sexta-feira, junho 22, 2007

Músicas que me tocam - 22

É impressionante como agimos igual aos nossos pais. Algumas coisas são genéticas, outras se adquirem com a convivência. Mas muito de nosso comportamento vem de nossos espelhos. E, quando criança, esses espelhos normalmente são os pais. A influência deles em nossas vidas é muito grande.
Eu, mesmo não sendo criado pelo meu pai e tendo convivido com ele muito pouco, tenho algumas semelhanças em gestos e ações (além de algumas semelhanças físicas, lógico) que não são tão explicáveis. De minha mãe então, nem se fala. Com ela aprendi a gostar de muitas comidas, a não gostar de outras, a falar rápido quando agitado... E muitos dos meus valores me foram passados por ela. O que desaprendi ou aprendi a mais, foi pelo caminho.
Apesar do avanço, da modernidade dos dias de hoje, nós ainda somos na maioria das vezes, muito caretas e conservadores. E isso tudo vem também de nossos pais, que nos educam de uma forma a sermos bons para o meio social, agindo de uma forma mais padronizada, diria até pasteurizada. Desgarrar-se disso tudo é necessário, porém perigoso, pois tem de se ter um limite para também não achar que tudo é válido em nome da liberdade, da independência!
Como nossos pais, música composta por Belchior na década de 70 e eternizada na voz de Elis Regina (apesar de muitos já a terem gravado), continua sendo muito atual. Nós ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Alguém duvida???

Como nossos pais - Elis Regina

Não quero lhe falar meu grande amor
das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar,
eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida
de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu 'tô por fora', ou então que eu 'tô inventando'
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia
de uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
como nossos pais

4 comentários:

Anônimo disse...

Essa aí definitivamente está na lista das músicas que me tocam tb...

KahSilva disse...

Não há dúvida, ainda somos como nossos pais, em muito do que somos e fazemos.Isso vai além de semelhamça fisíca, eu mesma sou bastante conservadora em algumas coisas, e sei que isso é herança deles.Mesmo quem brada aos ventos que não tem nada dos pais "caretas", está mentindo, pois lhes passa despercebidos, ou preferem ignorar, que suas idéias e ideais ainda são herdados.Amo saber que herdei a clama do meu pai diante de algumas situações.Um beijo e lindo domingo!!!

Anônimo disse...

so tenho algo a dizer....amo ter herdado mais do que semelhancas fisicas destas pessoas!!!!

Anônimo disse...

so tenho algo a dizer....amo ter herdado mais do que semelhancas fisicas destas pessoas!!!!