Acho que 9 em cada 10 homens (isso para não dizer 10 entre 10!) tem uma certa síndrome de Peter Pan em uma etapa de sua vida. Para uns ela passa super rápida. Acontece normalmente no final da adolescência ou quando é época de arrumar emprego, pensar em mudar da casa dos pais, comprar carro, noivar e por aí vai.
Para uns, essa "síndrome de Peter Pan" nem passa. Conheço homens com mais de 40 anos que se acham na "Terra do Nunca" ainda. Não foram capazes de cortar alguns laços que são fundamentais na vida de qualquer homem que se preze e queira avançar com sua própria vida.
Eu não me encaixo em nenhum desses caso. Minha síndrome durou um bom tempo. Acho que hoje me dou alta da "Terra do Nunca". Descobri que meu pó de pirlimpimpim poderia me levar além dessa terra e alcançar vôos muito mais ousados. Sim, tive medo, receios, dúvidas, mas chega uma hora que é crucial. Posso dizer que fiquei muito tempo nessa fase. Agora é tempo de viver outra. Página virada. A chamada "Terra do Nunca" deixa saudades, porém o que vem pela frente é muito excitante e compensador.
Estou morando longe da minha família a 2 meses. Nesse período tive que aprender a cozinhar mesmo, quase que diariamente. Lavei muita louça. Pensei duas vezes antes de colocar a camiseta pra lavar, tive que administrar as contas, descobri que os lixos não saem direto de casa, tem que ser recolhidos diariamente! Enfim, uma série de novidades.
Nesse mesmo período praticamente, mudei de emprego. Passei a trabalhar home office, longe de escritório, gerenciando minha própria rotina. Um mega aprendizado, com certeza. Muitas novidades, muitos desafios, muitas coisas a serem feitas. Essa tem sido minha rotina. Se eu me queixo e me arrependo? De jeito nenhum. Morar com minha família era bom? Era ótimo. Mas morar sozinho, gerenciar minha rotina, não tem preço.
Ainda carrego a "criança" dentro de mim. Acredito que quem mata a "criança" que existe em cada um de nós, se torna amargo e morre lentamente. Ela ainda está bem viva, porém domada. Só aparece quando realmente deve. Aí sim dá o ar de sua graça, brincando, pulando e fazendo a festa!!! Mas aqui, o presente, o hoje e o agora, não é mais a "Terra do Nunca". Definitivamente, Peter Pan cresceu... E se tornou um belo adulto!!!
quarta-feira, maio 27, 2009
terça-feira, maio 26, 2009
Ricardo e Emanuel que se cuidem!
Uma das minhas metas para esse ano era me tornar, digamos, mais esportista. Há anos que venho malhando e fazendo ginástica nas horas vagas. Ano passado passei a correr esporadicamente. Esse ano decidi colocar um velho sonho em prática e, assim, torná-lo realidade: jogar vôlei de praia.
Antes de mais nada devo esclarecer: não sou talentoso para esporte. Nunca fui bom no futebol, no basquete, no vôlei, nem no tênis de mesa, no totó, coisas do tipo. O meu talento sempre foi jogos de tabuleiro, que exigem mais da cabeça do que do corpo. Porém, como a vida é um eterno desafio, sempre é tempo de tentar e mudar!
Eu gosto muito de esporte, principalmente de vôlei. Acompanho os jogos há anos e anos, conheço os times, jogadores, regras, só não sei jogar. Sou do tipo que faz a manchete pra frente e a bola vai pra trás...rs. Mas acredito (sou brasileiro e não desisto nunca) que eu vá melhorar. Acho que com essas poucas aulas que tive, já notei uma evolução de 0,001%. Que maravilha!
Brincadeiras à parte, meu objetivo é poder bater uma bolinha sem precisar ficar me escondendo ou com medo de jogar. Não tenho objetivo maior do que esse. Até porque a idade pesa. E a altura joga contra. Espero um dia (em breve!) poder escrever por aqui dizendo que estou bem no vôlei. I hope so!!!
