domingo, maio 13, 2007

A Sete Palmos

Já tem um tempo que venho tentando escrever sobre a morte. Sei que esse é um tema que melindra muitas pessoas (minha mãe e minha irmã, por exemplo, nem gostam de tocar nesse assunto), mas é a nossa única certeza na vida.
Hoje finalmente tomei coragem e decidi falar um pouco desse assunto. A força motriz para isso foi ter assistido agora os 5 últimos episódios da série A Sete Palmos (Six Feet Under). Para quem não conhece, a série passou na HBO, foi lançada em DVD (5 temporadas) e atualmente pode ser vista na Warner Channel. É uma série produzida e criada pelo Allan Ball, roteirista do filme oscarizado Beleza Americana.
A Sete Palmos é uma série com um ritmo bem diferente do que vemos hoje na TV. Sempre que eu assisto algum seriado hoje, parece que eles querem empacotar o máximo de ação em um só capítulo. É clímax atrás de clímax. Em algumas séries funciona - vide 24 Horas, mas em outras soam muito forçado. As novelas também sofrem do mesmo mal: muitas histórias, cortes rápidos, como se tudo fosse pasteurizado para os dias atuais, com muita informação...
Já em A Sete Palmos, a história é contada sem muita pressa, com alguns antí-clímax. Muitas vezes até vagarosamente, sem muitas novidades, alternando momentos de muito falatório e catarses, com momentos de silêncio e reflexão. E o mais curioso que vejo nisso tudo é que isso reflete muito bem como é a nossa vida. Ou a vida de alguém aqui é recheada de emoções e coisas boas todo o tempo. Eu não conheço ninguém assim. E isso acontece justamente em uma série que fala de morte o tempo inteiro.
Eu concluo que ao pensar na morte - não de uma forma doente, como se fosse uma fixação - como uma certeza, como uma passagem, algo inevitável, valorizamos mais a vida e seus momentos. Hoje, ao assistir os últimos capítulos da série, pude me sensibilizar de como é importante viver cada momento. Pude voltar a ver como a família é vital.
Hoje é domingo, Dia das Mães. Passei o dia em família. E foi um dia agradável. Almocei com familiares, brinquei com minha sobrinha, tive momentos agradáveis com pessoas que amo. Nem tudo foi completo, faltaram pessoas por aqui, mas a vida é assim mesmo. Assim temos saudades, queremos dar um jeito de vermos em breve, nos esforçamos mais e nos damos conta do quanto amar e ser amado vale a pena. Porque a morte é uma realidade, quer queiramos ou não.
Nâo sei como e quando irei morrer. Assim como as pessoas que me cercam. Já perdi algumas, vi amigos perdendo entes muito queridos, sei como é difícil. Mas a vida continua. Como diria o saudoso Freddie Mercury, the show must go on. E cabe a nós vivermos nossa vida da melhor forma possível. Amanhã, ao acordar, vou agradecer por mais um dia de vida, no qual poderei desfrutar de muitas coisas boas, sendo elas momentos emocionantes ou de pura reflexão.
Citando a frase da quinta e última temporada de A Sete Palmos:
Qualquer coisa.
Qualquer um.
Qualquer lugar.
Um dia termina.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu estou pensando em você.
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com a chuva dos verões
Com o desenho das maçãs
E com você me sinto bem

Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Te esquecer
Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Te esquecer.

KahSilva disse...

Oi Jorge!Eu assisti essa série e adorei!Devemos sim pensar na morte e em como a vida é fugaz, para valorizarmos tudo que conquistamos.

Anônimo disse...

eh pois eh....o medo da mudanca, a morte, o rio quando encontra o mar...para tudo entao recomecar!
viva a vida e a vida que existe alem dela!

Tuka disse...

Six Feet de loooooooooonge é a minha série preferida de todos os tempos, Jorge. O último episódio me fez chorar feito criança... Até meu marido que não é de derramar lágrimas, caiu em prantos.

Mais uma coisa em comum fora Aimee Mannn e dona Carlota - rs...

Muá!

Tuka disse...

Six Feet de loooooooooonge é a minha série preferida de todos os tempos, Jorge. O último episódio me fez chorar feito criança... Até meu marido que não é de derramar lágrimas, caiu em prantos.

Mais uma coisa em comum fora Aimee Mannn e dona Carlota - rs...

Muá!

Glaucia Lombardi disse...

Eu sempre acho que o que queremos fazer pelo nosso próximo, deve ser feito enquanto há vida. Há muito tempo, dou o devido valor ao tempo que tenho para mim e para as pessoas que eu gosto.
Vc faz muito bem em aproveitar todos os momentos que tem, com amigos e com sua familia.
BJSSSS