É isso aí, faço minhas as palavras do Jorge. Tem sido uma experiência excelente dividir esse blog com o Jorge, purgando os pensamentos e as viagens que vão vazando da cabeça com o tempo.
Do ponto de vista meramente racional, amanhã é um dia como outro qualquer. Na verdade, é até pior que um dia normal, dado que será meu último dia de recesso no trabalho e na terça voltarei a pegar a barca para o trabalho.
No entanto, não deixa de ter um certo simbolismo sonhar com o que fazer quando acordar em um ano novo. As promessas de ano novo, os planos, as expectativas, os sonhos, acho tudo isso válido, e inclusive tenho minhas metas de vida para cada ano que começo, que venho inclusive realizando. Isso tem um lado de planejamento de vida, mas tem também um lado simbólico de esperança de um novo ciclo, de um novo começo para algumas coisas. Símbolos podem ser coisas poderosas.
No Natal, mesmo para quem não acredita, tenho para mim que a simbologia da data é importante e contagiante. Não estou me referindo a ceias (iguais a todo santo ano...), nem às tradicionais brigas de família, ou ao especial do Roberto Carlos (podiam todo ano passar uma reprise de 20 anos atrás e daria no mesmo). Me refiro ao simbolismo de comemorarmos a data em que Deus nasceu na forma de uma criança, feito carne, sorrisos e lágrimas como o resto de nós.
Acreditemos ou não nisso, pelo menos em nome de toda essa simbologia gostaria de desejar a todos vocês que, nesta data repleta de significados, permitamos a Deus nascer e se alojar um pouquinho mais em nossos corações, fazendo de nós pessoas um pouquinho melhores e maiores e que, no ano novo que se avizinha (na Nova Zelândia já chegou!), todos nossos sonhos e metas bons se realizem!
domingo, dezembro 31, 2006
Feliz 2007
Chega! Esse ano já escrevi demais e agora, só quero fechar o ano dizendo que foi muito bom, adorei ter esse espaço, dividi-lo com o J., grande amigo, e com vocês que nos leram e acompanharam nossas idéias.
Ano que vem nos encontramos, com novos temas e esperamos a participação e comentários, para podermos discutir novos assuntos.
Portanto, só me resta desejar que venha 2007 e que todos nós sejamos muito mais felizes!
Até!!!
Ano que vem nos encontramos, com novos temas e esperamos a participação e comentários, para podermos discutir novos assuntos.
Portanto, só me resta desejar que venha 2007 e que todos nós sejamos muito mais felizes!
Até!!!
sábado, dezembro 30, 2006
Esses EUA...
Pobre Saddam... ditador filho da puta por ditador filho da puta, o Kim Jong Liu (é assim mesmo?), o Pinochet (esse se foi sozinho), o Fidel (esse tá quase, mas de morte morrida também) e vários déspotazinhos genocidas na África não ficam a dever nada a ele, mas só o Saddam foi pra forca. Por que será???
Além da questão óbvia do petróleo, quem aparentemente matou de vez a charada foi o David Letterman, numa tirada ótima de um programa de alguns meses atrás:
"Sabe porque os EUA não invadem a Coréia do Norte e tocam o mesmo zaralho que tocaram no Iraque? É porque eles TÊM armas de destruição em massa."
Além da questão óbvia do petróleo, quem aparentemente matou de vez a charada foi o David Letterman, numa tirada ótima de um programa de alguns meses atrás:
"Sabe porque os EUA não invadem a Coréia do Norte e tocam o mesmo zaralho que tocaram no Iraque? É porque eles TÊM armas de destruição em massa."
Crônicas da Paternidade - I
Essas últimas 3 semanas têm sido intensas e maravilhosas. Tenho aprendido muito, mas alguns poucos pontos me parecem mais dignos de nota:
1. Ser um pai presente cansa, e cansa muito. Mas, em toda a minha vida, nunca consegui imaginar um motivo que me levasse a ser acordado aos gritos às 3 da manhã e ainda ser incapaz de deixar de sorrir ao ir encontrar com a pessoa que me fez acordar. Depois de alguns dias de noites mal-dormidas o cansaço bate muito forte mas, por incrível que pareça, só quando estou longe dela, como no trabalho, por exemplo. É incrível.
2. Entrar em desespero está fora de cogitação. Tudo passa, não importa quão desesperadora pareça a situação, e ter os dois pais juntos no processo de descoberta e solução dos problemas é fundamental. Quando um parece que vai perder a calma, o outro entra e segura a onda. Algumas horas depois, invertem-se os papéis e por aí vai. Descobrimos que o ruim não é acordar várias vezes à noite, mas sim os momentos em que não se sabe ainda o que fazer para resolver algum problema. Mas, depois de alguns dias, já dá para tirar as cólicas, os cocôs e as golfadas de letra.
3. Todo mundo tem uma porra de um palpite "certeiro" para dar, sendo que todas essas maravilhosas dicas entram em conflito com alguma outra dica que outro "expert em bebês" já lhe deu. Até entre os pediatras, quem diria, muitas questões não encontram consenso (aliás, a medicina está beeeem longe de ser uma ciência exata, a despeito da impressão que alguns médicos gostariam de passar). Portanto, ouvimos todo mundo com atenção mas, no fim, fazemos só o que a nossa consciência e a nossa sensibilidade mandarem.
4. Por fim, tudo é maravilhoso, e os momentos difíceis são tão ou mais importantes que os gostosos. É como na vida "adulta", onde as verdadeiras e melhores amizades são forjadas justamente naqueles momentos difíceis da vida, em que a confiança pode ser posta à prova e a gente consegue ver quem realmente se importa conosco. Cada madrugada fazendo carinho na barriga de uma criança que grita de cólicas, cada fralda trocada enquanto se sussura palavras de carinho para que a criança se mantenha calma, cada momento desses é um tijolo que se coloca, é um patrimônio de confiança e de amor que se vai construindo entre a gente e essa pessoinha que chegou e para quem tudo no mundo é tão novo, interessante e assustador. Fico pensando que, de repente, é muito bom que não tenhamos tido dinheiro para pagar por babás que nos poupassem desse "sofrimento", pois um dia esse "patrimônio" que estamos construindo juntos como família poderia nos fazer falta.
Enfim, por enquanto é isso. Segue essa foto recente da pequetita, já nem tão pequetita assim, para o tio Jorge babão e os outros tios e tias que acessam o blog.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Retrospectiva 2006
O ano de 2006 foi bem movimentado. Como diria Roberto Carlos, foram tantas emoções...
Alguns highlights que me vêem a cabeça:
1) Fui tio e padrinho de batismo (pela terceira vez). A Juju veio linda, fofa e com muita saúde. Pude perceber nesse Natal o quanto ela trouxe alegrias, não só para mim, mas para a família inteira;
2) Abri o blog, meio que de brincadeira, sem muitas intenções e ele só me trouxe coisas boas: pude estreitar minha amizade com o J., conheci pessoas novas, alguns amigos conheceram um outro lado meu, minhas emoções foram transcritas aqui, enfim, só felicidade;
3) Consegui superar vários desafios no trabalho, consolidando minhas ações esse ano;
4) Conheci novas pessoas, fiz novos amigos;
5) Li vários livros;
6) Vibrei com as seleções de vôlei nas competições, em especial os Mundiais;
7) Viajei bastante a trabalho, conhecendo novas cidades;
8) Malhei bastante e pude perseverar na minha dieta e nos meus objetivos;
9) Ganhei mais uma "sobrinha", a Julia;
10) Gastei mais do que deveria, mas quase renovei meu guarda-roupa, aumentei consideravelmente minha coleção de DVD e CD...
Nossa, foram tantas coisas, tantos eventos no ano, mas resolvi pegar alguns que me vieram à cabeça nesse momento. Espero que 2007 seja tão repleto de coisas boas que eu tenha que colocar mais que 10 fatos...
