveria ocorrer.
Depois de uns anos, com muita terapia no lance, eu aprendi a lidar melhor com os meus erros. Assumi-los e enfrentá-los de frente é a melhor forma. Mas isso dói. E ter que lidar com esses problemas que vem da infância, é muito complicado. Porém, na vida temos que enfrentar as coisas uma hora. E essa hora chega se tivermos determinação e muita vontade de mudar.
Hoje eu sei que eu estou mais preparado para isso. Erro e estou encarando. Estou tentando de novo. Buscando soluções diferentes. Soluções melhores para mim e para as pessoas que possam estar envolvidas nesses erros. A vida é feita assim mesmo, somos humanos, logo passíveis de errar, somos imperfeitos e não temos como mudar isso. Não somos Deuses.
Afirmo que meus erros doem muito. Quando olho-os, sinto dores que chegam a ser físicas. Porém, eles me fazem ser - ou tentar ser - um ser humano melhor. E se eu não posso lidar com eles sozinho, peço ajuda. É foda, mas é assim que tem que ser. Orgulho não deve ser um sentimento a ser cultivado nesse caso.
Portanto, estou em um processo de crescimento. Quero melhorar em todos os sentidos. Quero continuar meu processo evolutivo. Quero casar. Quero ir pro céu!!!
Não encarar os erros só nos levam a perdas e problemas que se refletem no futuro. Até pode parecer abandonar o caso, "não usar a borracha", ser a melhor solução. Mas não é. E uma música que me toca diz isso claramente...

Meu Erro - Os Paralamas Do Sucesso

Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Oh meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone

Mesmo querendo eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria
Oh meu Deus era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais.

sexta-feira, março 16, 2007

Dias de Sol

Eu não sou muito de ir à praia. Mas confesso que adoro dias de sol. Acho que as pessoas são mais felizes em dias de sol. Você já viu em algum filme alguém ser tão feliz em dias de chuva e tempestade? Normalmente, são nesses períodos que se tem briga. Até porque, como diz o ditado, "depois da tempestade vem a bonança".
Dias de Sol me lembra minha infância e adolescência. Nessa época, eu torcia para ter Sol. Queria ir à praia com minha família, jogar bola na rua, brincar de pique, montar a nossa rede de vôlei na rua, pendurar nossa tabela de basquete e bater uma bolinha, ficar conversando com os amigos na rua, jogar jogos de tabuleiro, brincar de pique, andar de bicicleta...
Eram tantas opções, o Sol sempre ajudava a encontrar os amigos. Quem quer ficar em casa com um calor infernal? Era ótimo, sempre juntava uma galera e dava para fazer n coisas, nem que fosse não fazer exatamente nada, só ficar na rua mesmo.
Hoje eu ainda prefiro o sol, o calor. Não curto frio, dias nublados. O meu humor varia com o tempo. O frio me dá rinite, sinusite e afins. O Sol me deixa mais alegre, com a sensação de que tudo vai dar certo. O Sol é minha estrela-guia, me ajuda a ser mais feliz. Me dá mais disposição para malhar, para sair, para fazer coisas legais. Me dá até disposição para o trabalho, acreditem!!!
Lembrei desse tema porque tem uns 35 dias sem chuva aqui no Rio de Janeiro. Somente dias de sol. Sei que essa massa de ar quente, sem uma chuvinha, não é legal. Até acho que uma chuvinha no final do dia poderia cair bem. Mas não me queixo. A natureza é sábia e me presenteia com dias lindos. Pra que reclamar???

