quinta-feira, novembro 30, 2006

Quadrinhos II - A Revanche

Pois é, eu confesso que também curto quadrinhos. Porém, ao contrário do meu amigo J., eu curto quadrinhos nada nada nerds! A minha linha de frente sempre foi os gibis do Maurício de Sousa e os da Disney. Tinha os meus preferidos: Mônica, Cebolinha, Chico Bento, Tio Patinhas e Duck Tales. Porém, já li alguns outros, mas nunca fui fã da Marvel. Lembro na época que eu lia Recruta Zero, Luluzinha, Bolinha. Mas os gibis que eu mais tenho na memória são 3:

1) Peter Pan - foi um gibi que contava a história do Peter Pan. Eu adoro o personagem e tudo que é escrito sobre o mesmo. Adoro o desenho da Disney, Hook - A volta do Capitão Gancho, Peter Pan - o filme e Em busca da Terra do Nunca (esse, o meu preferido!).

2) Dartagnan - na TV Manchete, tinha o Clube da Criança, que na época era comandado por uma modelo ainda pouco conhecida, que era mais comentada pelo fato de ter sido namorada do Pelé e ter a fama de beliscar crianças nos bastidores. Quem tem mais de 25 anos, deve lembrar bem. Ah, e essa modelo era a Xuxa, ainda nos primórdios. Mas no programa tinha o desenho do Dartagnan, onde todos os personagens eram cães. Eu adorava. E nessa época, devido ao sucesso, lançaram um gibi com a história dele. Eu sempre adorei histórias de capa e espada.

3) Duck Tales na Caça ao Tesouro - na verdade, essa saga da caça ao tesouro foi lançada em 4 gibis. E eu adorei. A história era cheio de viagens, trapaças e estripulias de Huguinho, Zezinho e Luizinho. Duck Tales também era um desenho da Disney, que passava no SBT. Há pouco tempo, o jornal "O Globo" lançou o DVD do Duck Tales - o filme e eu, é lógico, comprei o meu. Assisti a pouco tempo e adorei!!!

Os gibis exerciam uma certa magia em mim. Lembro bem que quando estava no primário, eu sempre passava com minha mãe na banca de jornal. Eu, consumista desde pequeno, queria sempre comprar gibis. Porém, a grana lá em casa não era farta e sabia que gibis tinham que ser negociados. Assinatura então, nem pensar. Então, sempre que eu pegava meu boletim, eu pedia para minha mãe comprar um para mim. E confesso que isso sempre foi um fator que me fez tirar boas notas!
Quando fui trabalhar com Marketing, acabei tendo que cuidar de licenciamentos. Então, tive que visitar bastante os escritórios da Disney e da Maurício de Sousa Produções em SP. A primeira vez que fui em ambos, me senti um menino voltando à infância e que naquele momento, poderia decidir se queria a licença do Pateta ou do Toy Story, por exemplo. Porém, nada me fez voltar tão ao passado quanto o dia em que fui ao estúdio do Maurício e vi as pessoas fazendo os gibis que tanto me encantaram. Eram os meus personagens ali, nascendo aos meus olhos, além de ter gibis espalhados por todos os lados. Confesso que durante os 5 anos que trabalhei com eles, era um prazer ir lá. Sempre voltava abarrotado de quadrinhos. Hoje eu não trabalho mais com Marketing, mas na mesma empresa. E sempre que alguém vai na Maurício de Sousa Produções, eu peço para me trazer os meus gibis...

quarta-feira, novembro 29, 2006

Quadrinhos

Cara, eu A-DO-RO quadrinhos. Sempre gostei. Já vendi minhas coleções umas 3 vezes, mas sempre volto a comprar, não tem jeito.

Os quadrinhos normalmente são associados a coisas feitas para crianças, mas a coisa não é mais assim. Um sinal interessante disso é a quantidade de gente da TV e do cinema que anda invadindo a indústria de quadrinhos e vice-versa. Por exemplo, Joss Whedon (roteirista de Buffy, Angel e Firefly) escrevendo X-Men, J. Michael Straczinsky (criador e roteirista de Babylon 5) escrevendo o Homem-Aranha, etc.

A última sensação dessa indústria nos EUA é um evento que está abalando todas as revistas da maior editora de HQ americana, a Marvel (casa do Homem-Aranha, X-Men, Hulk, Capitão América, Homem de Ferro, etc.). Os principais roteiristas da editora criaram uma saga, na qual aproveitam para criticar o clima de medo vigente nos EUA desde o 11/9, a redução das liberdades individuais em prol de "segurança", as manipulações do governo, a polarização da mídia (CNN x fox News), etc.

Resumindo, um grupo de heróis mequetrefes tenta capturar um cara muito mais forte do que eles. O resultado desastroso é a explosão de um bairro inteiro de uma cidadezinha dos EUA, matando 600 pessoas, sendo 60 crianças da escola local e os próprios "heróis".

Com isso, a opinião pública vira toda contra os heróis e o governo dos EUA começa a tratá-los como uma ameaça à segurança nacional, mandando para o congresso um projeto de lei para forçá-los a revelarem suas identidades, a se cadastrarem como agentes oficiais do governo, recebendo treinamento apropriado de agentes da lei, etc. Quem não se submeter ou der abrigo a qualquer um deles, vai em cana, se preciso for, caçados pelos colegas que se registrarem.

A história é toda muito bem escrita e fala exatamente do momento de medo e paranóia vivido agora pelos americanos, por conta do terrorismo. O nome do evento é "Civil War", devido ao racha que provoca entre a comunidade de heróis e ao clima de verdadeira guerra que toma conta do país.