Alguns highlights que me vêem a cabeça:
1) Fui tio e padrinho de batismo (pela terceira vez). A Juju veio linda, fofa e com muita saúde. Pude perceber nesse Natal o quanto ela trouxe alegrias, não só para mim, mas para a família inteira;
2) Abri o blog, meio que de brincadeira, sem muitas intenções e ele só me trouxe coisas boas: pude estreitar minha amizade com o J., conheci pessoas novas, alguns amigos conheceram um outro lado meu, minhas emoções foram transcritas aqui, enfim, só felicidade;
3) Consegui superar vários desafios no trabalho, consolidando minhas ações esse ano;
4) Conheci novas pessoas, fiz novos amigos;
5) Li vários livros;
6) Vibrei com as seleções de vôlei nas competições, em especial os Mundiais;
7) Viajei bastante a trabalho, conhecendo novas cidades;
8) Malhei bastante e pude perseverar na minha dieta e nos meus objetivos;
9) Ganhei mais uma "sobrinha", a Julia;
10) Gastei mais do que deveria, mas quase renovei meu guarda-roupa, aumentei consideravelmente minha coleção de DVD e CD...
Nossa, foram tantas coisas, tantos eventos no ano, mas resolvi pegar alguns que me vieram à cabeça nesse momento. Espero que 2007 seja tão repleto de coisas boas que eu tenha que colocar mais que 10 fatos...
terça-feira, dezembro 26, 2006
Pedido de Demissão
Eu recebi esse e-mail hoje e achei tão interessante que fiz questão de dividir o conteúdo. Realmente, tem horas que dá muita vontade de fazer isso, pedir demissão do mundo dos adultos e voltar a ser criança!!!
PEDIDO DE DEMISSÃO
Venho, por meio desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos.
Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de oito anos, no máximo.
Quero acreditar que o mundo é justo, e que todas as pessoas honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero que as complexidades da vida passem despercebidas por mim, e quero ficar encantado com as pequenas maravilhas deste mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações.
Estou cansado de dias cheios de computadores que falham, montanhas de papelada, notícias deprimentes, email's com vírus, contas a pagar, fofocas, doenças, e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe...
Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento.
Não quero mais ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas, e, com elas, a uma parte da minha vida.
Quero ter certeza de que Deus está no céu, e de que, por isso, tudo está perfeitinho neste mundo.
Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.
Quero ficar feliz quando amadurece o primeiro caju ou a primeira manga, quando a jabuticabeira fica pretinha de fruta.
Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos.
Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida.
Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam uns jogos de gude ou uma pelada...
Eu quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a "Batatinha quando nasce", e a "Ave Maria”, e isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia...
Eu quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia.
Por isso, tomem aqui as chaves do carro, a lista do supermercado, asreceitas do médico, o talão de cheques, os cartões de crédito, o contra-cheque, os crachás de identificação, o pacotão de contas a pagar, a declaração de renda, a declaração de bens, as senhas do meu computador e das contas no banco, e resolvam as coisas do jeito que quiserem!!
A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto!!!!
Vai dizer que você também não teve vontade de fazer isso???
PEDIDO DE DEMISSÃO
Venho, por meio desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos.
Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de oito anos, no máximo.
Quero acreditar que o mundo é justo, e que todas as pessoas honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero que as complexidades da vida passem despercebidas por mim, e quero ficar encantado com as pequenas maravilhas deste mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações.
Estou cansado de dias cheios de computadores que falham, montanhas de papelada, notícias deprimentes, email's com vírus, contas a pagar, fofocas, doenças, e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe...
Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento.
Não quero mais ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas, e, com elas, a uma parte da minha vida.
Quero ter certeza de que Deus está no céu, e de que, por isso, tudo está perfeitinho neste mundo.
Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.
Quero ficar feliz quando amadurece o primeiro caju ou a primeira manga, quando a jabuticabeira fica pretinha de fruta.
Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos.
Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida.
Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam uns jogos de gude ou uma pelada...
Eu quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a "Batatinha quando nasce", e a "Ave Maria”, e isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia...
Eu quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia.
Por isso, tomem aqui as chaves do carro, a lista do supermercado, asreceitas do médico, o talão de cheques, os cartões de crédito, o contra-cheque, os crachás de identificação, o pacotão de contas a pagar, a declaração de renda, a declaração de bens, as senhas do meu computador e das contas no banco, e resolvam as coisas do jeito que quiserem!!
A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto!!!!
Vai dizer que você também não teve vontade de fazer isso???
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Promessas de fim de ano...
Estamos em época de festas. Natal chegando, planos para o Reveillón, chega aquela hora de decidir aonde passar, com que roupa, enfim, uma indecisão só. Além disso, começamos a traçar aquelas metas para o novo ano que está chegando. Normalmente são aqueles desejos que guardamos no fundo de nossos armários e não temos tempo, força e/ou coragem para realizá-los. Ou então aqueles sonhos que estavam programados para esse ano, mas que por alguns motivos não foram realizados. Pelo menos ainda. Então ficam para 2007.
Aí chega o novo ano e esses planos tem que começar a sair do papel. É hora de mudar. Começar aquela dieta que estava querendo fazer há muito tempo. Voltar a malhar. Correr na praia. Ler mais. Fazer aquele MBA que estamos querendo. Dar mais atenção à família e aos amigos. Se dedicar mais aos hobbies. Ou ao trabalho. Enfim, cada um com suas metas - ou sonhos - porém, com alguma coisa em comum. Tudo isso converge para a mudança. E para mudar tem que ter atitude, muita vontade, garra e perseverança.
Portanto, acho que essas mudanças programadas para 2007, e que sei que muitos só começarão depois do Carnaval, pois janeiro e fevereiro são meses de verão, férias, etc, etc, etc, devem ser postas em prática desde já. Deseja ser feliz? Então corra atrás da felicidade agora, nesse momento! Quer ler mais? Passe na livraria, compre um bom livro. Nessa época do ano tem vários bons lançamentos, posso até indicar alguns. Ou então olhe mais para a estante de sua casa e pode achar umas boas surpresas literárias. Precisando fazer um regime urgente? Acho que a palavra urgente já define bem que não dá para esperar 2007 chegar.
Já, agora, neste exato momento! Os desejos de Natal e de Ano Novo tem que ser imediatos. Planos tem datas de validade e são melhores consumidos se forem no momento em que os adquirimos. É igual fruta! Tire seu plano "do pé" e o saboreie bem. Use e abuse do seu agora, do momento que está vivendo. O melhor momento tem que ser o que estamos vivendo. Plantando agora, colheremos coisas boas no futuro. Xô preguiça. Xô marasmo. Xô medos. Xô coisas ruins que nos fazem muitas vezes ficar na inércia.
Então, só me resta desejar a todos um Natal maravilhoso, com muitas coisas boas. E tenho certeza que esse clima natalino, de muita felicidade, irá se refletir em todo 2007. Basta querer e ir em direção aos nossos sonhos. Eu estou indo atrás dos meus. E aí, vamos comigo? Ou nos encontramos lá???
FELIZ NATAL E UM ÓTIMO 2007 A TODOS!!!
Aí chega o novo ano e esses planos tem que começar a sair do papel. É hora de mudar. Começar aquela dieta que estava querendo fazer há muito tempo. Voltar a malhar. Correr na praia. Ler mais. Fazer aquele MBA que estamos querendo. Dar mais atenção à família e aos amigos. Se dedicar mais aos hobbies. Ou ao trabalho. Enfim, cada um com suas metas - ou sonhos - porém, com alguma coisa em comum. Tudo isso converge para a mudança. E para mudar tem que ter atitude, muita vontade, garra e perseverança.