quinta-feira, março 08, 2007

Carta às Mulheres

Há muito tempo eu escuto falar em direitos iguais entre os sexos. Vejo muitas mulheres irem a TV, jornais, revistas, dentre outros meios de comunicação, e enaltecerem que é um absurdo em pleno século XXI, vocês não terem os mesmos direitos que nós, os homens. Pois bem, aí eu lanço agora a primeira indagação: "Quem é que concede os direitos de uma pessoa? Existe uma lei, uma regra que diz quais são os direitos dos homens e os das mulheres? Não seria isso algo discutível, conquistado???"
Pois bem, hipoteticamente falando, vamos imaginar que esses tais direitos fossem concedidos (não sei de forma e quais são especificamente os direitos, mas eles se tornaram reais, totalmente factíveis) e que agora vocês mulheres tem os mesmos direitos que nós homens. Seria o fim desse movimento? Pronto, agora somos todos iguais? Iguais? Como assim? E eu que sempre apostei que a beleza do ser humano se escondia nas diferenças!!!
Continuando na nossa hipótese, agora as mulheres tem os mesmos direitos dos homens. Eu também aprendi nas minhas aulas de Estudos Sociais e Educação Moral e Cívica que a cada direito que um ser humano possua, a ele está atrelado um dever. Sim, para cada direito há um dever. É um binário, não tem como dissuadir. Conseguiu um emprego? Legal, mas agora terá que trabalhar para ganhar o salário. Comprou um carro 0Km? Que ótimo, mas agora terá que pagar o que ele vale para poder usufruir desse benefício. E assim vai...
Agora lanço mais uma indagação: "Nos dias de hoje, que temos várias mulheres se destacando em todos os setores, quem precisa da chancela de direitos iguais?" Acho que esses tais direitos seriam dados pelos homens e isso seria um retrocesso na causa feminina. Eu acredito que vocês mulheres já conquistaram os espaços de vocês e ainda irão se destacar mais. Não precisam que A ou B digam em praça pública que agora todos somos iguais, homens e mulheres. Até porque, convenhamos, não somos.
Além de terem destaque na economia, política, televisão, música, esporte e no dia-a-dia, vocês ainda tem um grande diferencial que nós homens não podemos sentir o gostinho, que é gerar um filho. Eu hoje vejo de perto a minha irmã, que é uma mãe de primeira, e vejo como a maternidade mudou a vida dela em um curto espaço de tempo. Ela hoje se desdobra bem mais do que antes e ainda se sente feliz com tudo isso. Passou por n momentos bons na gravidez, viu o corpo mudar, sentiu os chutes do bebê, pariu e amamentou. Enquanto isso o pai acompanhou, participou, mas não sentiu tudo isso. E essa magia ocorre somente com vocês. Nós homens é que devíamos estar pedindo direitos iguais!!!
Vejo na minha família minha mãe fazendo 60 anos e no maior pique, sendo avó, com uma garra como se tivesse se tornado mãe novamente. Minha avó fez 80 anos e está com saúde e totalmente lúcida, com uma força incrível, depois de ter passado por poucas e boas na sua vida. Além delas, quem não tem exemplo de mulheres guerreiras, seja aonde for ou com qual idade for?
Portanto, diante dos fatos apresentados acima, eu concluo que vocês mulheres não precisam de exigir "direitos iguais". Essa conquista vocês já tiveram há tempos...
Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher!

Super-Homem (A Canção) - Gilberto Gil

Um dia
Vivi a ilusão
De que ser homem bastaria
Que o mundo masculino
Tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada
Minha porção mulher
Que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver

Quem dera
Pudesse todo homem compreender
Oh! Mãe quem dera
Ser verão
O apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe
O Super Homem
Venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher

quarta-feira, março 07, 2007

Músicas que me tocam - 16

O ano era 1994. Eu estava em Niterói, indo pela primeira vez na Escola de Engenharia da UFF, fazer minha inscrição em disciplinas. Para mim era um momento de glória. Eu estava com 17 anos, indo me inscrever em matérias que não tinha a menor noção de quais seriam, mas estava indo me matricular na universidade que eu havia passado, que é federal, enfim, o menino chegava à universidade. E com boas perspectivas, afinal um mundo novo se abria para mim.
Como ingressei no segundo semestre, tive um bom tempo de férias, queria voltar a estudar e começar a ir para Niterói, conhecer novas pessoas, como seria o terceiro grau, novo ritmo de vida. E justamente no dia da inscrição, ouvi uma música que para mim era perfeita para aquele momento. Lembro que havia um grupo de aluno no Instituto de Geociências tocando "O bêbado e a equilibrista". Eu, que sempre adorei cantar, qua sempre curti música nacional, escutava ali a música que foi tema de muitos estudantes na ditadura, foi quase um tema da anistia aos exilados políticos.
E para melhorar, essa música é da dupla João Bosco e Aldir Blanc e ficou imortalizada na voz da Elis Regina. Tinha como ter uma trilha sonora melhor???

O Bêbado e A Equilibrista - Elis Regina

Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto
Me lembrou carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel,
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
Choram Marias e Clarisses no solo do brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar...

terça-feira, março 06, 2007

Carnaval legal x perigoso


Eu gosto do ambiente festivo do carnaval, apesar de não me sentir à vontade na muvuca dos blocos e dos bailes. Sei lá, acho que me lembra a época da infância, viajar com a família e encontrar os primos, passar o dia na piscina, andando de bicicleta ou jogando bola, tomando guaraná Paquera e Mineirinho!