Sem sacanagem, se vc gosta de ler sobre ficção, vale a pena dar uma olhada. É, eu sei que eu sou um maldito nerd e vc não deveria me dar ouvidos, mas dê um crédito aos quadrinhos! rsrsrs

Segue um link para um HD virtual com quase todas as edições, numeradas (mais ou menos) por ordem de publicação. Muitas delas estão em inglês, mas é bom para praticar! Não precisa ler todas, as edições de "Civil War", "Spider-Man", "New Avengers" e "Civil War Frontline" são as principais. http://www.4shared.com/dir/709196/274f9a3e/sharing.html

Como dificilmente algum outro tarado vai querer ler tanta coisa, segue a melhor edição de todas, que pode ser lida independentemente das demais: Edição 33 - New Avengers 22. Só para ter noção de como estão as HQ's hoje em dia.

Provavelmente, ninguém que lê este blog vai dar a mínima para isso, e eu dificilmente voltarei a tocar nesse assunto. Eu mesmo conheço pouca gente que goste de quadrinhos. Mas não custa lançar o convite no ar!

segunda-feira, novembro 27, 2006

O Brasil estereotipado (tadinho)

Só pode ser brincadeira... uma reportagem do Fantástico de ontem à noite falava com indignação da imagem estereotipada que o Brasil tem no exterior.

Na boa, o governo não perde uma chance de pôr uma mulata rebolando na cara da gringalhada, em qualquer evento internacional que aconteça em solo tupiniquim. Até no final do GP do Brasil de Fórmula 1, arrumaram um jeito de colocar um mestre-sala, uma porta-bandeira e as indefectíveis mulatas semi-vestidas no meio da pista de corrida.

Aliás, a promoção do Carnaval no Brasil cansa de romper a barreira tênue e invisível que a separa da reles propaganda velada de turismo sexual. E depois vêm esses gringos filhos da puta comer as nossas crianças no Nordeste (principalmente lá, mas não somente) por um punhado de dólares. De onde esses merdas tiraram essa idéia de paraíso da permissividade???

Anteontem, aqui no Rio, mais um grupo de turistas foi assaltado no trajeto entre o aeroporto e o hotel. Hoje, no "Bom Dia, Brasil", foram enumerados diversos casos de assaltos e assassinatos de turistas, ocorridos nos últimos meses.

Um representante da PM, durante uma entrevista a esse respeito, teve a estupenda idéia de oferecer escolta policial (!!!) para os ônibus que transportam os turistas do aeroporto internacional para os hotéis. A idéia foi prontamente repudiada, mas não por se tratar de um paliativo absolutamente ridículo! Foi repudiada porque criaria uma "má impressão" nos turistas, passando um sentimento de insegurança durante sua estadia.

SUR-RE-AL

(eu sei que ninguém fala desse jeito na prática, mas o Bechara mandou separar as sílabas assim e quem sou eu para discutir...)

Mémorias, crônicas e declarações de amor

Que se dane o passado. O seu passado. O meu passado. A vida é passageira e dela devemos tirar o máximo possível, de forma que essa nossa passagem por aqui possa valer a pena. Se não amarmos - uma, duas, três, trocentas vezes - não tem graça. Acabou um amor? Paciência! Outro - ou outros - virá(ão). Não dá para deixar que amarguras, ressentimentos, medos ou receios dominem os sentimentos.
Calafrios, desejo de olhar, ficar, pegar na mão, sentir o calor do corpo, da língua, são sensações que não devem ser esquecidas. Quero isso e quero agora. Já! Quero perder a respiração. Olhar nos olhos e ver que vale a pena gostar. Vale a pena se entregar. Quiçá amar!
I want you and I want you now. Foda-se o mundo. Vamos refazer o mundo. Vamos começar tudo novo de novo. Refazer histórias, criar mundos. Gostar de alguém é permitir que a pessoa entre na nossa vida inteira, com erros, medos, defeitos. Mas também com qualidades, virtudes, desejos e entregas.
Life is short, play it hard! Venha comigo. Me dê a mão e vamos encarar esse sentimento de frente. Tenho medo do que possa acontecer, mas tenho mais medo do que não possa acontecer por ter medo de viver uma coisa forte, boa, maravilhosa. A vida é feita de emoções. E temos que estar preparados para ela.
Tenhamos 20, 30 anos, não importa a idade. Importa é a intensidade. Diferença de idade, de períodos, de estilos de vida, são meras desculpas para não se viver uma história, seja de paixão, seja de amor. Ah, que se dane o mundo e as suas velhas regras. Eu quero um mundo novo, onde possamos viver melhor, onde possamos amar, sem medos, receios, dores. E esse mundo nós, só nós, cada um de nós, podemos inventar - ou reinventar.
Eu quero o melhor. Não vim ao mundo à passeio. Vim para ser feliz, fazer as pessoas felizes e para fazer diferença e fazer diferente. E você? Veio para quê? Para ter medos? Se deixar dominar por um amor que poderia ter sido mas não foi? Para ter medo de se machucar de novo? Para ter medo de tudo?
Raul já dizia: Eu perdi o meu medo da chuva! Se tá na chuva, meu chapa, tem que se molhar. E é bom se molhar. Experimente. É, no mínimo, uma nova sensação. E só isso, já vale a pena. Como se diz, já vale o ingresso. E olha que atualmente isso já é um grande, um mega diferencial.
Tente, invente, faça uma história diferente. Viva. Viver é deixar viver! Às favas com preconceitos, medos, receios, histórias mal sucedidas. Ao pensar no demônio, estamos o atraindo. Então, vamos pensar em coisas boas. Se não der certo, bola pra frente. The show must go on...
Ah, eu quero tentar. Eu quero viver novas emoções, sem ter que esconder que estou apaixonado, sem ter que ter tato para falar que quero sua presença nesse momento. Quero poder fazer loucuras. Pegar o carro e sair por aí, pela vida, pelas ruas, pelo mundo. Ir de Niterói à Ipanema. Do Arpoador à Barra. Sem chance para o erro, deixar a rua me levar - nos levar!!!
Quero te mostrar meu mundo. Meus DVD's, meu quarto, minha vida, meus amigos. Cantar minhas músicas, seja no pé do ouvido ou num karaokê lotado. Declarar o meu amor, meu desejo, em um blog, na rua ou à dois! Assim, conhecer melhor seu mundo também, suas histórias, suas dúvidas, seus desejos. Sem máscaras, sem muros. Conhecer por completo. E assim poder aprender, ensinar e cada dia mais admirar.
Ah, que se danem os nós, os problemas, a distância e as diferenças. Viva às diferenças, pois são nelas que residem as forças que mantém uma relação. Que essas diferenças, que são muitas, venham ajudar a construir uma relação boa, nova e que venha cheia de virtudes. Eu não espero isso tudo. Eu farei isso tudo. E a partir de agora!

Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz
Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca
(Dueto - Chico Buarque)

domingo, novembro 26, 2006

Frase do Dia

Gente é pra brilhar e não pra morrer de fome.

Caetano Veloso

sábado, novembro 25, 2006

Notas

1) A Gláucia citou o meu texto sobre "a arte de dizer não" no blog dela. Ficou uma interessante visão sobre o tema. Vale conferir!
2) A Carla falou um pouco sobre sua viagem ao RJ e quando citou a cidade, referencia ao blog. Seu amigo "Carioca" agradece e te convida a voltar. Foi ótimo. Eu e o Cristo estamos de braços abertos para você!
3) A Tuka arrasou mais uma vez. Adorei o texto publicado no dia 21/11/06, intitulado "A despedida do amor não correspondido". Vale muito a pena ler!

Cuide-se bem

Malhar, correr, fazer abdominais... Ler, estudar, aprender com pessoas e fatos... Tudo isso faz parte do processo de cuidar do corpo e da mente. Ambas as coisas tem que estar bem, em dia! Lembrei desse assunto devido a minha irmã. Há três meses, minha irmã deu a luz à Juliana. Linda menina, uma fofa, sou o padrinho dela. É difícil ficar longe dela. Uma criança exige muita atenção, além do que ela é uma coisa linda mesmo. Estamos todos muito orgulhosos.
Porém, minha irmã ganhou quase 20Kg durante a gravidez. Hoje ela está uns 10Kg acima do peso. Com isso, tem que entrar num processo de perda de peso urgente. Ela está com receio de deixar a Juju em casa para malhar, porém eu disse para ela uma frase que gostaria de colocar aqui: "Acho que você tem que se cuidar, tanto no corpo, quanto no seu trabalho e nos seus estudos. No futuro, a Juju irá agradecer por ter uma mãe que se preocupa com sua vida também".
Por mais que uma coisa nos tome tempo ou que nos dê muito prazer, temos que arrumar tempo para as demais coisas. A vida não para. Seu filho te toma muito tempo? Seu trabalho não deixa você fazer coisas que lhe dê prazer? Seus estudos tomam todo seu tempo de lazer? Bullshit!!! Temos sempre tempo, só nos falta vontade, às vezes.
Eu lembro que li no livro "Cartas do Comandante", escrito pelo Comandante Rolim Amaro, fundador da TAM, uma frase que me marcou: "Sempre que você quiser que algo seja bem feito, peça para alguém ocupado". Precisa dizer mais? Acho que não, né?
Então, cabe a cada um de nós nos organizarmos, seguirmos nossas vidas e cuidar dela da melhor forma. Afinal, só se vive uma vez!!!
Em tempo: minha irmã me ligou e me disse que se matriculou na academia!!!

terça-feira, novembro 21, 2006

Mário Quintana

"A alma é esta coisa que nos pergunta se a alma existe."

