Uh, Los Hermanos. Uh, Los Hermanos!!!

Com tantos assuntos para escrever no blog, o "tempo" que o Los Hermanos anunciou mês passado acabou passando em branco. Muitos dizem que esse tal "tempo" quer dizer o fim da banda. Eu quero crer que não. Acho que o Los Hermanos é - ou foi - a banda mais autêntica dos últimos anos.
Lembro que embalado pelo sucesso de Anna Júlia, eu comprei o primeiro CD. Não gostei muito. Achei um rock meio pesado, com músicas nem tão boas, com algumas esgoeladas do Rodrigo Amarante. Isso fez com que eu deixasse o grupo um pouco de lado, nem dando atenção ao segundo trabalho, o "Bloco do eu sozinho". Há uns anos, ganhei do meu estagiário na época um CD do "Ventura", terceiro trabalho da banda. Escutei e gostei, achei que a banda tinha evoluído, com músicas boas, sem ser mainstream.
Assim, para recuperar o tempo perdido, pedi e ganhei o segundo CD, me apaixonei pelas músicas e fui ver meu primeiro show da banda. Nossa, o que era aquilo? Canecão lotado, pessoas que pareciam que estavam indo a um culto e não a um show de rock, tamanha devoção. Eu, que sempre soube as músicas de cor na maioria dso shows que já fui, me senti meio peixe fora d'água nesse, já que não sabia cantar todas as músicas. O show foi tão bom, mas tão bacana, que foi citado em uma matéria na Revista do Jornal O Globo como um dos 10 melhores shows do Canecão, que fez 40 anos esse ano!!!
Aí veio o CD "4". Um disco difícil, com músicas paradonas. Achei que seria um teste para os fãs. Se era um teste, eles passaram com louvor. Mais uma vez no Canecão (com repeteco na Lona de Vista Alegre) eu vi todos cantarem as músicas a plenos pulmões. Emocionante.
Li uma crítica do Jamari França no Globo Online onde ele diz que nem no auge da Legião Urbana se viu coisa igual. E o Los Hermanos sempre me deixou meio encucado: qual o porquê disso? Eles não são galãs, tocam instrumentos nem tão comuns aos rocks que ouvimos, fazem uma linha low profile, não vão a programas de TV praticamente, são avessos à badalação e nem cantam tão bem assim... Por outro lado, tudo isso os tornam autênticos. E isso, em um mundo em que todos querem ser iguais, ser diferente é um chamariz e tanto!!!
O fato deles quase não tocarem Anna Júlia, o maior sucesso e que os projetaram, é de certa forma estranho. E mais estranho ainda eram os fãs não exigirem a música. Pelo contrário, a maioria até repudiava a canção. Inacreditável, mas é a pura verdade. Era como ir ao show do Paralamas e eles não tocarem Meu Erro. Ou ao show do Capital Inicial e eles não tocarem Fátima...
Por tamanha originalidade e desprendimento com o sucesso, é que eu torço para que o Los Hermanos voltem. E assim, nos brindem com canções belíssimas, como Casa Pré-fabricada, Conversa de botas batidas, O Velho e o Moço, O Vento, A Outra, Samba a Dois, Sapato Novo, Sentimental, Todo Carnaval tem seu fim e Veja bem meu bem. Voltem Los Hermnos!!!
Como se grita nos shows: Uh, Los Hermanos. Uh, Los Hermanos!!!