quinta-feira, junho 24, 2010

Deixados pra trás

Essa semana fui ao cinema ver Toy Story 3. Eu já falei sobre minha adoração por Woody e Buzz Lightyear aqui no blog. Adoro o filme, os personagens, me traz boas recordações e eles já me arrancaram boas gargalhadas e algumas lágrimas, confesso.
A história desse terceiro filme é tocante: o Andy, dono dos brinquedos, está com 18 anos e indo para a faculdade. Logo, é hora de arrumar o quarto e se desfazer de coisas antigas, dentre elas os brinquedos. Lógico que tudo dá errado e os brinquedos irão passar por uma saga, até o final que não posso falar muito pra não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu, mas conseguiu me fazer chorar bastante.
O filme me fez lembrar coisas que deixamos pra trás, pelo caminho. Ao longo da vida vamos acumulando coisas: livros, cadernos, apostilas, brinquedos, souvenirs, gibis, roupas e uma série de quinquilharias. Muitas delas foram mega importantes em alguma fase de nossa vida. Imagina se tivessemos perdido o livro de matemática da quinta série quando estávamos cursando-a? Ou mesmo o caderno, cheio de anotações e dicas pra prova? Ou então aquele brinquedo que amávamos e era admirado não somente por nós, mas pelos amigos?
Depois de um tempo, o caderno, o livro e o brinquedo passam a não ter mais tanta importância, é praticamente nula. Só que quando a gente fica mais velho e começa a lembrar do passado, vem a mente um montão de coisas e dá uma certa saudade. Eu mesmo lembrei da minha coleção de chaveiros, meus jogos que eu tanto brincava, minha bicicleta Caloi 10, o Master System, minha coleção da biblioteca do escoteiro mirim da Disney... Enfim, bate uma certa saudade, mas não dá pra ter tudo, por isso as coisas são guardadas em algum cantinho da nossa memória ou mesmo em fotografias.
Além dos bens materiais, há também pessoas. Aquele amigo inseparável do primário, aquele que jogava bola na rua com a gente, outro que conversávamos até altas horas, a primeira pessoa que beijamos, o primeiro namoro, a primeira transa... Algumas pessoas que pareciam em certos momentos serem eternas pra gente, mas que foram embora de nossas vidas e nós nem sabemos muitas vezes precisar onde e como isso aconteceu. Faz parte da vida.
Quando eu fazia terapia, a minha terapeuta uma vez citou uma parábola da "raposa e as uvas", onde a moral da história era que para galgar novos degraus, precisávamos deixar algumas coisas para trás. Assim é a vida. Uma escolha, uma renúncia. Nem sempre essa renúncia quer dizer que não gostamos disso ou aquilo. Ela é simplesmente necessária em tal momento, para que possamos seguir em frente e continuar nossa rota de evolução. Aquela pessoa, aquele livro, aquele brinquedo, vai estar nas nossas memórias e o mais importante: com certeza, eles fizeram parte do que somos hoje. Logo, há uma parte de todos eles em nós. E isso é o que realmente importa!

sábado, junho 12, 2010

Farta

Significado de Farta
s.f. Us. na loc. adv. à farta, em abundância, com fartura, à saciedade: comer à farta.

(fonte: dicionário online de português)

Engraçado como algumas palavras podem ter vários significados, dependendo apenas como são colocadas em um contexto. Farta é uma delas. Além do significado destacado acima, ela pode ser usada também de forma negativa, pois estar farto de alguém não é nada legal.
Porém, desde o Carnaval, eu descobri que Farta também é um sujeito. Um "sujeito" cheio de "predicados", por sinal! Conheci pessoalmente a Flávia, mais conhecida como Dona Farta, em um dia de Carnaval desse ano. Ela apareceu na minha casa e logo de cara, antes de um "oi", "tudo bem?" ou um "seja bem vinda", eu questionei: "Por que Dona Farta?"
Ela me respondeu sobre as várias farturas que há nela e, de cara, me ganhou nesse ponto. Uma pergunta à queima roupa quando bem respondida, é sinal de que tem do outro lado um ser pensante. E isso é algo que admiro bastante!
A Dona Farta tem uma qualidade marcante que é poder ser íntima de uma pessoa sem estar convivendo com ela diariamente. E isso é algo de uma pessoa que está de alma e coração abertos. Quer qualidade melhor que essa? Em tempos que as pessoas preferem ter raiva, ódio, medos, tensões, alimentam "picuinhas", preocupam-se com a vida alheia, a Dona Farta vem com pensamentos, palavras e indagações que nos faz pensar, falar e refletir.
Em um dos posts que escrevi aqui no blog, ela me disse que há tempos estamos na mesma vibe. É um elogio que aceito e agradeço. Benditas as pessoas que se permitem questionar o porquê das coisas, que se jogam sem medos, compartilhando toda essa bondade e sorrisos com os demais. Sejam eles quem forem.
Portanto Dona Farta, hoje, no #DonaFarta'sday, desejo apenas que você continue sendo esse ser pensante, que ama, se dedica, se preocupa, sorri, que é mãe, amante, amiga, que dança, corre, trabalha e ainda sonha poder algum dia voar...

