sábado, dezembro 30, 2006
Crônicas da Paternidade - I
Essas últimas 3 semanas têm sido intensas e maravilhosas. Tenho aprendido muito, mas alguns poucos pontos me parecem mais dignos de nota:
1. Ser um pai presente cansa, e cansa muito. Mas, em toda a minha vida, nunca consegui imaginar um motivo que me levasse a ser acordado aos gritos às 3 da manhã e ainda ser incapaz de deixar de sorrir ao ir encontrar com a pessoa que me fez acordar. Depois de alguns dias de noites mal-dormidas o cansaço bate muito forte mas, por incrível que pareça, só quando estou longe dela, como no trabalho, por exemplo. É incrível.
2. Entrar em desespero está fora de cogitação. Tudo passa, não importa quão desesperadora pareça a situação, e ter os dois pais juntos no processo de descoberta e solução dos problemas é fundamental. Quando um parece que vai perder a calma, o outro entra e segura a onda. Algumas horas depois, invertem-se os papéis e por aí vai. Descobrimos que o ruim não é acordar várias vezes à noite, mas sim os momentos em que não se sabe ainda o que fazer para resolver algum problema. Mas, depois de alguns dias, já dá para tirar as cólicas, os cocôs e as golfadas de letra.
3. Todo mundo tem uma porra de um palpite "certeiro" para dar, sendo que todas essas maravilhosas dicas entram em conflito com alguma outra dica que outro "expert em bebês" já lhe deu. Até entre os pediatras, quem diria, muitas questões não encontram consenso (aliás, a medicina está beeeem longe de ser uma ciência exata, a despeito da impressão que alguns médicos gostariam de passar). Portanto, ouvimos todo mundo com atenção mas, no fim, fazemos só o que a nossa consciência e a nossa sensibilidade mandarem.
4. Por fim, tudo é maravilhoso, e os momentos difíceis são tão ou mais importantes que os gostosos. É como na vida "adulta", onde as verdadeiras e melhores amizades são forjadas justamente naqueles momentos difíceis da vida, em que a confiança pode ser posta à prova e a gente consegue ver quem realmente se importa conosco. Cada madrugada fazendo carinho na barriga de uma criança que grita de cólicas, cada fralda trocada enquanto se sussura palavras de carinho para que a criança se mantenha calma, cada momento desses é um tijolo que se coloca, é um patrimônio de confiança e de amor que se vai construindo entre a gente e essa pessoinha que chegou e para quem tudo no mundo é tão novo, interessante e assustador. Fico pensando que, de repente, é muito bom que não tenhamos tido dinheiro para pagar por babás que nos poupassem desse "sofrimento", pois um dia esse "patrimônio" que estamos construindo juntos como família poderia nos fazer falta.
Enfim, por enquanto é isso. Segue essa foto recente da pequetita, já nem tão pequetita assim, para o tio Jorge babão e os outros tios e tias que acessam o blog.
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Um comentário:
Ahhhh, que fofa!!!
Eu quero visitar em breve e vou logo avisando que já tenho experiência e sei pegar no colo!!!rs
Parabéns pela Julia e que vcs continuem assim, como muita paciência e sendo muito felizes...
Feliz 2007!!!
Abs
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