Sei que estou um pouco atrasado para falar de Olimpíadas. A maior festa do esporte mundial já terminou há uma semana, mas muitas coisas legais foram vistas e lições foram aprendidas. Além disso, acredito que a justiça foi feita. E ela veio no vôlei feminino.
Olimpíadas de Atenas, 2004, semifinal do vôlei feminino, Brasil x Rússia. Quarto set, Brasil ganhando por 2 sets a 1, placar de 24x19 para o Brasil. Cinco chances de fechar direto o set e o jogo, partindo para então uma inédita final olimpíca. Até então a Olimpíadas de Atenas tinha um nome no vôlei feminino: Mari. A então jovem de 21 anos vinha arrasando em todos os jogos, atuando como oposta no time do Brasil. Porém, no momento decisivo, Mari erra 2 bolas e o resto todos sabem. A Rússia ganha o quarto set, leva o jogo para o tie-break e carimba a vaga para a final olimpíca. A equipe não consegue explicar o "inexplicável" e dois nomes vão diretamente para a cruz: José Roberto Guimarães, técnico da seleção e Mari, a jovem oposta.
Vale lembrar que nessa mesma semifinal, a Mari marcou 37 pontos. É praticamente um set e meio só de pontos dela. São muitos pontos, mas ela falhou em 2 momentos decisivos. Enfim, só erra quem tenta, né? 4 anos depois, a mesma Mari volta mais madura, com uma nova posição, agora ponteira passadora e faz uma bela Olimpíada, coroando o trabalho de 4 anos da seleção, que foi vista como amarelona. E como disse o técnico José Roberto Guimarães, um dos maiores "culpados" pelo fracasso em Atenas, elas amarelaram nessa Olimpíada, mas foi um amarelo OURO. Parabéns as meninas e toda comissão técnica. A seleção venceu e convenceu!
E por esses motivos acima, a Mari me lembrou o Dunga (por favor, o jogador e não o técnico. Vamos esquecer que ele é "técnico" da Seleção de Futebol Masculino, OK?). Na Copa do Mundo de 1990, Dunga foi taxado de culpado pela derrota e fracasso do Brasil. Já em 1994, foi o capitão que depois de 24 anos, ergueu a taça do mundo para o Brasil e foi considerado um dos maiores ídolos nacional da década de 90. Foi uma volta por cima em grande estilo.
Acredito que o caso da Mari ainda seja mais brilhante, porque ela em nenhum momento foi uma má jogadora na Olimpíadas de Atenas. E em Pequim, ela foi consagrada. Antes disso, no Grand Prix de vôlei, foi eleita a melhor jogadora do mundo. Enfim, são títulos que fazem jus a todo o trabalho dessa jogadora. Vejo que o destino fez justiça em um dos casos mais amargos do esporte nacional. Ainda bem! Agora só espero que a Mari não queira virar técnica da seleção daqui a alguns poucos anos... hehehe
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