Portanto, acho que essas mudanças programadas para 2007, e que sei que muitos só começarão depois do Carnaval, pois janeiro e fevereiro são meses de verão, férias, etc, etc, etc, devem ser postas em prática desde já. Deseja ser feliz? Então corra atrás da felicidade agora, nesse momento! Quer ler mais? Passe na livraria, compre um bom livro. Nessa época do ano tem vários bons lançamentos, posso até indicar alguns. Ou então olhe mais para a estante de sua casa e pode achar umas boas surpresas literárias. Precisando fazer um regime urgente? Acho que a palavra urgente já define bem que não dá para esperar 2007 chegar.
Já, agora, neste exato momento! Os desejos de Natal e de Ano Novo tem que ser imediatos. Planos tem datas de validade e são melhores consumidos se forem no momento em que os adquirimos. É igual fruta! Tire seu plano "do pé" e o saboreie bem. Use e abuse do seu agora, do momento que está vivendo. O melhor momento tem que ser o que estamos vivendo. Plantando agora, colheremos coisas boas no futuro. Xô preguiça. Xô marasmo. Xô medos. Xô coisas ruins que nos fazem muitas vezes ficar na inércia.
Então, só me resta desejar a todos um Natal maravilhoso, com muitas coisas boas. E tenho certeza que esse clima natalino, de muita felicidade, irá se refletir em todo 2007. Basta querer e ir em direção aos nossos sonhos. Eu estou indo atrás dos meus. E aí, vamos comigo? Ou nos encontramos lá???
FELIZ NATAL E UM ÓTIMO 2007 A TODOS!!!
terça-feira, dezembro 19, 2006
O que faz a alma?
Segundo Mario Quintana, "a alma é aquela coisa que nos faz perguntar se a alma existe".
Uma vez, durante um acampamento, passei a noite numa colina descampada, ao lado de uma fogueira, deitado de barriga para cima olhando para o céu e viajando. Isso causa uma sensação de vertigem estranha, algo como um medo inconsciente de "cair para cima" mas, com um tempinho, dá para acostumar e aproveitar uma das experiências mais legais da vida: olhar para o céu à noite, longe das luzes da cidade.
A gente que vive na cidade, às vezes, passa a vida inteira só olhando para baixo, com o pensamento e os olhos muito voltados para os problemas do dia-a-dia e para o chão. Mesmo quando olhamos para cima e não tem nenhum prédio atrapalhando a visão, a "claridade ambiente" da cidade não nos permite enxergar nem um pentelhésimo do que há para se ver no céu. Essa é uma experiência que só pode ser feita no mato, com uma escuridão quase absoluta, de preferência numa noite sem luar.
Mas, voltando ao que interessa, fiquei muito tempo embasbacado com o que vi. Uma quantidade monstruosa de estrelas e mais estrelas, estrelas cadentes e até nebulosas (ou algo que me pareceu muito com uma nebulosa) logo ali, a olho nú diante de mim! Já chegou de avião a uma metrópole à noite com o céu claro? Pois então, havia mais estrelas naquele céu do que eu já havia visto de luzinhas ao chegar em qualquer cidade. E, quanto mais a visão de acostumava com a escuridão, mais apareciam! Fiquei viajando sobre o colosso que estava diante de mim. Cada pontinho daqueles era um sol. Um sol! E, o mais fantástico, tudo conectado! Ora, se eu estava vendo tudo aquilo, era porque cada sol foi capaz de fazer chegar sua energia em forma de luz até o lugar onde eu estava. Mesmo onde não enxergava nada brilhando, no mais completo negrume, havia alguma coisa, um tecido de energia e de gravidade que permeava aquele espaço todo. A mesma gravidade que me segurava ali, deitado de barriga para cima, sem cair para o alto naquele imensidão abissal. Tudo isso, constituído de partículas que guardam a mesma imensidão e profundidade, mas na sua pequenez!!!
Enquanto me sentia menos do que o parasita que fixa morada no cocô de uma ameba anã, diante daquilo tudo, me bateu uma percepção interessante. Aqueles colossos eram quase como que o testemunho da criação ou as pegadas do Criador. Mas nenhum deles, com toda a sua potência, era capaz de despertar e sequer postular ou discutir a existência do Criador, quanto menos se voltar para ele e agradecer por estar ali, por ter sido criado, enfim, por SER.
Para mim, ali ficou evidenciada a existência da minha alma, se é que tal coisa é passível de ser evidenciada. Um pedacinho de algo que não se vê ou se toca, mas que se faz sentir. Mais do que isso, um pedacinho de uma essência divina que, privado temporariamente da unidade com o todo, ou o colosso original que o criou, vive em um estado de inconformismo, tornando-se sedento por mais (sem saber do quê mais), adquirindo essa qualidade indomável, essa necessidade de ser completo de novo, sem saber muito bem como nem por quê.
No meio dessa agonia que experimentamos, na maioria das vezes inconscientemente, tentamos escapar dessa incerteza dolorosa e corrosiva nos cobrindo de uma casca protetora de egoísmo ou de materialismo, tentando preencher com coisas, com riquezas e com conhecimento aquele apetite que jamais poderá ser satisfeito por nenhuma dessas coisas.
Eu acredito em Deus, por motivos que jamais vou conseguir explicar, pois não é da natureza dessas coisas ser explicada. E, nessa minha crença, a pergunta que sempre faço a ele é: "o que você quer de mim?"
Eu não tenho a menor idéia do porquê de termos sido dolorosamente isolados do todo e postos para viver juntos, de maneira nem sempre tão harmônica, nesse lugar. Mas eu imagino que essa ausência de certeza é que dá valor aos nossos acertos. Cada sacrifício feito nesse mundo em favor de outra pessoa, cada gesto de desprendimento ou de bondade, adquire um brilho maior do que qualquer explosão solar é capaz de emitir, justamente por conta dessa incerteza. Não consigo imaginar maior privilégio e responsabilidade.
O triste disso tudo é que, mesmo acreditando em tudo isso, eu ainda vacile tanto em fazer aquilo que eu sinto que deveria estar fazendo. Ainda discuto muito com a minha mãe por conta de babaquices sem valor, mesmo sabendo que ela precisa muito do meu apoio e do meu incentivo nessa fase de ostracismo na vida. Ainda tenho o reflexo de guardar uma certa distância magoada do meu pai por conta das merdas do passado. Ainda sou pouco pró-ativo no cultivo da convivência com meus amigos, mesmo dos melhores, que a vida acabou isolando geograficamente. Ainda me privo de cultivar uma maior intimidade com as pessoas no meu trabalho e de me mostrar pronto a ajudá-las pois prefiro usar meu tempo livre para estudar ou cuidar das minhas coisas. Ainda me agarro ao meu senso de humor meio ácido (e que, muitas vezes, serve como uma boa máscara) e ao meu gosto por falar merda (muito bom, fala sério), ao invés de me dedicar a aproveitar as oportunidades que surgirem para criar uma intimidade mais verdadeira com as pessoas que vou conhecendo. Ainda não tive coragem e desprendimento para me dedicar ao trabalho social que venho sonhando desde criança.
Esses são só os chamados mais imediatos da minha alma. Ai de mim se eu pelo menos não tentar realizá-los. Mas, a despeito de toda essa pequenez, não posso deixar de me sentir feliz de pelo menos ter me permitido me fazer esse tipo de pergunta. Quando esse pedacinho de alma aqui voltar ao Todo, ao Criador, a Deus ou seja lá qual for o nome que se dê, só o que espero é não ter a sensação de ter perdido tempo aqui embaixo, isolado em mim mesmo e nas minhas coisas.
Uma vez, durante um acampamento, passei a noite numa colina descampada, ao lado de uma fogueira, deitado de barriga para cima olhando para o céu e viajando. Isso causa uma sensação de vertigem estranha, algo como um medo inconsciente de "cair para cima" mas, com um tempinho, dá para acostumar e aproveitar uma das experiências mais legais da vida: olhar para o céu à noite, longe das luzes da cidade.