P.S.: Quem quiser conhecer o blog da Dona Farta, tá nos meus favoritos! Vale a pena!

terça-feira, junho 08, 2010

Queixa

Ultimamente venho escrevendo muito sobre 2 temas: amor e amizade. Em geral, sobre relacionamentos, pois amor e amizade são formas de relacionamento. Algumas vezes elas podem até se misturar, acontece. Um amor se transformar em amizade (apesar de alguns não acreditarem, eu acredito e curto!) ou uma amizade se transformar em amor (perigoso, mas acontece!!!).
Geralmente (mas nem sempre) escrevo sobre conflitos e situações que estou vivenciando, seja como um participante da história ou seja como ouvinte ou um mero coadjuvante. Nos últimos meses muita coisa confusa aconteceu comigo, porém com o tempo as coisas vão clareando. É aquela velha história: "depois da tempestade vem a bonança"!
Queria até falar mais sobre isso, mas muito já foi dito. Hoje, no carro, escutei uma música que traduziu muito do que penso e é com ela que me despeço desse assunto. Ao menos por enquanto. Salve Caetano Veloso!!!

Queixa

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Amiga, me diga...

quarta-feira, junho 02, 2010

Doar

Doar. Tá aí um verbo cada dia mais difícil de ser conjugado pelas pessoas. Doar exige humildade, deixar a vaidade e a soberba de lado, exige entrega. Doar não é fácil e é pra poucos. Benditas sejam as pessoas que aprendem a fazer isso e conseguem fazer isso em vários âmbitos.
Vejam por exemplo a doação como uma forma de solidariedade. Sempre que há uma calamidade, tipo o terremoto no Haiti que arrasou com o país, as chuvas no estado de Santa Catarina, que desabrigou pessoas em várias cidades, ou mesmo a mais recente das tragédias, o deslizamento de terra em um morro em Niterói, eu faço uma doação. Seja em alimentos não perecíveis, material de higiene ou mesmo dinheiro. E confesso aqui que é um dos momentos onde mais me sinto um verdadeiro ser humano, no qual a minha força espiritual se concentra de tal maneira que eu acredito em várias coisas legais. É literalmente uma corrente do bem, que manda não só as doações físicas, mas também bons fluidos para quem está precisando.
Não sou uma pessoa tão espiritualizada assim, como possa estar parecendo pelo que escrevi acima. Tenho uma formação católica, acredito em Deus e vários dogmas da igreja (apesar de discordar de outros tantos). Porém, acredito muito na força da bondade, do amor, no poder de se fazer o bem. Como engenheiro, costumo dizer que é um simples balanço de energia. E a energia não se destrói, ela se transforma, como diz a lei da física.
Outra forma de se doar é no amor, em relacionamentos. Quando conheço alguém, se há interação, porque não se doar, nem que seja pra mostrar para tal pessoa que ela é importante e querida? Acho que o mundo anda tão ao contrário que isso geralmente assusta. Se uma pessoa enxerga tal comportamento na outra, já foge. Como se querer o bem ao próximo fosse algo demodé. Bondade não sai de moda. Fica a dica!
O mesmo acontece em amizades. É bom poder reconhecer amigos. Dizer que a pessoa faz falta, convidar pra passar uma tarde em casa conversando, almoçar, falar besteiras e coisas mais sérias. Enfim, amigo não se cria de uma hora pra outra, já disse isso aqui. Mas a amizade é uma planta que precisa ser regada. Se tiver reciprocidade, confiança e interação, vai longe. E é muito bom ter amigos.
Seja qual for a relação, desde uma simples ficada que temos intenção em poder transformar em algo mais sério, seja num namoro, uma relação familiar, amizade ou um simples colega que acabamos de conhecer, é importante estar atento e se doar, na medida do possível e também se queremos que a coisa vá à frente. Se ficarmos só esperando ações do próximo, não vai rolar. E se rolar, vai gerar uma relação sem uma fundação estruturada. E isso vai desmoronar, mais cedo ou mais tarde! Não tem jeito.
Portanto, eu tento sempre deixar claro que gosto de várias pessoas, tento ser amável e gentil com as pessoas que merecem e sim, eu me dôo com certa facilidade. Isso tem me dado algumas dores de cabeça ultimamente. Paguei altos preços, mas fazer o quê? Nesse caso o problema não está nas minhas ações e sim na omissão de pessoas que não sabem enxergar o presente que é uma doação. E quanto a isso, só posso lamentar...

terça-feira, junho 01, 2010

Sem Noção


Um dos termos que mais uso ultimamente é "sem noção". Como tem gente sem noção nesse mundo! Esse termo é bem genérico, pode ser aplicado em várias situações, seja em uma balada, num almoço, em casa, nos relacionamentos... Enfim, algumas atitudes geram os tais sem noção.
Sabe aquele amigo que te liga na madrugada de porre pra te contar os casos da noite? É um sem noção. Sabe aquele que chega na rodinha dizendo que comeu aquela conhecida da galera e conta todos os detalhes? É um sem noção. Sabe aquele que no segundo encontro diz um "eu te amo" com todas as letras? É um sem noção. Sabe aquele que tem 60 anos e se veste como um garoto de 16? É um sem noção. E por aí vai...
Eu poderia continuar ilustrando diversos outros casos, mas sugiro que leiam alguns bem legais que acontecem na noite no "Manual de Noção" by Clarisse Miranda. Clarisse é uma figura bastante conhecida na noite carioca, com bastante experiência em festas, restaurantes, boates e eventos. Com tal experiência, ela dá dicas de como se portar nas nights sem pagar mico ou ser taxado como mais um "sem noção".
O livro está à venda na Livraria da Travessa e foi lançado na versão pocket edition pela CFox. Eu já li e recomendo!!!