Ela pensou em mentir. Mas antes que consumasse tal ato, lembrou-se que mentir não aliviaria o peso da culpa que carregava. Por vezes ela pensava se aquilo seria culpa mas não vinha melhor palavra em sua cabeça para definir os seus sentimentos. Que sentimentos seriam esses? Seria possível amar 2 homens ao mesmo tempo? As novelas e ficções que ela lera, diziam que sim. Mas a vida real é bem diferente das histórias açucaradas que ela estava acostumada a ler nas horas vagas.
Antes que enlouquecesse, ela sabia que teria que tomar uma decisão. E era exatamente essa decisão que a enlouquecia. Não tem como fugir, assim é a vida. Ou se decide algo ou fica-se sem decidir, o que é de qualquer forma também uma forma de decisão. O seu namorado lhe dava estabilidade e era um porto seguro. Bem, nem tão seguro assim. Mas ela tinha vontade que tudo desse certo. Corresse bem. Não era possível chegar aos 30 e não ter relacionamentos estáveis. Suas amigas tinham. Ela não poderia ser a única a não ter.
Já o outro era uma tentação do passado, que quando ela achava que estava longe, esquecido, tratou de reaparecer como um furacão, mexendo com seus sentimentos e sensações, a deixando louca, completamente confusa. Era um rapaz com várias qualidades, mas não deixava de ser um fantasma do passado.
Em uma data não muito distante, ela havia gostado muito dele. Foi talvez a primeira pessoa que a balançou, com a qual ela pensou em levar uma vida a dois. Mas por uma ironia do destino, quando ela começava a se entregar, ele se foi. Ele teve seus motivos, cansou de esperar, teve medo de investir em algo que não lhe parecia concreto. E ela não soube expressar seus sentimentos. Sofreu calada. E como sofreu.
A vida é feita de ciclos. Agora ela sabia disso. Sabia que estava em uma encruzilhada sem tamanho. O namoro, que até pouco tempo estava bom, indo de vento em popa, passou a andar mal das pernas. Muitas coisas passaram a ser questionadas.
Ela havia perguntado a si mesma porque aquele homem não havia reaparecido antes. Por que ele a abandonara anos atrás. Todas as respostas ela tinha. O destino é cruel. Ele arma as suas teias de forma intricada e bastante elaborada. E não dá para fugir ao destino.
Uma vez ela havia perdido aquele amor. Não poderia perdê-lo novamente. Mas não queria magoar o namorado e não queria terminar o namoro. Tinha mais medo de se magoar, de sofrer novamente. Ela havia prometido não mais passar por isso. Porém, lembrou-se que já havia quebrado outras juras anteriormente.
Apesar dos pesares, ela não estava disposta a arriscar. O risco de perder havia. Mas o de ganhar talvez fosse maior. Como ser humano, ela decidiu continuar e fingir que nada acontecia. Não podia se magoar outra vez por um fantasma do passado. Ironicamente, ela acabou se magoando mais uma vez...
"Você não tem medo de mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo é do amor
Que você guarda para mim
Você não tem medo de mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo de você
Você tem medo de querer......
me amar!"
(Medo de Amar - Adriana Calcanhotto)
Um comentário:
gente, tava inspirado, hein? de onde será q saiu essa inspiração?? bjs e como dizia o nosso querido Herbert (vianna) "saber amar é deixar alguém te amar" (essa acho q se encaixa mais no post acima..._bjs)
Postar um comentário