
Ontem fez 20 anos que Cazuza nos deixava. Com certeza no dia que ele partiu, foi com ele um pouco da rebeldia, coragem e romantismo rasgado que ele colocava na sua vida e nas suas composições. O artista vai, mas a obra fica. E isso ficou comprovado nas manifestações de fãs no dia de ontem. Merecido!
Além da obra que ele deixou, que apesar de ser dos anos 80 ainda continua bem atual, a "Sociedade Viva Cazuza", liderada pela Lucinha Araújo, mãe do Cazuza, ajuda bastante a manter a chama do artista acesa. E é um trabalho que merece o louvor de todos nós. Mais uma vez, merecido!
Quando Cazuza morreu, eu tinha 13 anos. Ainda era bem novo. Mas suas canções já diziam bastante coisa pra mim. Eu admirava várias. Ele não era o meu artista favorito. Havia na época uma certa "rivalidade" (muito sadia e respeitável) entre fãs do Renato Russo e do Cazuza. Os que cultuavam Renato, admiravam Cazuza também, mas não os comparava. E vice-versa. Nessa divisão, eu ficava do lado do Renato. O achava mais interessante que Cazuza, que pra mim era mais visceral. Já Renato, mais reflexivo.
Hoje, passados alguns anos e algumas experiências, Cazuza acaba dizendo mais coisas para mim. Escuto muitas músicas e me reconheço nelas. Ele expressava uma certa acidez nas canções, mesmo as mais românticas e isso combina mais comigo nos dias de hoje. Pra citar uma delas, em "O nosso amor a gente inventa (Estória Romântica)" ele começa a música dizendo "O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer...". Pois é, quantas vezes isso já aconteceu comigo? Uma, duas, três, enfim, perdi as contas. E depois, realmente, "te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada".
Cazuza nos deixou um legado que vai perdurar por muitos e muitos anos. Foi um poeta do rock, assim como Renato. A eles, nossa homenagem e eterna gratidão, por expor vários dos nossos sentimentos em canções, que nos fazem pensar, refletir, discutir, chorar etc, etc, etc...