segunda-feira, novembro 20, 2006

A arte de dizer não

"Jorge, vamos para aquela balada hoje à noite?" Ou então: "Hum, acho que aquele DVD é maneiro, preciso dele". Essas são 2 frases que retirei aleatoriamente para exemplificar a arte de dizer não. A essas duas frases, é difícil eu dizer não, a não ser que realmente eu esteja mega cansado, com compromissos ou que esteja muito sem grana, respectivamente. Enfim, poderia dar muitos exemplos, porém, resumindo a história, eu tenho uma grande dificuldade em dizer não.
Dizer não é negar a algo que eu quero, mas não posso. É dizer não a algo tentador, porém que não deve ser feito no momento. Dizer não nada mais é do que se permitir não ser escravo dos meus desejos. E eu decidi seguir esse caminho. Não é fácil. Sou leonino, mimado, solteiro, independente, enfim, coisas que só pioram o quadro geral... risos.
Estou aprendendo a dizer não. Estou aprendendo a escolher. No dia 3 de dezembro, tem um show da Zélia Duncan (que eu amo de paixão, quase não perco shows dela no RJ) e nesse mesmo dia, já comprei ingresso para ver a peça do Renato Russo. Ao saber da notícia, fiquei fazendo planos mirabolantes para tentar ver os dois. Como sou engenheiro, fiz bem as contas e concluí que não rola. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Então, decidi pensar numa forma de trocar os ingressos da peça do Renato, para poder ver o show. Detalhe: comprar o ingresso da peça me fez ir ao Centro do RJ, fazer um esquemão de compras de ingresso com um amigo, enfim, foi uma lenha. E eu pensando em refazer tudo isso. Apesar do meu desejo ser forte, neguei a ida ao show da Zélia. Outros virão. Eu tomei essa decisão baseado na razão. Não dá para atender a todos os desejos.
Uma vez eu li que quando Deus quer enlouquecer uma pessoa, ele concede a ela todos os seus desejos. Deve ser verdade. Eu vejo pessoas com vários talentos e que por isso, não se decidem para que rumo devem seguir. Outras que tem uma vida maravilhosa, com ótima formação, família estável, boa situação financeira, e mesmo assim passam por depressão. Creio que tomar decisão, seguir a vida, fazer as coisas usando a razão e a emoção, sejam bons caminhos.
Finalmente, acho que dizer não é muito difícil, não é uma tarefa fácil. Porém, reconhecer essa dificuldade e nossa limitação em não ceder às tentações seja um belo passo. E na vida, temos que ir devagar mesmo, passo a passo, uma coisa por vez. Portanto, cada vez que você seja chamado para programas que não queira ir ou não tenha dinheiro sobrando para gastar em supérfluos, diga não. E estufe o peito em seguida, orgulhoso de sua decisão. Vai fazer um bem...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Últimas 3 semanas de gravidez!

Putz, o tempo voa às vezes! Ainda agora, eu estava correndo o bairro inteiro atrás de todas as marcas de teste de gravidez diferentes que conseguisse achar! E, num piscar de olhos, faltam somente 3 semanas para o nascimento da Julia!

Mal posso esperar... VOU VER MINHA FILHA, POOOORRAAAAAAAAAA!!!!! Não dá para descrever a expectativa dessa alegria! Vou poder fazer carinho e conversar com ela, sem uma barriga no meio da gente!

Putz, putz, vou receber uma pessoinha que vai nascer tão pequena que não conseguirá sequer firmar o pescoço, só vai poder se comunicar com chorinho (CHORO é aquela coisa que os filhos DOS OUTROS fazem quando querem se comunicar, dããã), uma pequenura de gente tão frágil mas que, dentro de si, carrega o potencial de ser uma pessoa muito melhor e ainda mais feliz do que os pais, se fizermos tudo direitinho e não houver nenhum acidente de percurso.

Eu me preparei a vida inteira para ser o pai da Julia e, mesmo assim, não estou à altura da responsabilidade. Ela vai ter que se virar com o melhor de mim, dado com um amor infinito.

Venha para ser feliz, minha pequena!

E foram felizes para sempre... The End

Bem, eu iniciei o tema amor no blog meio que por acaso. Sabia que era um tema bem vasto, porém não esperava escrever tanta coisa sobre um mesmo tema. E olha que nem falei de Romeu & Julieta, amores impossíveis, amor de mãe, amor nas amizades, amor ao próximo, amor a Deus... Enfim, o assunto é tão vasto e rico, que foi criando uma sequência que me prendeu por bastante tempo e posso dizer que foi uma bela experiência falar do amor por aqui. Pude me abrir um pouco mais, expor opiniões, ler outras bem interessantes, enfim, foram relatos bem ricos que me ajudaram a refletir e olhar o amor com os olhos bem mais abertos.
Falando sobre o amor, tivemos uma série brilhante do meu amigo J. falando sobre a infidelidade, relatando uma experiência de vida, se abrindo aqui, se expondo. E nesse tema, pude ver paralelos com minha história familiar. Um dia eu volto para escrever melhor sobre isso. Sei que esse tema me fez ser mais poético, lembrar de muitas músicas, relembrar belas histórias, porém, como tudo na vida passa, acaba, decidi pelo menos dar um tempo no tema. É claro que voltarei a falar do amor, lógico. É um tema tão rico e recorrente que não dá para esquecê-lo. Porém, para mim, chega ao fim a discussão sobre o amor, pelo menos essa série. Outros assuntos virão, o amor retornará como tema, enfim, vida que segue.
E para não fazer diferente dos outros posts, deixo vocês com o trecho de uma música que encaixa bem para essa situação. Espero que essa jornada amorosa tenha sido tão boa para vocês como foi para mim...

Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim
(Pétala - Djavan)

quinta-feira, novembro 16, 2006

Nem toda relação deve ir adiante

Lembro de uma vez, na (boa) época em que fazia análise, em que minha psicóloga me explicou que cada casal se "encaixa" de uma maneira única e particular. Às vezes, mesmo quando as pessoas são apaixonantes e estão ambas interessadas em fazer a relação dar certo, o fato é que o encaixe entre elas ocorre de uma tal forma que inviabiliza a relação.

Já vi isso acontecer. Pessoas boas, que têm vontade de fazer dar certo, mas que interagem de uma forma, por exemplo, onde uma seja extremamente dominante sobre a outra, que acaba se retraindo. Ou então a relação ocorre de um jeito que faça com que uma pessoa sugue a energia da outra, deixando-a com uma baixa auto-estima. Sei lá, esses são só exemplos.

Outro tipo de problema muito frequente são as pessoas "estragadas". Conheço muita gente com problemas sérios (pode ser alcoolismo, vício em drogas, compulsão pela traição, mania de brigar na rua, mania de perfeição, ou qualquer outra psicose) que, a despeito de todos os seus problemas, são carismáticas e apaixonantes. Já vi gente entrar de cabeça em relacionamentos com esse tipo de pessoa e, além de não conseguir ajudá-la, ainda acabar sendo puxada para baixo e adquirindo os mesmos defeitos ou vícios. Cuidado para não se deixar transformar em muleta de ninguém, ainda mais de alguém que não ache que precise mudar! Obviamente, ALGUMAS VEZES dá até para ajudar a pessoa. O problema é que quem está apaixonado SEMPRE acha que dá! Não é bem assim...