A gente que vive na cidade, às vezes, passa a vida inteira só olhando para baixo, com o pensamento e os olhos muito voltados para os problemas do dia-a-dia e para o chão. Mesmo quando olhamos para cima e não tem nenhum prédio atrapalhando a visão, a "claridade ambiente" da cidade não nos permite enxergar nem um pentelhésimo do que há para se ver no céu. Essa é uma experiência que só pode ser feita no mato, com uma escuridão quase absoluta, de preferência numa noite sem luar.
Mas, voltando ao que interessa, fiquei muito tempo embasbacado com o que vi. Uma quantidade monstruosa de estrelas e mais estrelas, estrelas cadentes e até nebulosas (ou algo que me pareceu muito com uma nebulosa) logo ali, a olho nú diante de mim! Já chegou de avião a uma metrópole à noite com o céu claro? Pois então, havia mais estrelas naquele céu do que eu já havia visto de luzinhas ao chegar em qualquer cidade. E, quanto mais a visão de acostumava com a escuridão, mais apareciam! Fiquei viajando sobre o colosso que estava diante de mim. Cada pontinho daqueles era um sol. Um sol! E, o mais fantástico, tudo conectado! Ora, se eu estava vendo tudo aquilo, era porque cada sol foi capaz de fazer chegar sua energia em forma de luz até o lugar onde eu estava. Mesmo onde não enxergava nada brilhando, no mais completo negrume, havia alguma coisa, um tecido de energia e de gravidade que permeava aquele espaço todo. A mesma gravidade que me segurava ali, deitado de barriga para cima, sem cair para o alto naquele imensidão abissal. Tudo isso, constituído de partículas que guardam a mesma imensidão e profundidade, mas na sua pequenez!!!
Enquanto me sentia menos do que o parasita que fixa morada no cocô de uma ameba anã, diante daquilo tudo, me bateu uma percepção interessante. Aqueles colossos eram quase como que o testemunho da criação ou as pegadas do Criador. Mas nenhum deles, com toda a sua potência, era capaz de despertar e sequer postular ou discutir a existência do Criador, quanto menos se voltar para ele e agradecer por estar ali, por ter sido criado, enfim, por SER.
Para mim, ali ficou evidenciada a existência da minha alma, se é que tal coisa é passível de ser evidenciada. Um pedacinho de algo que não se vê ou se toca, mas que se faz sentir. Mais do que isso, um pedacinho de uma essência divina que, privado temporariamente da unidade com o todo, ou o colosso original que o criou, vive em um estado de inconformismo, tornando-se sedento por mais (sem saber do quê mais), adquirindo essa qualidade indomável, essa necessidade de ser completo de novo, sem saber muito bem como nem por quê.
No meio dessa agonia que experimentamos, na maioria das vezes inconscientemente, tentamos escapar dessa incerteza dolorosa e corrosiva nos cobrindo de uma casca protetora de egoísmo ou de materialismo, tentando preencher com coisas, com riquezas e com conhecimento aquele apetite que jamais poderá ser satisfeito por nenhuma dessas coisas.
Eu acredito em Deus, por motivos que jamais vou conseguir explicar, pois não é da natureza dessas coisas ser explicada. E, nessa minha crença, a pergunta que sempre faço a ele é: "o que você quer de mim?"
Eu não tenho a menor idéia do porquê de termos sido dolorosamente isolados do todo e postos para viver juntos, de maneira nem sempre tão harmônica, nesse lugar. Mas eu imagino que essa ausência de certeza é que dá valor aos nossos acertos. Cada sacrifício feito nesse mundo em favor de outra pessoa, cada gesto de desprendimento ou de bondade, adquire um brilho maior do que qualquer explosão solar é capaz de emitir, justamente por conta dessa incerteza. Não consigo imaginar maior privilégio e responsabilidade.
O triste disso tudo é que, mesmo acreditando em tudo isso, eu ainda vacile tanto em fazer aquilo que eu sinto que deveria estar fazendo. Ainda discuto muito com a minha mãe por conta de babaquices sem valor, mesmo sabendo que ela precisa muito do meu apoio e do meu incentivo nessa fase de ostracismo na vida. Ainda tenho o reflexo de guardar uma certa distância magoada do meu pai por conta das merdas do passado. Ainda sou pouco pró-ativo no cultivo da convivência com meus amigos, mesmo dos melhores, que a vida acabou isolando geograficamente. Ainda me privo de cultivar uma maior intimidade com as pessoas no meu trabalho e de me mostrar pronto a ajudá-las pois prefiro usar meu tempo livre para estudar ou cuidar das minhas coisas. Ainda me agarro ao meu senso de humor meio ácido (e que, muitas vezes, serve como uma boa máscara) e ao meu gosto por falar merda (muito bom, fala sério), ao invés de me dedicar a aproveitar as oportunidades que surgirem para criar uma intimidade mais verdadeira com as pessoas que vou conhecendo. Ainda não tive coragem e desprendimento para me dedicar ao trabalho social que venho sonhando desde criança.
Esses são só os chamados mais imediatos da minha alma. Ai de mim se eu pelo menos não tentar realizá-los. Mas, a despeito de toda essa pequenez, não posso deixar de me sentir feliz de pelo menos ter me permitido me fazer esse tipo de pergunta. Quando esse pedacinho de alma aqui voltar ao Todo, ao Criador, a Deus ou seja lá qual for o nome que se dê, só o que espero é não ter a sensação de ter perdido tempo aqui embaixo, isolado em mim mesmo e nas minhas coisas.
domingo, dezembro 17, 2006
Alma
Bem, tem quase uma semana que estou para escrever esse post, mas o fato foi que essa semana foi mega corrida e não deu tempo de escrever muito. Portanto, já esqueci alguns detalhes que queria falar sobre assuntos, porém o tempo permite que depuremos algumas informações, outras sedimentem e outras se transformem. Então, não é de todo ruim esperar. Basta sabermos tirar o melhor dessa situação.
Ontem fui ao Vivo Rio assistir ao show da Simone e Zélia Duncan. E elas cantaram um medley de Alma interpretada pela Simone (que no show foi cantada pela Zélia) e Alma interpretada pela Zélia (no show cantada pelas 2). Apesar de mega fã da Zélia Duncan, eu gosto mais da música Alma da Simone. Mas vale a pena conferir ambas.
Depois de tanta Alma, decidi que era hora realmente de escrever sobre a peça "A Alma Imoral", que tive o prazer de assistir semana passada. Essa peça é uma adaptação da Clarice Niskier para um livro de Nilton Bonder. O autor é um rabino que tem função de líder espiritual na Congregação Judaica do Brasil.
Eu retirei de um site algo que sintetiza bem o que quer dizer o livro:
"Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Esta alma que questiona a moral, assumindo-se muitas vezes imoral, é apresentada através de incontáveis transgressões em textos e conceitos antigos."
Como não li o livro, vou me concentrar mais nos meus comentários que eu vi no palco. Tudo funciona muito bem, pois a peça, apesar de aparentemente muito difícil, flui muito harmonicamente no palco. Méritos para a Clarice e Amir Haddad.
A peça toca em pontos que já discuti aqui no blog, como a traição e a tradição. O que seria a traição? Quais as regras que devemos seguir? Acho que a peça no fundo diz que devemos seguir nossos caminhos através de nossos valores, conceitos e ideais. Isso é, seguir nossa alma!
Uma frase que foi falada no texto me deixou maravilhado. Era mais ou menos assim: "Existe maior solidão do que a ausência de si mesmo?" Para mim, realmente não tem. Ausentar-se de si mesmo é seguir valores de outros, obedecer regras que são falhas, não agir de acordo com os desejos, enfim, não ser o que deseja pelo simples fato de ter medo, faltar coragem ou então subestimar seu próprio potencial. Nessa época de fim de ano, onde todos pensam já no ano que está chegando, fazendo votos para amigos, só me resta desejar muita alma para todo mundo!!!