Só acho uma pena que tanta gente hoje em dia virtualmente desconheça outra maneira de se divertir que não envolva encher a cara. São muito raras as pessoas que têm a consciência de beber e não dirigir, ou mesmo de saber quando parar de beber, antes de arrumar uma confusão. Bêbado fica valente...


Isso, para mim, é o que estraga essas festas de rua. É preciso ficar sempre atento a confusões, valentões, bêbados mexendo com a mulher dos outros e, ainda por cima, na hora de ir para casa, com os bêbados-pilotos. O maior problema desses últimos, aliás, é que raramente nos fazem o favor de morrer sozinhos.


Mas, independente disso, o carnaval é uma época divertida! Até a Julia se fantasiou esse ano! rsrsrs


sexta-feira, março 02, 2007

Músicas que me tocam - 15

Aquarela sempre me lembra o comercial da Faber Castell. Para mim e para muitos da minha geração, esse comercial foi marcante. Ponto para a Faber por ter conseguido atingir de uma forma muito lúdica as pessoas. O comercial, apesar de ser bonito, tinha na música a sua força.
Essa música, composta por Toquinho e Vinícius de Moraes, é um clássico que ainda toca bastante e tem sua força praticamente inabalada mesmo com o passar dos anos. Eu continuo achando linda, sei cantá-la, apesar de me perder algumas vezes na belíssima e longa letra.
Acho que ela me toca por falar de amizade, simplicidade das coisas, beleza, soluções simples, viagens e amadurecimento. E tudo isso de uma forma pura, direta, de uma forma tão gostosa e leve. Vida longa a essa música!!!

Aquarela - Toquinho

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu

Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (e descolorirá)

quinta-feira, março 01, 2007

EU QUERO!

Eu quero. Não, eu não quero só isso. Quero mais. Tudo que você tem pra mim é muito pouco. Meus sonhos são maiores que isso e minha exigência idem. Fui ensinado pela minha mãe e pelo meu pai que eu sempre poderia ter mais, conseguir mais coisas na vida.
A competição é sadia, me faz andar para frente. Retroceder? Um passo para trás para dar dois à frente? Sorry, isso não faz parte da minha rotina. Essa palavra - retroceder - nem faz parte do meu vocabulário. Arranquei esse verbete faz tempo...
Não me contento com iates, casas de veraneio e uma boa comida à mesa. Quero além de tudo isso dias de sol. E quando ele queimar a minha pele, quero que ele cesse nesse exato momento. Afinal, para que serve o Sol, ora bolas?
Não quero ficar feliz apenas por ter saúde, por ter comida, por ter onde morar... Quero ser feliz porque eu quero e ponto final. Afinal, eu posso. Eu mando. Tenho controle total na minha vida.
Sim, eu tenho controle sobre meus atos. Se você não tem, azar o seu. Eu sei o que quero, no que pensar, para onde ir, sei exatamente aonde vou. Quando eu atravessar a linha de chegada, para assim conquistar o troféu que eu mereço, sei que ele será fruto do meu esforço, da minha conquista. Não me inveje, tenha auto-confiança. Só não se coloque no meu caminho. Eu coloco as pessoas na minha vida, entenda de uma vez por todas.
Sim, são tantas decisões. Eu dou conta. Por isso mesmo estou solteiro nesse momento, por isso não tenho filhos (e nem quero ter, para que os terei???) e faço da minha vida o que bem entender. Isolado do mundo, eu? Nada disso, eu vivo no meu mundo. E você só entrará nele se eu o convidar. Você entendeu bem? Ei, você aí, entendeu bem? Eu tô falando com você. Quem é você? E você aí também? Porque ninguém fala comigo? Porque não me reconhecem?
Eu sou o cara! Eu sou o dono da minha vida e escolhi você e você também para entrarem nela. Podem entrar. Eu lhes darei os papéis que vocês representarão. Ei, eu estou falando com vocês. É, com vocês mesmo, não se espantem!
Bem, eu tentei. Depois não peçam para entrar no meu mundo. Nem adianta se ajoelhar aos meus pés. Nem se beijá-los, mesmo imundos - se eu os deixá-los assim - pela sujeira das calçadas, eu permitirei que entrem. Afinal, a vida é minha. Eu decido. Eu mando. Eu controlo. Entenderam como eu sou feliz??? Escutaram??? Vocês escutaram??????????? Cadê vocês???????????????