Enfim, acho que nem toda relação, a despeito de haver paixão ou até amor, deva ir adiante. É preciso coragem para não acabar perpetuando um erro que vá custar muito caro no futuro.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Amores são sempre possíveis???

Sempre escutei falar que o amor tudo vence e que amores são sempre possíveis. Lembro do filme "Amores Possíveis", onde tinham 3 casais. E no final, apenas um casal (talvez dos 3, o mais improvável), fica junto. Será que então amores são mesmo sempre possíveis?
No filme anterior da diretora Sandra Werneck, o "Pequeno Dicionário Amoroso", também não tem um final feliz, pelo menos como esperado. Mas o que será que faz com amores que a princípio seriam totalmente possíveis, se tornarem nem tão possíveis assim? Seria a rotina? Seriam os problemas, percalços do dia-a-dia? Incompatibilidade? Falta de vontade?
Ao falar de amor em um dos posts anteriores, citei que para se viver um amor, precisa de muita dedicação, precisa-se querer muito, com vontade, com afinco. Será que é essa vontade que nos falta em alguns momentos? Será que é pelo fato de o mundo hoje estar tão moderno, com tantas facilidades, que é muito fácil olhar para o lado e ver que podemos trocar de pessoa, de amor, de paixão, como trocamos de roupa?
Acredito que cada um dos fatores citados acima sejam os responsáveis pelo fim de um amor. Cabe a nós, mudarmos isso, se quisermos que o amor dure, ou simplesmente aceitar o amor como algo com data de validade, e curtir! Acredito que cada vez mais essa decisão está nas mãos do casal.
Como diria Vinícius de Moraes, "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure."

segunda-feira, novembro 13, 2006

Infidelidade - Parte IV - FINAL (para entender melhor, leia a partir da parte I)

Outra justificativa curiosa para a infidelidade é a do “macho”. Nós, homens, somos fustigados desde muito novos com a cultura do “macho”. O mundo nos ensina que, para ser “macho”, é preciso mostrar virilidade, sair pegando e, sempre que possível, comendo geral. É preciso não recuar nunca de uma briga e ser sempre o último a gritar numa discussão de trânsito (ou pelo menos ser aquele que berra mais alto). É preciso dar vazão à nossa virilidade, mesmo que estejamos comprometidos com alguém. Se for preciso, minta descaradamente e depois conte rindo para os amigos, pois é a maior onda dar um balão sensacional. Afinal, o que os olhos não vêem, o coração não sente, não é?

O problema é que pouca gente percebe que viver essa busca do “ser macho” é se contentar em ser muito pouco. O cara que dedica a sua vida a ser o mais macho, o maior pegador, o mais brigão e o melhor “metedor de porrada”, no final das contas, ainda pode acabar sendo menos macho do que um cachorro de rua, do que um galo ou um cavalo que façam melhor as mesmas coisas. É contentar-se com muito pouco.

Para assumir compromissos duradouros, construir uma família e arcar com as responsabilidades e até com as renúncias que esse privilégio traz consigo, é preciso ser muito mais do que simplesmente macho. É preciso ser HOMEM. No caso das meninas, é preciso ser MULHER. É preciso lutar a vida toda para construir um caráter melhor e buscar viver com uma nobreza infinitamente maior do que o macho ou a cachorra, meramente animais movidos por instinto, seriam capazes.

Acredito que a raiz dos problemas e da infelicidade do ser humano, na grande maioria das vezes, está nas famílias malformadas, maltratadas, sofridas, abusadas, manchadas, traídas, desmanteladas. Pode procurar: por trás da grande maioria dos seres humanos infelizes ou de mau-caráter, existe uma família doente. Esse é o maior problema da infidelidade, ela mexe com as nossas relações mais importantes. É como diz a Marisa Monte: "Eu admiro o que não presta, eu escravizo quem eu gosto. Eu não entendo: eu trago o lixo para dentro."

A nossa família é o que a gente faz dela. Justamente quem já sofreu as dores de uma família manca deveria se esforçar em dobro para fazer melhor quando tivesse a oportunidade, e não usar a criação como desculpa para sair multiplicando o sofrimento pelo qual passou.

O mundo precisa de mais HOMENS e MULHERES, capazes de viver sua afetividade de forma mais madura e responsável, capazes de assumir compromissos maduros, de construir famílias melhores e gerar mais homens e mulheres ainda mais nobres.

O problema é que, infelizmente, HOMENS e MULHERES têm andado meio raros por aí.

Infidelidade - Parte III (para entender melhor, leia a partir da parte I)

Por tudo isso, por tudo mais que vivi e pelos valores que fui adquirindo na vida, eu tenho uma posição muito clara e segura a respeito da traição. Acho errado. Simples assim. Acho que a traição revela uma certa falha de caráter.

“Cada escolha, uma renúncia: isso é a vida”. Os problemas começam quando o ser humano tenta burlar essa regra básica da civilidade, tentando: (1) dar um jeito de obter duas coisas que deveriam ser mutuamente excludentes, (2) sem se preocupar com as conseqüências que isso acarretará para os outros, (3) evitando ao mesmo tempo incorrer em uma punição.