Ontem fui ao Vivo Rio assistir ao show da Simone e Zélia Duncan. E elas cantaram um medley de Alma interpretada pela Simone (que no show foi cantada pela Zélia) e Alma interpretada pela Zélia (no show cantada pelas 2). Apesar de mega fã da Zélia Duncan, eu gosto mais da música Alma da Simone. Mas vale a pena conferir ambas.
Depois de tanta Alma, decidi que era hora realmente de escrever sobre a peça "A Alma Imoral", que tive o prazer de assistir semana passada. Essa peça é uma adaptação da Clarice Niskier para um livro de Nilton Bonder. O autor é um rabino que tem função de líder espiritual na Congregação Judaica do Brasil.
Eu retirei de um site algo que sintetiza bem o que quer dizer o livro:
"Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Esta alma que questiona a moral, assumindo-se muitas vezes imoral, é apresentada através de incontáveis transgressões em textos e conceitos antigos."
Como não li o livro, vou me concentrar mais nos meus comentários que eu vi no palco. Tudo funciona muito bem, pois a peça, apesar de aparentemente muito difícil, flui muito harmonicamente no palco. Méritos para a Clarice e Amir Haddad.
A peça toca em pontos que já discuti aqui no blog, como a traição e a tradição. O que seria a traição? Quais as regras que devemos seguir? Acho que a peça no fundo diz que devemos seguir nossos caminhos através de nossos valores, conceitos e ideais. Isso é, seguir nossa alma!
Uma frase que foi falada no texto me deixou maravilhado. Era mais ou menos assim: "Existe maior solidão do que a ausência de si mesmo?" Para mim, realmente não tem. Ausentar-se de si mesmo é seguir valores de outros, obedecer regras que são falhas, não agir de acordo com os desejos, enfim, não ser o que deseja pelo simples fato de ter medo, faltar coragem ou então subestimar seu próprio potencial. Nessa época de fim de ano, onde todos pensam já no ano que está chegando, fazendo votos para amigos, só me resta desejar muita alma para todo mundo!!!
sexta-feira, dezembro 15, 2006
quarta-feira, dezembro 13, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Julia!!!
Julia
O final de semana foi agitado. Ou melhor, agitadíssimo! Muitos encontros com amigos, novidades ótimas, filmes, teatro, restaurantes, cartão de crédito e débito a todo vapor...
E entre tantos eventos, a Julia, filha dos meus amigos Juliana e J. (o responsável por esse blog, junto comigo), veio ao mundo com 3,41Kg e 49,5cm. Nasceu na manhã de sábado, muito bela. Eu a vi com apenas 3 horas de vida e acho que ela vai dar um trabalho para o pai... risos.
O J. está todo babão e com isso está tirando umas "férias" do blog. Em breve ele volta e nos contará mais detalhes sobre o nascimento dela e suas emoções.
E entre tantos eventos, a Julia, filha dos meus amigos Juliana e J. (o responsável por esse blog, junto comigo), veio ao mundo com 3,41Kg e 49,5cm. Nasceu na manhã de sábado, muito bela. Eu a vi com apenas 3 horas de vida e acho que ela vai dar um trabalho para o pai... risos.
O J. está todo babão e com isso está tirando umas "férias" do blog. Em breve ele volta e nos contará mais detalhes sobre o nascimento dela e suas emoções.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
O pai do ano
Como não poderia deixar de registrar, nosso amigo J. se tornará papai amanhã. Daqui a algumas horas, ele estará com sua pequena Julia nos braços. Isso será um momento indescritível e inesquecível. Portanto cara, te desejo que aproveite muito e que eternize isso em sua vida. Tenho certeza que será um excelente pai!
Julia, você ainda não nasceu, mas saiba que é uma menina de sorte por ter pais como o J. e a Juliana! Seja feliz! E parabéns aos pais!!!
Julia, você ainda não nasceu, mas saiba que é uma menina de sorte por ter pais como o J. e a Juliana! Seja feliz! E parabéns aos pais!!!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Frase do Dia
Ao comprar o DVD do Mutantes (que aliás está ótimo, recomendo), vi uma frase que me chamou atenção e que gostaria de publicar aqui:
"Os loucos abrirão os caminhos que um dia, serão trilhados pelos sábios."
Concordo em gênero, número e grau!!!
"Os loucos abrirão os caminhos que um dia, serão trilhados pelos sábios."
Concordo em gênero, número e grau!!!
terça-feira, dezembro 05, 2006
O mundo dá muitas voltas...
Completando a frase acima, eu poderia dizer: "... e é pequeno pra caramba!" (risos). Mas é a verdade. Eu sempre que saio, para qualquer lugar que seja, encontro alguém conhecido. Pode ser alguém que conheço de vista, como pode ser um grande amigo ou mesmo aquela pessoa que estudou com a gente em mil novecentos e lá vai fumaça e nem sabemos mais se se chama Paulo ou Marcelo...
Acho também que isso acontece porque conheço muitas pessoas e normalmente não esqueço facilmente. Desde a época de escola, sempre frequentei muitos grupos, nunca fui de ficar fazendo muitas restrições. Lógico, tem sempre aquelas pessoas que nos identificamos mais, porém sempre fiz questão de falar com todo mundo - ou quase, já que sou bastante tímido. Se ainda sou tímido hoje, imaginem na adolescência!!!
Às vezes, para não dizer muitas vezes, essas coincidências são ruins. Imagine reencontrar aquele mala que estudou com você? Ou aquela pessoa que só sabe falar sobre um assunto? Ou aquela que fala demais? Ou então aquela pessoa com a qual você não tem a menor intimidade e ela se acha sua amiga de infância???
Bem, há situações piores: rever um caso mal resolvido, justamente quando você está quase, quase mesmo sarando aquela dor que insiste em incomodar; encontrar aquele ex que você não queria ver na sua frente pintado de ouro; dar de cara com aquele que você deixou e nunca mais ligou. Ou a pior de todas: um ex-amor, que nesse caso, o ex só se adequa para ele, porque para você é um amor ainda...
Nessas horas, a vontade é de que o mundo seja maior. Que o acaso nunca conspire para que isso volte a acontecer. Ou então que Marte, Júpiter, Saturno ou Urano (esse é mais longe, melhor!) sejam planetas habitáveis e que possam recolher carinhosamente esse tipo de pessoa que insiste em entrar em nossos caminhos.
Ah, mas também tem o outro lado da moeda. Rever amigos de infância, que não vemos há tanto tempo e que parece que nos despedimos ontem, tamanha afinidade que ainda rola. Encontrar pessoas que sempre quisemos bem, mas que por cargas d'água o acaso separou. Ou então aquele ex-caso, ex-ficante, que por forças do destino, vocês não ficaram juntos, porque não era o tempo exato, não era para ser naquele momento. Como diria a personagem Fernanda na peça "Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou", não era pra ser!!!
Pois é, o mundo dá muitas voltas. E nessas voltas, ele de vez em quando brinca com a gente. Para o bem ou para o mal. Quem nunca viveu uma história dessas? É comum, muito mais cotidiano do que a gente pensa. Só espero que o mundo venha sempre lhes trazer coisas boas, pois as experiências ruins devem ficar apenas como lição e não serem revividas.
Então, se você encontrar uma pessoa que você se apaixonou, que foi apaixonada por você, mas vocês não levaram nada a sério porque não era o momento, dê uma nova chance ao destino. Se ele te brindou com um reencontro, é porque tem algo aí. E espero que esse algo seja um algo muito, mas muito bom...
