terça-feira, junho 08, 2010

Queixa

Ultimamente venho escrevendo muito sobre 2 temas: amor e amizade. Em geral, sobre relacionamentos, pois amor e amizade são formas de relacionamento. Algumas vezes elas podem até se misturar, acontece. Um amor se transformar em amizade (apesar de alguns não acreditarem, eu acredito e curto!) ou uma amizade se transformar em amor (perigoso, mas acontece!!!).
Geralmente (mas nem sempre) escrevo sobre conflitos e situações que estou vivenciando, seja como um participante da história ou seja como ouvinte ou um mero coadjuvante. Nos últimos meses muita coisa confusa aconteceu comigo, porém com o tempo as coisas vão clareando. É aquela velha história: "depois da tempestade vem a bonança"!
Queria até falar mais sobre isso, mas muito já foi dito. Hoje, no carro, escutei uma música que traduziu muito do que penso e é com ela que me despeço desse assunto. Ao menos por enquanto. Salve Caetano Veloso!!!

Queixa

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Amiga, me diga...

6 comentários:

MARIA CASTRO disse...

Essa musiquinha é mega linda!!!!!!!!!

"essa coisa q mete medo, pela sua grandeza..." acho o máximo!!!!!!!!

vamos comer Caetano...SEMPRE!!!!!

Jorge disse...

Ela é toda boa...
E essa parte:
"Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água"

Sem comentários!!!

Dona Farta disse...

Engraçado que eu nunca tinha prestado atenção na letra dessa música, e lendo-a agora, assim, neste contexto que eu (acho) que conheço bem, realmente é um desabafo que diz tudo!

Eu tenho dito e não é de hoje, que se o encantamento é algo capaz de extrair o melhor de nós, o desencanto, por outro lado, extrai imediatamente o pior de nós...

Algumas pessoas parecem que gostam de brincar de encanto e desencanto, gostam de brincar com os sentimentos alheios e não tem noção - ou ignoram completamente - os riscos que assumem... Fazem mal ao outro, mas muito mais a si mesmas, porque, como bem canta Caetano,

"Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água"

Invocando um clichê romântico óbvio, mas sábio, as relações não seriam tão tumultuadas se as pessoas se lembrassem do ensinamento do Pequeno Príncipe, de que "se tornam eternamente responsáveis pelo que cativam".

É isso...

Arrasou de novo, Jorge!

Love You!!!

Rachel disse...

Caetano sabe traduzir muito bem certos sentimentos... acho q a temática do seu blog é muito interessante, pois por mais que trabalhemos são esses sentimentos de amor e amizade que nos rodeiam. tem blogs ótimos sobre sopas, bolos,toratas salgadas... mas prefiro o seu, desse jeitinho mesmo! um bj

"A grande questão...!!!?" disse...

Lendo os seus últimos textos eu lembrei uma frase do Dostoéiski: "Não há assunto tão velho que não possa ser dito algo de novo sobre ele". Amizade e amor estão aí há séculos sendo discutidos por poetas, filósofos, escritores, músicos, estão aí na boca do povo, no bom sentido, risos. Lembro também quando você postou um texto do Moska sobre o amor, um sentimento, que, mais do que os outros não tem nada de estático, é pulsante e transformador, no seu significado e naquele que o sente. Da amizade eu gosto das palavras de Sêneca “Através dos nossos amigos obtemos a felicidade, pois a felicidade só é plena quando podemos compartilhá-la”, é a tal capacidade de se “doar” e saber “receber”, e nessa troca as afinidades são exploradas, diria até intensificadas. Voltando ao poeta russo, os sentimentos no homem nunca “são” eles estão. Assim, por esse estágio passageiro, as coisas transformam-se, se cruzam, se permutam. Um dia, estamos “assim”, amanhã, quiçá, em algo novo.
Há uma riqueza tão única em compartilhar nossas experiências, idéias e sensações, mas poucos estão dispostos a se expor, ou na suas palavras: se doar. No mais, sempre há leituras novas e interessantes sobre temas tidos como “gastos”, continue a compartilhar...

Luís Eduardo disse...

Esse tema é bem delicado mesmo. Eu por exemplo, não acredito mais em relacionamentos amorosos! Sei que isso é uma fase, que possivelmente estou pessimista mas, quando era criança e estava na fase de formação de valores, me foi vendida a idéia do: ¨E foram felizes para sempre¨. E não é muito bem o que acontece hoje em dia. Não importa qual tipo de relacionamento amoroso seja, gay, hétero etc. Só o que vejo é um furando o olho do outro, traições, brigas, falta de diálogo... No auge da minha reflexão, quem sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, comemorou comigo, vibrou / chorou foram os meus amigos. Eles que se tornaram meus verdadeiros amores. Os outros tipos de relacionamento, não sei, hoje vejo como algo que possa gerar sofrimento e que não procuro mais.