Se não está a fim de ser fiel, não se comprometa. Ou, se já está comprometido e sentiu que não vai conseguir ou não quer mais segurar o rojão, se separe e siga o seu caminho. Simples assim. Quer ficar na pista, pegar geral, fique à vontade. Não tem nada de errado. Mas seja honesto, com você mesmo e, sobretudo, com os outros. Ser vítima de uma infidelidade por parte de alguém que se ama muito (seja um cônjuge, seja um pai), é uma experiência traumática, uma ferida profunda que, se não trabalhada, é capaz de provocar um sentimento de desesperança no ser humano, tornando-o amargo e cínico.

A partir do momento em que se promete fidelidade a alguém, e começa-se a construir uma relação de confiança e de dependência emocional mútua, é preciso ser fiel a esse compromisso e à responsabilidade que ele traz consigo. Numa relação duradoura, cada parte torna-se responsável, de certa forma, pela felicidade do outro. Quanto maior a entrega, quanto maior a doação, quanto maior a partilha (do cotidiano, das intimidades, eventualmente dos filhos, etc.), quanto maior a abertura de si, maior o dano que uma infidelidade é capaz de provocar. É uma grande responsabilidade.

Um detalhe curioso é que não dá para dizer que seja errado sentir algo por alguém de fora da relação, seja tesão, seja atração, sei lá. Instinto é algo que não dá para controlar e nem é para se culpar por isso, todo mundo está sujeito. Se esse tipo de sensação é muito recorrente, pode até ser um sinal de que algo está errado na relação, ou mesmo que algum conceito ou valor precisa ser melhor trabalhado interiormente. Mas o erro, propriamente dito, ocorre quando a pessoa começa a alimentar esse sentimento, iniciando um processo que fatalmente, um dia, culminará com a infidelidade propriamente dita. Na verdade, se formos ver a coisa dessa forma, é possível perceber que a infidelidade geralmente começa bem antes da concretização do ato. Por conta disso, acho que quem quer construir uma relação duradoura deveria buscar evitar se expor a certas situações. Traduzindo para o bom português, e citando um exemplo extremo e prático, se eu tenho a intenção de ser fiel, me enfiar num puteiro e encher a cara de birita com meus amigos mais sacanas pode não ser uma atitude das mais inteligentes...

Também ocorre que toda relação tem seus momentos de altos e baixos. É preciso maturidade para reconhecer que isso é natural, que esses momentos passam e que nem por isso justifica-se sair aloprando por aí a cada vez que isso acontecer. Se a fase ruim começar a demorar demais para passar, é preciso coragem para reconhecer que algo está errado, ou mesmo que simplesmente mudou e que a relação não pode continuar. Muitas vezes, é possível que uma traição ocorra porque faltou coragem à pessoa para tomar uma atitude e terminar a relação antes de fazer uma besteira. Convenhamos, a falta de coragem (que, no fundo, nada mais é do que um eufemismo para a covardia) é uma “justificativa” algo deprimente.

(Continua...)

domingo, novembro 12, 2006

Viver do Amor

Eu já falei que gosto do Chico Buarque??? rs
Se não falei, será que alguém já reparou??? (mais risos)
Pois é, hoje fui ver um show das "Mulheres de Hollanda". É Chico está em alta não só no blog, mas na mídia em geral. Esse grupo é formado por 5 mulheres, acompanhadas por dois músicos, e só cantam canções do Mestre Chico!!!
Uma música que tocou é da Ópera do Malandro. E eu acho que traduz bastante o esforço de se viver um amor. Pois realmente amar, gostar de alguém, exige muita dedicação, muito querer. É se doar, abrir mão, pensar junto, construir junto, fazer com que dois caminhos até então distintos possam seguir juntos. E isso, convenhamos, é muito difícil!
Eu poderia dissertar mais sobre o tema, mas deixo o Chico falar mais sobre isso. Com vocês, "Viver do Amor":

Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador- como um funcionário
Há que penar no amor

Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador
Ai, o amor

Jamais foi um sonho
O amor, eu bem sei
Já provei
E é um veneno medonho
É por isso que se há de entender

Que o amor não é um ócio
E compreender
Que o amor não é um vício
O amor é sacrifício
O amor é sacerdócio
Amar
É iluminar a dor- como um missionário

sábado, novembro 11, 2006

Amor e Sexo

Amor é um livro - Sexo é esporte
Sexo é escolha - Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela - Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa - Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão - Sexo é pagão
Amor é latifúndio - Sexo é invasão
Amor é divino - Sexo é animal
Amor é bossa nova - Sexo é carnaval
Amor é para sempre - Sexo também
Sexo é do bom - Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora

Com a música de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor, entro no terreno do amor e do sexo. Será que são tão diferentes assim? Eu particularmente gosto muito da música e das coisas que o Jabor escreveu sobre o tema. Acredito que existam diferenças entre amor e sexo, porém muitas vezes essa linha que separam ambos tem que ser tênua. Na letra diz Amor sem sexo é amizade, Sexo sem amor é vontade. E amor com sexo??? E sexo com amor??? Sim, ambos não são imiscíveis como óleo e água. Ambos podem estar bem separados, como também podem se juntar - e se juntarem muito bem!!!
Na minha modesta opinião, amor com pouco sexo, com falta de originalidade, ou mesmo com um sexo tão padronizado, casto, certinho, é meio caminho andado para o fim do relacionamento. Isso faz com que o tão pregado amor vire amizade. Os sentimentos se transformam, mudam. Por isso, amor e sexo são importantes. Lógico que amizade, respeito, companheirismo e outros sentimentos também são importantes, mas não duvidem do poder do sexo entre duas pessoas que se amam!!!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Infidelidade - Parte II (para entender melhor, leia a partir da Parte I)