Acaso (Ivan Lins)
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O meu caminho com o seu
Eu nem queria mais sofrer
A agonia da paixão
nem tinha mais o que esquecer
Vivia em paz, na solidão
Mas foi te encontrar
E o futuro chegou como um presentimento
meus olhos brilharam, brilharam
No escuro da emoção
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O seu caminho com o meu.
Acho também que isso acontece porque conheço muitas pessoas e normalmente não esqueço facilmente. Desde a época de escola, sempre frequentei muitos grupos, nunca fui de ficar fazendo muitas restrições. Lógico, tem sempre aquelas pessoas que nos identificamos mais, porém sempre fiz questão de falar com todo mundo - ou quase, já que sou bastante tímido. Se ainda sou tímido hoje, imaginem na adolescência!!!
Às vezes, para não dizer muitas vezes, essas coincidências são ruins. Imagine reencontrar aquele mala que estudou com você? Ou aquela pessoa que só sabe falar sobre um assunto? Ou aquela que fala demais? Ou então aquela pessoa com a qual você não tem a menor intimidade e ela se acha sua amiga de infância???
Bem, há situações piores: rever um caso mal resolvido, justamente quando você está quase, quase mesmo sarando aquela dor que insiste em incomodar; encontrar aquele ex que você não queria ver na sua frente pintado de ouro; dar de cara com aquele que você deixou e nunca mais ligou. Ou a pior de todas: um ex-amor, que nesse caso, o ex só se adequa para ele, porque para você é um amor ainda...
Nessas horas, a vontade é de que o mundo seja maior. Que o acaso nunca conspire para que isso volte a acontecer. Ou então que Marte, Júpiter, Saturno ou Urano (esse é mais longe, melhor!) sejam planetas habitáveis e que possam recolher carinhosamente esse tipo de pessoa que insiste em entrar em nossos caminhos.
Ah, mas também tem o outro lado da moeda. Rever amigos de infância, que não vemos há tanto tempo e que parece que nos despedimos ontem, tamanha afinidade que ainda rola. Encontrar pessoas que sempre quisemos bem, mas que por cargas d'água o acaso separou. Ou então aquele ex-caso, ex-ficante, que por forças do destino, vocês não ficaram juntos, porque não era o tempo exato, não era para ser naquele momento. Como diria a personagem Fernanda na peça "Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou", não era pra ser!!!
Pois é, o mundo dá muitas voltas. E nessas voltas, ele de vez em quando brinca com a gente. Para o bem ou para o mal. Quem nunca viveu uma história dessas? É comum, muito mais cotidiano do que a gente pensa. Só espero que o mundo venha sempre lhes trazer coisas boas, pois as experiências ruins devem ficar apenas como lição e não serem revividas.
Então, se você encontrar uma pessoa que você se apaixonou, que foi apaixonada por você, mas vocês não levaram nada a sério porque não era o momento, dê uma nova chance ao destino. Se ele te brindou com um reencontro, é porque tem algo aí. E espero que esse algo seja um algo muito, mas muito bom...
Acaso (Ivan Lins)
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O meu caminho com o seu
Eu nem queria mais sofrer
A agonia da paixão
nem tinha mais o que esquecer
Vivia em paz, na solidão
Mas foi te encontrar
E o futuro chegou como um presentimento
meus olhos brilharam, brilharam
No escuro da emoção
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O seu caminho com o meu.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
A (perigosa) conveniência das convenções
Aproveitando a deixa da Liliany, gostaria de acrescentar algumas reflexões a esse tema interessante:
Obviamente, como em tudo que se refere ao ser humano, esta não é uma questão binária, do tipo "dito as regras" x "não dito as regras", portanto não há pessoas 100% acomodadas, como também não existem pessoas 100% reacionárias e autênticas (apesar de muita gente gostar de achar que é). Nós transitamos entre esses dois extremos.
O fato é que há um certo conforto em ter convenções já estabelecidas para orientar nossas decisões. Infelizmente, eu creio que exista uma tendência a que a grande maioria das pessoas possua uma certa aversão a ditar as regras na vida, preferindo que alguém lhes diga o que fazer. Isso é cômodo e elimina os riscos de tomar uma decisão errada. Além disso, há um certo "status quo" em ser uma pessoa totalmente adaptada às convenções, do qual a maioria das pessoas não estaria disposta a abrir mão, em prol da reles "personalidade".
No extremo oposto do espectro, há aqueles que se autointitulam "100%" autênticos", mas que, no fundo, simplesmente abriram mão de uma convenção em prol de outra, ou seja, a convenção do "ser diferente". Se a moda for verde, vista branco. Se mudar para branco, vista preto. Se aquela banda underground acabar se popularizando um pouco mais, então ela deixou de ser boa e vamos em busca de uma nova banda desconhecida para cultuar e podermos dizer que temos personalidade! Ora, se a regra é simplesmente ser diferente, ou "do contra", então no fundo a pessoa só passa a ser escrava de outra convenção!! Esquisito, não?
Por isso, achei muito interessante o posicionamento da Liliany. Se a moda ou a convenção te agrada, simplesmente use-a. Se não, pese os prós e contras e descarte-a. Ser advogado e ir contra a convenção do uso de terno nos tribunais pode se revelar uma tarefa meio difícil, mas outras convenções serão mais fáceis de quebrar.
Tente agradar mais a si mesmo, e menos aos outros, até porque é impossível agradar a todo mundo e se manter coerente ao mesmo tempo. Que dirá, feliz.
Obviamente, como em tudo que se refere ao ser humano, esta não é uma questão binária, do tipo "dito as regras" x "não dito as regras", portanto não há pessoas 100% acomodadas, como também não existem pessoas 100% reacionárias e autênticas (apesar de muita gente gostar de achar que é). Nós transitamos entre esses dois extremos.
O fato é que há um certo conforto em ter convenções já estabelecidas para orientar nossas decisões. Infelizmente, eu creio que exista uma tendência a que a grande maioria das pessoas possua uma certa aversão a ditar as regras na vida, preferindo que alguém lhes diga o que fazer. Isso é cômodo e elimina os riscos de tomar uma decisão errada. Além disso, há um certo "status quo" em ser uma pessoa totalmente adaptada às convenções, do qual a maioria das pessoas não estaria disposta a abrir mão, em prol da reles "personalidade".
No extremo oposto do espectro, há aqueles que se autointitulam "100%" autênticos", mas que, no fundo, simplesmente abriram mão de uma convenção em prol de outra, ou seja, a convenção do "ser diferente". Se a moda for verde, vista branco. Se mudar para branco, vista preto. Se aquela banda underground acabar se popularizando um pouco mais, então ela deixou de ser boa e vamos em busca de uma nova banda desconhecida para cultuar e podermos dizer que temos personalidade! Ora, se a regra é simplesmente ser diferente, ou "do contra", então no fundo a pessoa só passa a ser escrava de outra convenção!! Esquisito, não?
Por isso, achei muito interessante o posicionamento da Liliany. Se a moda ou a convenção te agrada, simplesmente use-a. Se não, pese os prós e contras e descarte-a. Ser advogado e ir contra a convenção do uso de terno nos tribunais pode se revelar uma tarefa meio difícil, mas outras convenções serão mais fáceis de quebrar.
Tente agradar mais a si mesmo, e menos aos outros, até porque é impossível agradar a todo mundo e se manter coerente ao mesmo tempo. Que dirá, feliz.
domingo, dezembro 03, 2006
Lá vem ela...
Esse blog é dividido por 2 homens, portanto tem uma visão masculina dos fatos. Eu disse masculina e não machista. Existe uma grande diferença!!!
Uma amiga minha, que já foi minha estagiária (sim, estou ficando velho!!! - risos), escreveu um texto que achei bem interessante. Depois de ler, eu pedi autorização à mesma para publicá-lo aqui no blog, pois achei uma visão interessante sobre um assunto por aqui já levemente abordado. Esse texto será publicado em uma revista da UERJ, já que a Liliany é mestranda lá!