Antes de mais nada devo esclarecer: não sou talentoso para esporte. Nunca fui bom no futebol, no basquete, no vôlei, nem no tênis de mesa, no totó, coisas do tipo. O meu talento sempre foi jogos de tabuleiro, que exigem mais da cabeça do que do corpo. Porém, como a vida é um eterno desafio, sempre é tempo de tentar e mudar!
Eu gosto muito de esporte, principalmente de vôlei. Acompanho os jogos há anos e anos, conheço os times, jogadores, regras, só não sei jogar. Sou do tipo que faz a manchete pra frente e a bola vai pra trás...rs. Mas acredito (sou brasileiro e não desisto nunca) que eu vá melhorar. Acho que com essas poucas aulas que tive, já notei uma evolução de 0,001%. Que maravilha!
Brincadeiras à parte, meu objetivo é poder bater uma bolinha sem precisar ficar me escondendo ou com medo de jogar. Não tenho objetivo maior do que esse. Até porque a idade pesa. E a altura joga contra. Espero um dia (em breve!) poder escrever por aqui dizendo que estou bem no vôlei. I hope so!!!
quarta-feira, maio 06, 2009
Só falta reunir a Zona Norte à Zona Sul
Em agosto de 1976, nascia no Hospital de Bonsucesso, Zona Norte do RJ, esse cara que vos escreve!!! Desde menino, fui criado na Penha, bairro da Leopoldina, que para quem não sabe, fica na ZN também. Durante a minha infância a Penha era um bairro do subúrbio que tinha uma população de renda média-baixa. E assim foi minha infãncia e adolescência. Passei a estudar em escola particular a partir do ginásio, enquanto minha irmã mais velha fazia curso de inglês - mas estudava em escola pública. Só dava pra pagar uma coisa para cada um e olhe lá!
Minha mãe era secretária de um consultório médico na Penha mesmo, em frente a casa da minha avó, que por conseguinte era a uma quadra da minha casa. Tudo muito perto. Meu pai tinha uma oficina de bombas injetoras, porém meus pais são separados desde que eu tinha 5 meses e a situação entre a gente não era das melhores. Logo, a pensão era pouca e quando vinha!
Mas eu me divertia muito. Tinha meus primos, meus amigos... Era estudar pela manhã, fazer o dever de casa e ir pra casa da minha avó e passar o resto do dia jogando. Eu tinha muitos jogos de tabuleiro e também jogávamos muito na rua: futebol, vôlei, basquete, ping pong, queimado, pique, botão e mais alguns outros jogos que inventávamos. Era uma festa a cada dia.
Quando cheguei no segundo grau, a coisa passou a mudar um pouco: mais horas de estudo, os sinais da adolescência mais intensos, já nem dava pra pegar mais doce no dia de São Cosme e Damião!!! rs. E foi justamente nessa época que a Penha passou a ficar mais perigosa. Os assaltos ficaram mais constantes, o nível de vida passou a cair e, dessa forma, muitos bares fecharam, o comércio foi diminuindo e com tudo isso, as pessoas, que tinham o hábito de ficarem até mais tarde na rua, passaram a ir pra casa mais cedo, tornando as ruas mais escuras e perigosas. Adeus pique esconde, adeus futebol, adeus andar de bicicleta até tarde. Infelizmente os hábitos mudaram.
Quando passei a estudar na UFF, em Niterói, minha vida na Penha passou a se resumir em casa e família apenas. Perdi muitos contatos, os caminhos foram sendo separados e eu fui conhecendo outras pessoas. Muitos são meus amigos até hoje!
Depois de formado, passei a trabalhar, a ter meu próprio carro e passei a frequentar mais a Zona Sul. Os restaurantes, baladas, amigos, tudo era na ZS, praticamente. Voltei a frequentar a praia, conheci novos lugares e novas pessoas. Meus finais de semana eram praticamente em Ipanema, Copa, Gávea ou Leblon.