Só depois de mais um tempinho (não lembro se foram anos ou meses) é que comecei a entender melhor tudo que tinha acontecido. Meu pai traiu a minha mãe, sabe-se lá por quanto tempo, com alguém que ele conheceu no trabalho. Não sei se ele contou ou se a minha mãe acabou descobrindo sozinha, mas o fato é que, depois de algum tempo, a coisa toda se tornou insustentável, eles se separaram e ele foi morar com a tal mulher. Depois de mais algum tempo, meu pai acabou se arrependendo do que fez e quis voltar para a minha mãe que, pelos motivos dela e que não me cabe julgar, aceitou. Lembro dos meus pais trancados no quarto deles, no dia em que voltaram a ficar juntos, e do telefone que não parava de tocar. Era a outra mulher chorando e querendo de qualquer maneira falar com meu pai. Lembro de não ter tido pena do choro dela.

O saldo dessa miséria toda é que o casamento dos meus pais, obviamente, nunca mais foi o mesmo, nem a minha relação com meu pai. Eu lembro de, ainda criança, ter me sentido traído e de não ter gostado nem um pouco da sensação.

Lembro, ainda alguns anos mais tarde, quando estava no ginásio, de quando tive minha primeira namorada. Lembro como meu pai, quando saía na rua comigo, ficava olhando para as mulheres que passavam e apontando-as para mim. Eu ficava meio sem graça e não dizia nada, porque achava errado estar com alguém e, ao mesmo tempo, ficar secando as mulheres na rua. Achava também de uma grosseria enorme os comentários que ele fazia com os amigos. Lembro de uma vez em que ele chegou a me criticar por ser tão certinho.

Isso tudo só fazia reavivar aquela sensação amarga de traição e de decepção que eu já trazia dentro de mim, em relação a ele. Mesmo depois de tudo que havia acontecido, parecia que o fantasma de outro susto pairava sempre por perto... pior, ainda tentava me dar esse exemplo, como parte da minha educação de “macho”.

(To be continued...)

quinta-feira, novembro 09, 2006

Infidelidade - Parte I

Quando era criança, lembro de uma época em que, de vez em quando, pegava minha mãe chorando sozinha em casa. Ela nunca me dizia o que era. Inventava desculpas ou negava que estivesse chorando.

Algum tempo depois disso (acho que tudo aconteceu entre 1981 e 1984, mas não sei dizer exatamente, porque lembranças dessa época são sempre confusas e não há uma escala de tempo muito identificável), um dia meu pai não dormiu mais em casa. Lembro de ter perguntado à minha mãe o que estava acontecendo. Ela me disse que ele estava doente e que precisava passar as noites no hospital durante um tempinho até ficar bom. Lembro de ter rezado à noite para que ele ficasse bom logo.

Passado algum tempo, finalmente meus pais colocaram a mim e a meus dois irmãos menores no sofá da sala e começaram a contar que estavam se separando e que não iriam mais morar juntos, mas que estariam sempre com a gente, etc e tal.

No meio dessa história toda, lembro de um dia em que meu pai levou a gente na casa de outra mulher com quem ele já vinha ficando, para conhecê-la. Não lembro se disseram para a gente que ela era namorada do meu pai ou que era só uma amiga. Mas lembro que a minha mãe ficou meio desesperada, e ficava falando que os moletons da gente estavam curtos demais e que a gente parecia meio descuidado, mas acabou deixando a gente ir. Chegando lá, trouxeram para a gente uma caixa cheia de uns brinquedos que deviam ser de algum filho dela, sei lá. Só lembro que tinha uns brinquedos muito legais, inclusive um que me deixou alucinado, uma nave espacial maneiríssima, e que eu só queria brincar com ela. Chegada a hora de ir embora, eu obviamente queria continuar brincando com todos aqueles brinquedos novos e pedi para ficar um pouco mais. Meu pai, sabe-se lá porque diabos, teve a brilhante idéia de me fazer ligar para a minha mãe e pedir para ficar mais um pouco, pois pelo visto eles tinham combinado um horário para nos trazer de volta. Pedi para a minha mãe para ficar mais um pouco porque estava gostando de brincar por lá. Lembro perfeitamente da minha mãe desandar a chorar, a ponto de não conseguir falar mais nada, e desligar o telefone. Depois disso, repentinamente a minha vontade de ficar por lá acabou.

(Continua...)

domingo, novembro 05, 2006

Versos de Hollanda

Ontem fui ao Teatro Leblon, no RJ, assistir "Versos de Holanda, outros versos, novas canções". A peça é um musical inspirada nas canções do vasto repertório do genial Chico Buarque. É, acho que essa fase romântica, falando de amor, vem de encontro à minha fase Chico. Tenho escutado bastante músicas dele, desde o novo CD, Carioca, até algumas canções antigas.
Na minha modesta opinião, Chico é um dos maiores artistas que o Brasil já teve. Apesar da sua questionável voz, as suas canções são na grande maioria obras-primas do cancioneiro nacional. Por isso, fica fácil montar uma peça com músicas dele. A peça é composta de 37 canções de sua autoria, algumas cantadas, outras declamadas e/ou interpretadas.
O roteirista e diretor Márcio Azevedo acerta em escolher canções bastante conhecidas de Chico, em sua grande maioria, o que faz com que a platéia possa cantar, relembrar canções ou apreciá-las sobre um novo ângulo. A peça tem alguns altos e baixos, mas se tratando de canções do Chico Buarque, tudo é perdoável.
Para mim o grande momento da peça é quando chega às canções românticas. Escutar "Olhos nos Olhos", "Todo Sentimento" e "Atrás da Porta" em sequência é para maltratar todos os corações. Para quem não conhece tanto o repertório desse grande artista, vá ao teatro ou compre seus discos. Vai ser tudo de bom, aposto!
E para não dizer que não coloquei nenhuma música, deixo trechos das 3 músicas citadas...

Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
(Olhos nos Olhos - Chico Buarque)

Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
(Todo Sentimento - Chico Buarque e Cristóvão Bastos)

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
(Atrás da Porta - Chico Buarque e Francis Hime)

É ou não é genial???

sábado, novembro 04, 2006

Amor meu grande amor

No post anterior, alguém (um anônimo, que não se identificou, mas gostaria de saber quem é!) falou sobre estar atento a novos amores. Eu concordo com isso. Acho que para amar, precisamos estar atento, olhando para os lados, tendo um feeling e, principalmente, estarmos abertos para esse sentimento. Sem essas coisas, não rola!
Acredito que o ser humano viva várias fases durante a vida. Tem fases em que queremos estar solteiro, aprontar todas, sair com amigos, beber, sair sem dar satisfação ou como eu gosto de parafrasear o Lenine, "hoje eu quero sair só". Em outros momentos, estamos sem ninguém e nos sentimos mal, abandonados, achando que as pessoas são todas umas fdps, que ninguém quer nada sério, que o mundo não tem jeito... Enfim, temos ainda mais fases, o ser humano é realmente complicado.
Viver é complicado, é foda, ou será que somos nós que complicamos tudo ou mesmo damos uma forcinha para isso acontecer? Seria tão bom se quando estivessemos procurando alguém, um amor, as pessoas que também procurassem tivessem uma pulseira, tipo aquelas de festas particulares, indicando que também querem algo sério. Ou mesmo uma camiseta estampada em alto relevo um "EU QUERO NAMORAR" ou um "EU QUERO CASAR". É, mas as coisas não são tão simples.
Já conheci pessoas que diziam que queriam algo sério, mas na verdade não queriam. Outras que são apaixonantes, falam de amor, mas basta o outro se aproximar, que vem a repulsão. Porém, em algum lugar, tem aquela pessoa. Sim, aquela que vc está esperando. Ela não está usando pulseiras ou camisas estampadas, porém está de alma e corpo aberto para amar. Pode estar te esperando ou se divertindo com as "pessoas erradas". Mas tenha certeza que se você procurar bem, a irá encontrar. Ela é perfeita? Hummm, não diria. Mas ela tem tudo para ser um grande e verdadeiro amor...

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões e as palavras
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me sinta sem saber
Se sou fogo ou se sou água
Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente
Que tudo o que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver
Que eu seja a último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor, me reconheça

sexta-feira, novembro 03, 2006

Não amo ninguém

Se todo alguém que ama
Ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo
É como amar a lua inacessível
É que eu não amo ninguém
Não amo ninguém
Eu não amo ninguém, parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro

As frases acima são da música "Não amo ninguém", do Cazuza. Eu a conheci através da voz da saudosa Cássia Eller. Não amar ninguém e respirar o amor. Como seria isso? Eu me identifiquei com essa música por muito tempo.
Lógico que eu amo minha família, amigos, a minha vida... Porém, estou me referindo a outro amor. Ao amor carnal, curtir alguém. E eu, apesar de gostar de algumas pessoas, nunca tinha amado. E sempre fui muito romântico. Sempre sonhei amar, viver um amor cinematográfico.
Com o tempo, pude amar, mas de certa forma ainda me pego cantando e me identificando com essa música algumas vezes...

quarta-feira, novembro 01, 2006

Procura-se...

Procura-se um amor. Sim, procura-se um amor. Mas não pode ser um amor de brincadeira, de mentirinha. Tem que ser um amor verdadeiro. Um amor maior. Amor daqueles de dar frio na barriga, de gerar ansiedade, de fazer revirar os olhos, passar noites em claro. Um amor que valha a pena ser chamado de amor. Amor de se doar. Amor de perdição. Amor de verdade.
Amor que é amor tem que ser correspondido. Tem que gerar sintonia. E sintonia fina, com ajustes ultra-preciso. Daqueles que quando se diz "eu te amo", ninguém tenha dúvida de que a afirmação é verdadeira. De que a afirmação é precisa. De que vem do fundo do coração. De alma para alma.
Baste de "eu te amo" todos os dias. O amor verdadeiro não é para ser banalizado. "Não se fala o santo nome em vão". Amor é para ser reverenciado. Chega de "eu te amo" para qualquer um. "Eu te amo o caralho!!!". É o mínimo que se deve dizer quando alguém diz um "eu te amo" em apenas alguns dias de convivência. Amor é uma coisa, paixão é outra. Se não sabe a diferença, viva mais. Amadureça. Corra atrás do prejuízo.
Procura-se verdades. Sem mentiras, pequenas ou grandes, intencionais ou não. Chega de generalizações. De sentimentos enlatados. De sentimentos pasteurizados. O amor é para pegar, sentir, colocar a mão na cumbuca. Se machucar, se sujar, se lambuzar, enfim, sentir, ser parte do processo. É fazer e acontecer. É viver. É amar sem medo de ser feliz!
Procura-se um amor grande hotel. Um amor para se bater no peito, impostar a voz, erguer a cabeça, se regozijar. Amor de uma vida. Amor de verdade.
Quem encontrar esse amor, por favor me diga, pois eu ainda não o encontrei!

Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei...
(Segredos - Frejat)

Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você
Onde estará o meu amor ?...
(Onde estará o meu amor - Chico César)