Portanto, com vocês, uma visão feminina sobre convenções. Vale a pena ler!!!
Convenções? É de comer?
Por Liliany Samarão
É engraçado pensar numa sociedade cheia de convenções. Na verdade, tento não pensar. Muitas vezes, finjo até não saber o que é uma convenção. Outro dia estava conversando com um professor (talvez seja mais adequado chamar a conversa de 'discussão intelectual') e caímos nessa tênue linha. Discutimos papel da mulher, como a mulher é vista e, por incrível que pareça, descobri um intelectual extremamente ligado às convenções. Não posso dizer que ele é machista, porque não é. É, sim, um cara que sabe que está cercado de convenções e, como o nome já diz, está convencionado a elas. Portanto, sabe o que esperar de uma mulher, afinal, "é tudo uma questão de convenção", diria ele. Ok, ok. Eu também sei que tudo é questão de convenção. Como também sei que nem todas as convenções são para serem seguidas. Fico pensando (e falei isso a ele) como vai ser quando eu tiver uma filha. O que falar pra ela no instante em que a "pobre menina" falar que quer perder a virgindade antes dos 18, que quer viajar com os amigos, que não quer vestir rosa pq não gosta, que quer andar de mãos dadas com sua amiguinha. Ora, por questões de convenções, a menina não pode perder sua virgindade antes do casamento (que dirá antes dos 18), não pode viajar com os amigos sem acompanhamento adulto (e q nessa viagem tenha só meninas!) E claro, outros fatores que a sociedade escolheu para nós, mulheres: rosa é cor de menina e meninas que andam de mãos dadas são lésbicas. O que falar então pra minha suposta filha? Taí o fator que eu falava anteriormente: eu sei que algumas convenções não precisam ser seguidas. E tenho esses parâmetros por mim mesma. Nasci numa família tradicional: pai, mãe, avós, todos católicos. Minha escola era católica e tinha todo um ritual diário para que fosse seguido: o sapato era preto, a presilha do cabelo deveria combinar com a cor da saia do uniforme, a mochila também, debaixo da saia (obviamente enrolada no cós logo que se passava pela 'patrulha') um short para evitar que a calcinha aparecesse. Eu e meus irmãos (mais velhos do que eu) fomos criados nessa família que acredita que a tradição pode salvar a sociedade. Muito cedo descobri que as convenções não eram para mim. Mas entendam, não tenho nada contra as regras e as leis. Existem e eu as cumpro. Apenas quis fugir de um futuro que me parecia "sem graça": a mulher ficar em casa à espera do marido, cuidando dos filhos e da casa e que se dá por satisfeita com isso. Melhor dizer aqui, também, que não tenho nada contra quem escolhe esse caminho. Ele só não é pra mim. Mas decidi que faria mais. Fiz todos aqueles cursinhos que poderia fazer, me graduei e hoje, no mestrado, olho pra trás e vejo que minha vida foi uma fuga às convenções. Nunca aceitei que me falassem "não". O 'não' deveria ter motivo e que esse motivo me fosse, completamente, satisfatório. Casar? Ter filhos? Sim, até poderia acontecer (como o casamento, realmente, aconteceu), mas que isso não fosse uma força que atraísse mais convenções. No meu círculo de amizade sou aquela que 'olha com o olhar masculino', aquela que pode perguntar qualquer coisa, mais expansiva. Não, não me fiz um homem. Pelo contrário, como costumo dizer, sou menina, sim. Mas não me deslumbro com a publicidade de cosméticos, de roupas de banho, de biquínis. Não paro mesmo quando me olham e falam: "mas você é mulher" (acreditem, isso já aconteceu). Não aceito que a sociedade me diga que cor gostar, que devo usar saias, cabelos grandes e soltos, maquiagem. Eu sou eu. Indíviduo que sabe seus gostos, sabe seu caminho e sabe quem é.
Mas o texto era sobre a conversa com meu professor. Sim, ele entende sobre convenções. Sabe que quando casar vai ter a esposa em casa esperando com a comida pronta. Sabe disso não porque é machista, mas porque sabe que as convenções existem. E que permeiam nossas relações na sociedade. Eu sempre serei a mulher que deve seguir as regras do 'jogo', ele sempre vai ser o jogador que sabe (e deve) dar as cartadas. Procuro razões para isso e não encontro. Críticas? Muitas. O movimento feminista deixou de existir. Morreu e hoje o que temos são convenções não 'quebradas', não discutidas, apenas, seguidas. Se eu quero ser como minha avó, minha mãe e minha irmã (que não conseguiu fugir de tanta tradição)? Nem acho que a questão seja essa. Ser como elas, absolutamente crentes nas convenções da sociedade, é ignorar toda minha fuga a esse "mundo". Mas sou parte delas.
E esse meu professor, que sabe o que diz, me deixou com uma pulga atrás da orelha: seria eu um ser em extinção? Será que assusto os homens por minha independência, meus ideais e, acima de tudo, por fugir tanto de convenções? Não sei, mas talvez eu possa ser um objeto de estudos no futuro. Talvez eu não possa mudar as convenções, mas possa criar minhas próprias e minha (ou meu) filha (filho) talvez possa desfrutar desse "desvio" e experimentar uma vida mais 'fácil' mas ao mesmo tempo muito mais 'julgável' (se é que essa palavra existe).
E quanto ao professor? Ah! Ele vai continuar na sua rotina de convenções. Porque afinal de contas o que vale nem é seguir tais regras, mas ser beneficiado por elas, e convenhamos, qual homem não é beneficiado quando o assunto é a mulher e as convenções que regem essa sociedade?
Uma amiga minha, que já foi minha estagiária (sim, estou ficando velho!!! - risos), escreveu um texto que achei bem interessante. Depois de ler, eu pedi autorização à mesma para publicá-lo aqui no blog, pois achei uma visão interessante sobre um assunto por aqui já levemente abordado. Esse texto será publicado em uma revista da UERJ, já que a Liliany é mestranda lá!
Portanto, com vocês, uma visão feminina sobre convenções. Vale a pena ler!!!
Convenções? É de comer?