No final de março, o menino que foi criado na ZN passou a ser morador de Ipanema, na ZS. Estou morando a 2 quadras da praia e a 3 da Lagoa. Apesar de estar sempre pela ZS, é bem diferente vir passear e morar. E põe diferença nisso! Em Ipanema tem muitas opções, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. É uma loucura. É só sair na rua e escutar pessoas falando em inglês, italiano, francês e outras línguas que eu nem sei reconhecer. Lugares para comer tem aos montes. Tem a praia. Tem a Lagoa. Tem a opção de fazer compra em 5 filiais do Supermercado Zona Sul, todas andando. E tudo isso eu estava acostumado, mas aos finais de semana, quando fazia sol e não dava preguiça de pegar o carro e gastar de 30 a 40 minutos para estar onde estou hoje.
O menino que fazia compra nas Sendas hoje faz compras no Zona Sul. A papelaria da Conceição foi trocada pela Papelaria Ipanema. A locadora de bairro pela Blockbuster. Porém, eu nasci na Zona Norte e trago comigo toda a experiência de viver por lá. Não me sobe à cabeça o fato de ter tudo isso hoje. Eu quero é desfrutar do melhor que a Zona Sul pode me oferecer, assim com a Zona Norte me ofereceu zilhões de coisas. Em mim há ZN e ZS. Elas convivem com o melhor de cada uma delas. Minhas origens, formação e experiência não devem ser negadas e muito menos desperdiçadas. E estou feliz com isso. Sou carioca acima de tudo!
Subúrbio
Chico Buarque
Lá não tem brisa
Não tem verde-azuis
Não tem frescura nem atrevimento
Lá não figura no mapa
No avesso da montanha, é labirinto
É contra-senha, é cara a tapa
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Olaria
Fala, Acari, Vigário Geral
Fala, Piedade
Casas sem cor
Ruas de pó, cidade
Que não se pinta
Que é sem vaidade
Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Desbanca a outra
A tal que abusa
De ser tão maravilhosa
Lá não tem moças douradas
Expostas, andam nus
Pelas quebradas teus exus
Não tem turistas
Não sai foto nas revistas
Lá tem Jesus
E está de costas
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Pavuna
Fala, Inhaúma
Cordovil, Pilares
Espalha a tua voz
Nos arredores
Carrega a tua cruz
E os teus tambores
Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Fala no pé
Dá uma idéia
Naquela que te sombreia
Lá não tem claro-escuro
A luz é dura
A chapa é quente
Que futuro tem
Aquela gente toda
Perdido em ti
Eu ando em roda
É pau, é pedra
É fim de linha
É lenha, é fogo, é foda
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Encantado, Bangu
Fala, Realengo...
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Meriti, Nova Iguaçu
Fala, Paciência...
Minha mãe era secretária de um consultório médico na Penha mesmo, em frente a casa da minha avó, que por conseguinte era a uma quadra da minha casa. Tudo muito perto. Meu pai tinha uma oficina de bombas injetoras, porém meus pais são separados desde que eu tinha 5 meses e a situação entre a gente não era das melhores. Logo, a pensão era pouca e quando vinha!
Mas eu me divertia muito. Tinha meus primos, meus amigos... Era estudar pela manhã, fazer o dever de casa e ir pra casa da minha avó e passar o resto do dia jogando. Eu tinha muitos jogos de tabuleiro e também jogávamos muito na rua: futebol, vôlei, basquete, ping pong, queimado, pique, botão e mais alguns outros jogos que inventávamos. Era uma festa a cada dia.
