segunda-feira, agosto 31, 2009

A difícil escolha de não pegar atalhos

Sábado passado fui ao Canecão assistir o novo show da Zélia Duncan, baseado no seu novo CD (já comentado aqui no blog) Pelo Sabor do Gesto. Esse show fez sua estreia há cerca de um mês. E como hoje a tecnologia está a serviço de todos, boa parte dele já está disponível no You Tube. Então, nem posso dizer que me surpreendi ao ver o show. Boa parte da surpresa eu já conhecia. Além de ter o novo CD desde que foi lançado, o que ajudou muito, pois o repertório é 80% baseado no novo trabalho.
Mas voltando ao show, vi muitas pessoas indo para ver sucessos. E não os encontraram por lá. O show conta com todas as músicas do novo CD, mais algumas músicas que ela decidiu cantar e somente mais 3 músicas de outros trabalhos, mas nenhuma delas era um hit. Catedral, Não vá ainda, Nos lençóis desse reggae, Carne e Osso, Mãos Atadas, dentre outras, ficaram de fora. Foi uma escolha difícil. Não acho que seja fácil para um artista se desvencilhar de sucessos. Até porque são eles que fazem o artista e o sustentam.
Seria fácil para ela e qualquer outro artista viver do sucesso conquistado. Muitos fazem isso (né Jorge Benjor???), mas a Zélia optou pelo caminho mais difícil. Acho até que ela foi bem radical. Mas é louvada por não tomar o caminho mais fácil, os atalhos, que muitas vezes são tentadores, porém não recompensadores.
A vida é assim. Cada escolha, uma renúncia. A cada caminho que pegamos, abandonamos outro. Onde isso vai dar? Aonde iremos? São dúvidas, perguntas, escolhas e algumas indecisões que lidamos, mas temos que aprender com elas. Os atalhos existem, podem ser tomados, porém com cautela. Não dá pra viver assim pra sempre.

Um comentário:

Rachel disse...

Oi Jorgildo!
Já pensei algumas vezes neste ponto. Existem artistas que não avançam na carreira e se prendem a poucos (ou muitos) sucessos do passado. O caso mais alarmante pra mim é o da Simony, do ex-Balão Mágico, que pretende lançar um disco cantando...Sucessos do Balão Mágico! Triste... Mas por outro lado o público tb se identifica com certas músicas q o fazem relembrar momentos da vida e nada melhor q o show ao vivo para reescutá-los. Como mudar isso? Bem, hj com o advento das músicas portáteis cada um faz sua "play list" com as músicas q quiser, repetindo-as inúmeras vezes se necessário. Ao artista cabe progredir, para não parar no tempo. Mas o negócio é cantar, se sucessos antigos ou novos! Bjs