segunda-feira, agosto 11, 2008

Dia dos Pais

Ontem, domingo, dia 10/08, foi Dia dos Pais. Amanhã, dia 12/08, é meu aniversário. Ano passado comemorei no Dia dos Pais (esse ano é bissexto). Não é legal comemorar o aniversário num domingo e ainda tendo que concorrer com o Dia dos Pais. Muitos amigos passam o dia com a família, outros viajam para ver seus pais, enfim, é um final de semana familiar.
Como um bom leonino, não gosto de dividir meu aniversário. Concorrência é fogo. Melhor comemorar em outro dia, sem ter que disputar com os pais...
Mas a grande verdade é que, tirando esse problema, nunca tive problema em dividir meu aniversário com essa data. Não foi a primeira vez e espero que não seja a última. E o motivo disso foi o fato de eu não saber muito bem o que é ter um pai.
Dia das Mães eu entendo. Compreendo restaurantes cheios, lojas abarrotadas de pessoas querendo comprar presentes, eu mesmo me preocupando com lembranças, almoço etc. Mas Dia dos Pais eu nunca entendi. Infelizmente.
Meus pais se separaram e eu tinha apenas 5 meses de idade. Como era de se esperar, a separação não foi nada amigável. E eu, apenas um bebê na época, não pude discernir e deixar de ser parcial na situação. Cresci vendo meu pai como vilão. Não que ele fosse um mega vilão, mas também nunca teve tendência para mocinho (ao menos pela minha visão).
Hoje eu acredito que ele tenha suas qualidades. Minha irmã, que na época tinha 5 anos de idade, conseguiu ver algumas. Mas eu não consegui dar chances como minha irmã deu. Não tive tal discernimento, quiçá essa opção mesmo. E por mais que ele se esforçasse - o que devo confessar, foi com muito pouca intensidade -, não consegui me aproximar. Lembro-me que quando era pequeno, eu não tinha nenhuma vontade de sair com meu pai. Nem dei muita chance para aproximações. Porém, eu era uma criança.
Com o tempo fui crescendo e o que vi do meu pai, mesmo ainda sobre a visão e mágoa da minha mãe e da minha infância, não foi nada agradável. Até que um dia, aos 15 anos, decidi romper com esse vínculo na minha vida. Se fiz certo? Sinceramente não sei. Mas eu tinha que tomar uma atitude. E como tomar a atitude certa aos 15 anos de idade? Opiniões se dividiram, pessoas que eram contra passaram a ser a favor com o tempo, outras ficaram imparciais, enfim, apesar de tudo, a decisão cabia a mim e deixei isso claro.
Hoje, às vésperas de completar 32 anos, ainda não tenho uma opinião formada sobre meu pai. Não posso dizer que tenho raiva dele nesse momento, coisa que já tive. Sei que ele foi um bom homem em certos momentos, um mau homem em vários outros. Foi justo, injusto, pecou, enfim, foi um homem com seus erros, acertos, qualidades e defeitos. Ainda é, mas não sei dizer muito sobre meu pai. Acho que é porque eu não sei o que é isso: pai. Uma palavra tão pequena, 3 letras, 1 sílaba, que parece tão simples, mas que eu não compreendo. Quem eu julguei, convivi pouco, tive meus problemas foi um homem e não um pai, sobre minha visão.
Hoje mesmo passei boa parte do Dia dos Pais na família de um amigo e nem lembrei de desejar Feliz Dia dos Pais ao pai do meu amigo. Tenho vários amigos que são pais e nem os homegeei ou mesmo os invejo por serem pais. Não é intencional. Ainda hoje, às vésperas dos 32 anos, eu não saiba muito bem o significado, a importância e o valor da palavra pai. Um dia, quem sabe? Senão fica como dever de casa para uma próxima oportunidade...

2 comentários:

Anônimo disse...

é fofinho...ele fez falta. mas vamos pensar q vc ainda tem a sorte de ter uma ilusão, de poder imaginar como seria se seu pai tivesse sido mais presente. tem aqueles no entanto q os pais estão de corpo presente mas não participam de nada, criando uma revolta ainda maior. e pior ainda são os violentos, alcóolatras, etc. chega de poliana, né? o jogo do contente nem sempre funciona. quem sabe um dia a paternidade bate a sua porta? espero q vc possa ser o q vc queria ter tido: um paizão! um bj

Anônimo disse...

Uma das coisas que aprendi na vida é nunca exigir mais do que as pessoas são capazes de nos dar. Quando paramos de esperar algo delas, sofremos menos e nos libertamos. Trabalhando com pessoas, lidando com pais e filhos vejo que ninguém tem a obrigação de amar o outro só porque é seu pai ou seu filho. Na verdade há pais e filhos tão diferentes que jamais se relacionariam se não fossem parentes. Isso vale para o resto da familia também. Portanto é hipocrisia achar que todo pai e mãe ama seu filho, ou vice-versa. Pode amar ou não, dependendo da afinidade que existe entre eles. Tema dificil. Muito corajoso da sua parte falar sobre isso.
Acredito que a vida pode lhe dar uma oportunidade de exercitar o seu lado de pai e fazer um fim diferente para essa história. Ou vc simplesmente não vai sentir falta disso nunca. Muitas pessoas são assim. O importante é sermos felizes. Não importa como.
BJSSSSS