Quando cheguei no segundo grau, a coisa passou a mudar um pouco: mais horas de estudo, os sinais da adolescência mais intensos, já nem dava pra pegar mais doce no dia de São Cosme e Damião!!! rs. E foi justamente nessa época que a Penha passou a ficar mais perigosa. Os assaltos ficaram mais constantes, o nível de vida passou a cair e, dessa forma, muitos bares fecharam, o comércio foi diminuindo e com tudo isso, as pessoas, que tinham o hábito de ficarem até mais tarde na rua, passaram a ir pra casa mais cedo, tornando as ruas mais escuras e perigosas. Adeus pique esconde, adeus futebol, adeus andar de bicicleta até tarde. Infelizmente os hábitos mudaram.
Quando passei a estudar na UFF, em Niterói, minha vida na Penha passou a se resumir em casa e família apenas. Perdi muitos contatos, os caminhos foram sendo separados e eu fui conhecendo outras pessoas. Muitos são meus amigos até hoje!
Depois de formado, passei a trabalhar, a ter meu próprio carro e passei a frequentar mais a Zona Sul. Os restaurantes, baladas, amigos, tudo era na ZS, praticamente. Voltei a frequentar a praia, conheci novos lugares e novas pessoas. Meus finais de semana eram praticamente em Ipanema, Copa, Gávea ou Leblon.
No final de março, o menino que foi criado na ZN passou a ser morador de Ipanema, na ZS. Estou morando a 2 quadras da praia e a 3 da Lagoa. Apesar de estar sempre pela ZS, é bem diferente vir passear e morar. E põe diferença nisso! Em Ipanema tem muitas opções, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. É uma loucura. É só sair na rua e escutar pessoas falando em inglês, italiano, francês e outras línguas que eu nem sei reconhecer. Lugares para comer tem aos montes. Tem a praia. Tem a Lagoa. Tem a opção de fazer compra em 5 filiais do Supermercado Zona Sul, todas andando. E tudo isso eu estava acostumado, mas aos finais de semana, quando fazia sol e não dava preguiça de pegar o carro e gastar de 30 a 40 minutos para estar onde estou hoje.
O menino que fazia compra nas Sendas hoje faz compras no Zona Sul. A papelaria da Conceição foi trocada pela Papelaria Ipanema. A locadora de bairro pela Blockbuster. Porém, eu nasci na Zona Norte e trago comigo toda a experiência de viver por lá. Não me sobe à cabeça o fato de ter tudo isso hoje. Eu quero é desfrutar do melhor que a Zona Sul pode me oferecer, assim com a Zona Norte me ofereceu zilhões de coisas. Em mim há ZN e ZS. Elas convivem com o melhor de cada uma delas. Minhas origens, formação e experiência não devem ser negadas e muito menos desperdiçadas. E estou feliz com isso. Sou carioca acima de tudo!
Subúrbio
Chico Buarque
Lá não tem brisa
Não tem verde-azuis
Não tem frescura nem atrevimento
Lá não figura no mapa
No avesso da montanha, é labirinto
É contra-senha, é cara a tapa
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Olaria
Fala, Acari, Vigário Geral
Fala, Piedade
Casas sem cor
Ruas de pó, cidade
Que não se pinta
Que é sem vaidade
Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Desbanca a outra
A tal que abusa
De ser tão maravilhosa
Lá não tem moças douradas
Expostas, andam nus
Pelas quebradas teus exus
Não tem turistas
Não sai foto nas revistas
Lá tem Jesus
E está de costas
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Pavuna
Fala, Inhaúma
Cordovil, Pilares
Espalha a tua voz
Nos arredores
Carrega a tua cruz
E os teus tambores
Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Fala no pé
Dá uma idéia
Naquela que te sombreia
Lá não tem claro-escuro
A luz é dura
A chapa é quente
Que futuro tem
Aquela gente toda
Perdido em ti
Eu ando em roda
É pau, é pedra
É fim de linha
É lenha, é fogo, é foda
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Encantado, Bangu
Fala, Realengo...
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Meriti, Nova Iguaçu
Fala, Paciência...
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