segunda-feira, abril 02, 2007

Palmas para a Tia Emília

Semana passada, sucumbiu a um câncer a "Tia Emília", mãe de um dos meus melhores amigos, o Fernando.

No enterro, enquanto baixavam o caixão dela, me deu vontade de bater palmas. Contive meu impulso, pois tive a impressão de que o gesto não seria bem recebido ou compreendido por todos. Mas ela bem que merecia.

Foi uma mulher batalhadora, a vida inteira. Se aposentou como professora (do estado, se não me engano). Construiu um casamento feliz e equilibrado, que durou até o fim. Criou um casal de filhos batalhadores, corajosos e de um caráter acima de qualquer prova. Bem soube manejar as limitações da vida e, ao final, morava confortavelmente no Recreio, próxima à praia, realizando um sonho antigo.

A vida toda, combateu o bom combate e, ao final, se foi com dignidade, com a fé inabalada mesmo pela crueldade da doença crônica e debilitante.

Se metade das pessoas que partem desse plano o fizessem tendo realizado pelo menos metade do que a Tia Emília realizou, no seu anonimato e na sua simplicidade, que lugar o mundo seria!

2 comentários:

KahSilva disse...

Poxa, será que no meu velório alguém vai querer bater palmas prá mim?Mais fácil bater palmas pro meu marido que viveu todo esse tempo ao meu lado, ele é um héroi!!!Beijos!!!

Jorge disse...

É, realmente a vida é feita de pequenos heróis anônimos! Muito bom ter esse sentimento de dever cumprido!