Por Liliany Samarão
É engraçado pensar numa sociedade cheia de convenções. Na verdade, tento não pensar. Muitas vezes, finjo até não saber o que é uma convenção. Outro dia estava conversando com um professor (talvez seja mais adequado chamar a conversa de 'discussão intelectual') e caímos nessa tênue linha. Discutimos papel da mulher, como a mulher é vista e, por incrível que pareça, descobri um intelectual extremamente ligado às convenções. Não posso dizer que ele é machista, porque não é. É, sim, um cara que sabe que está cercado de convenções e, como o nome já diz, está convencionado a elas. Portanto, sabe o que esperar de uma mulher, afinal, "é tudo uma questão de convenção", diria ele. Ok, ok. Eu também sei que tudo é questão de convenção. Como também sei que nem todas as convenções são para serem seguidas. Fico pensando (e falei isso a ele) como vai ser quando eu tiver uma filha. O que falar pra ela no instante em que a "pobre menina" falar que quer perder a virgindade antes dos 18, que quer viajar com os amigos, que não quer vestir rosa pq não gosta, que quer andar de mãos dadas com sua amiguinha. Ora, por questões de convenções, a menina não pode perder sua virgindade antes do casamento (que dirá antes dos 18), não pode viajar com os amigos sem acompanhamento adulto (e q nessa viagem tenha só meninas!) E claro, outros fatores que a sociedade escolheu para nós, mulheres: rosa é cor de menina e meninas que andam de mãos dadas são lésbicas. O que falar então pra minha suposta filha? Taí o fator que eu falava anteriormente: eu sei que algumas convenções não precisam ser seguidas. E tenho esses parâmetros por mim mesma. Nasci numa família tradicional: pai, mãe, avós, todos católicos. Minha escola era católica e tinha todo um ritual diário para que fosse seguido: o sapato era preto, a presilha do cabelo deveria combinar com a cor da saia do uniforme, a mochila também, debaixo da saia (obviamente enrolada no cós logo que se passava pela 'patrulha') um short para evitar que a calcinha aparecesse. Eu e meus irmãos (mais velhos do que eu) fomos criados nessa família que acredita que a tradição pode salvar a sociedade. Muito cedo descobri que as convenções não eram para mim. Mas entendam, não tenho nada contra as regras e as leis. Existem e eu as cumpro. Apenas quis fugir de um futuro que me parecia "sem graça": a mulher ficar em casa à espera do marido, cuidando dos filhos e da casa e que se dá por satisfeita com isso. Melhor dizer aqui, também, que não tenho nada contra quem escolhe esse caminho. Ele só não é pra mim. Mas decidi que faria mais. Fiz todos aqueles cursinhos que poderia fazer, me graduei e hoje, no mestrado, olho pra trás e vejo que minha vida foi uma fuga às convenções. Nunca aceitei que me falassem "não". O 'não' deveria ter motivo e que esse motivo me fosse, completamente, satisfatório. Casar? Ter filhos? Sim, até poderia acontecer (como o casamento, realmente, aconteceu), mas que isso não fosse uma força que atraísse mais convenções. No meu círculo de amizade sou aquela que 'olha com o olhar masculino', aquela que pode perguntar qualquer coisa, mais expansiva. Não, não me fiz um homem. Pelo contrário, como costumo dizer, sou menina, sim. Mas não me deslumbro com a publicidade de cosméticos, de roupas de banho, de biquínis. Não paro mesmo quando me olham e falam: "mas você é mulher" (acreditem, isso já aconteceu). Não aceito que a sociedade me diga que cor gostar, que devo usar saias, cabelos grandes e soltos, maquiagem. Eu sou eu. Indíviduo que sabe seus gostos, sabe seu caminho e sabe quem é.
Mas o texto era sobre a conversa com meu professor. Sim, ele entende sobre convenções. Sabe que quando casar vai ter a esposa em casa esperando com a comida pronta. Sabe disso não porque é machista, mas porque sabe que as convenções existem. E que permeiam nossas relações na sociedade. Eu sempre serei a mulher que deve seguir as regras do 'jogo', ele sempre vai ser o jogador que sabe (e deve) dar as cartadas. Procuro razões para isso e não encontro. Críticas? Muitas. O movimento feminista deixou de existir. Morreu e hoje o que temos são convenções não 'quebradas', não discutidas, apenas, seguidas. Se eu quero ser como minha avó, minha mãe e minha irmã (que não conseguiu fugir de tanta tradição)? Nem acho que a questão seja essa. Ser como elas, absolutamente crentes nas convenções da sociedade, é ignorar toda minha fuga a esse "mundo". Mas sou parte delas.
E esse meu professor, que sabe o que diz, me deixou com uma pulga atrás da orelha: seria eu um ser em extinção? Será que assusto os homens por minha independência, meus ideais e, acima de tudo, por fugir tanto de convenções? Não sei, mas talvez eu possa ser um objeto de estudos no futuro. Talvez eu não possa mudar as convenções, mas possa criar minhas próprias e minha (ou meu) filha (filho) talvez possa desfrutar desse "desvio" e experimentar uma vida mais 'fácil' mas ao mesmo tempo muito mais 'julgável' (se é que essa palavra existe).
E quanto ao professor? Ah! Ele vai continuar na sua rotina de convenções. Porque afinal de contas o que vale nem é seguir tais regras, mas ser beneficiado por elas, e convenhamos, qual homem não é beneficiado quando o assunto é a mulher e as convenções que regem essa sociedade?
sábado, dezembro 02, 2006
Espelho, espelho meu...
Será que existe alguém mais bonita e fofa do que eu??? Fotos da Juju no batizado e em casa, após o banho - que ela adora! Sempre que os amigos me perguntam como ela está, eu digo que ela está linda. Fala sério, teria outro adjetivo melhor para descrever minha sobrinha e afilhada em uma única palavra???
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Comentários
Acredito que para todo blogueiro os comentários sejam importantes. Tanto qualitativamente quanto quantitativamente. Não dá para ficar blogando e ter a sensação de que ninguém está lendo ou que não estão entendendo, se interessando.
Ultimamente o blog tem sido muito visitado por amigos e outros blogueiros também. Quando chega um novo comentário, eu fico querendo ler logo. Acho que o comentário é uma forma de participação interessante. Aliás, esse foi um dos grandes motivos de abrirmos um blog.
Eu e J. estávamos levando alguns papos-cabeça (como diria a Juliana) e achamos que alguém mais poderia se interessar por esses papos e outras coisas que pensamos, sejam diamonds ou bullshit! Daí veio o blog que vocês estão lendo agora.
Mas o objetivo agora é falar sobre um post que gerou vários comentários. O post intitulado "Memórias, crônicas e declarações de amor" (sim, é o nome de um disco da Marisa Monte) rendeu pano pra manga. O motivo disso acho que foi por ser um texto que tem uma carga emotiva e visceral muito forte. Se estou passando por esse momento, se o post é 100% baseado em minha história, se é realmente isso que estou querendo são questões que vão ficar no ar. Tem coisas que não precisamos explicar e se explicarmos, ficará sem graça!
Imagine se Machado de Assis explicasse se Capitu traiu ou não Bentinho, em "Dom Casmurro"? Acho que perderia a graça. As coisas tem que ficar no ar, serem subentendidas, avaliadas de forma bastante pessoal por cada leitor. Uns irão se identificar e outros não. Pelo visto, um texto mais forte, que fale de amor, esperança, recomeço e novidades, é algo que realmente mexe com as pessoas.
Portanto, podem esperar textos mais fortes, que eles irão pintar por aqui. Destaco também alguns posts que fizeram bastante sucesso, como "A arte de dizer não", "Eu não amo ninguém" e "Infidelidade", esse escrito pelo J. Novidades e mistérios irão pintar... hehehe
The truth is out there...
Ultimamente o blog tem sido muito visitado por amigos e outros blogueiros também. Quando chega um novo comentário, eu fico querendo ler logo. Acho que o comentário é uma forma de participação interessante. Aliás, esse foi um dos grandes motivos de abrirmos um blog.
Eu e J. estávamos levando alguns papos-cabeça (como diria a Juliana) e achamos que alguém mais poderia se interessar por esses papos e outras coisas que pensamos, sejam diamonds ou bullshit! Daí veio o blog que vocês estão lendo agora.
Mas o objetivo agora é falar sobre um post que gerou vários comentários. O post intitulado "Memórias, crônicas e declarações de amor" (sim, é o nome de um disco da Marisa Monte) rendeu pano pra manga. O motivo disso acho que foi por ser um texto que tem uma carga emotiva e visceral muito forte. Se estou passando por esse momento, se o post é 100% baseado em minha história, se é realmente isso que estou querendo são questões que vão ficar no ar. Tem coisas que não precisamos explicar e se explicarmos, ficará sem graça!
Imagine se Machado de Assis explicasse se Capitu traiu ou não Bentinho, em "Dom Casmurro"? Acho que perderia a graça. As coisas tem que ficar no ar, serem subentendidas, avaliadas de forma bastante pessoal por cada leitor. Uns irão se identificar e outros não. Pelo visto, um texto mais forte, que fale de amor, esperança, recomeço e novidades, é algo que realmente mexe com as pessoas.
Portanto, podem esperar textos mais fortes, que eles irão pintar por aqui. Destaco também alguns posts que fizeram bastante sucesso, como "A arte de dizer não", "Eu não amo ninguém" e "Infidelidade", esse escrito pelo J. Novidades e mistérios irão pintar... hehehe
The truth is out there...
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